capitulo 33

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× Sexta-feira.......

O desespero tomou conta de mim.

Nenhuma notícia. Nenhum telefonema. Nada.

Não sei absolutamente nada sobre ele. E isso me faz concluir que de fato fui seu brinquedinho durante alguns dias, e tudo o que quero agora é esquecê-lo.

Minha chefe é um saco. Hoje fez uma ceninha na frente de vários colegas. Não a mandei à merda porque o desemprego está alto, senão... ela ia saber quem é Anahí Giovanna Puente Portilla.

À tarde, minha amiga Azu me liga e marcamos um cinema. Vamos ver o filme Tengo ganas de ti e eu choro... Me acabo de tanto chorar. É lindo e triste ao mesmo tempo. Me sinto como Ginebra, uma guerreira lutadora e incompreendida, e totalmente apaixonada por um homem cheio de segredos.

Na saída, uns amigos que nos esperam riem de mim. Ninguém entende por que eu choro com os filmes, e sugerem que a gente vá beliscar alguma coisa nos bares da Plaza Mayor.

A sugestão me deixa contente.

Entre uma bebidinha mais forte e outra, tomamos muitas cervejas e por fim consigo sorrir.

Depois emendamos em outro bar e, às quatro da manhã, finalmente volto a ser eu mesma! Rio, me divirto e danço como uma louca, ainda que para isso eu tenha bebido o estoque de rum com Coca de toda a Madri.

Na manhã seguinte, o barulho da porta me acorda.

Tapo a cabeça com o travesseiro, mas o barulho continua e continua...

Irritada, me levanto e atendo o interfone.

- Quem é?

- Oi, tia. Sou eu e a mamãe.

Era o que me faltava.

Minha irmã!

Abro o portão para elas com má vontade. Começar o dia aturando o pessimismo de Claudia me deixa desesperada, mas não tenho escapatória.

Luz se atira em meus braços assim que me vê, e minha irmã, ao reparar em meu estado, passa batido e liga logo a TV. Procura o canal infantil e, quando Bob Esponja aparece na tela, minha sobrinha desaparece do nosso lado. Como gosta desses desenhos ridículos...

Entro na cozinha, feito um zumbi, preparo um café e minha irmã me segue. Sua expressão é séria, e eu já imagino que ela vai me encher de perguntas.

Vejo como está tensa.

- Primeiro, me devolve a cópia das chaves da tua casa.

Com vontade de mata-la, vou até o aparador, pego as chaves e ponho na sua mão.

- Segundo - continua - você é uma péssima irmã. Te liguei milhões de vezes nos últimos dias e nada de você ligar de volta. E se tivesse acontecido alguma coisa grave comigo e Luz?

Não respondo. Ela tem razão. Às vezes sou muito avoada e admito que dessa vez exagerei.

- E terceiro: que diabos aconteceu para você estar com essa cara péssima?

- Claudia, ontem à noite eu saí com uns amigos e só fui dormir às sete da manhã.

Estou destruída.

Minha irmã se serve de outro café e senta na minha frente.

- Bom, a noite deve ter sido maravilhosa. Sua cara diz tudo.

- Foi, sim - murmuro, enquanto pego uma aspirina. Estou precisando.

- Foi com aquele gato com quem você está saindo?

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