— Posso saber o que você está escondendo nessa calça? — pergunta Claudia.
— Já disse, um batom de mentira — rio ao lembrar que está dentro da minha calcinha.
Convencida ou não, aceita minha resposta e não pede mais explicações. Fico aliviada.
Meia hora mais tarde, depois de minha irmã contar tudo o que aconteceu e de detonar meu cunhado, ela e minha sobrinha vão embora e me deixam em paz em casa.
Consulto o relógio. São 12h05.
Então lembro que Poncho virá me buscar e digo um palavrão. Não pretendo sair com ele.
Que ele saia com a mulher com quem se encontrou ontem à noite.
Vou ao meu quarto, pego meu celular e, surpresa, vejo que recebi uma mensagem dele.
“Não se esqueça. Passo aí às 13h.”
Isso me deixa furiosa.
Mas quem ele pensa que é para ocupar meu tempo? Respondo:
“Não pretendo sair, então não se de o trabalho”
Após enviar a mensagem, respiro aliviada, mas meu alívio dura pouco, até que o telefone apita e eu leio: “Não me irrite, pequena.”
Não me irrite?
Esse cara é fogo. Antes que eu responda, meu celular apita de novo.
“Pelo seu bem, te espero às 13h.”
Ler isso me faz sorrir.
Que folgado...! Ele não sabe com quem tá falando.
“Pois pelo seu bem, senhor Herrera, se não quiser tomar um banho de água fria, não venha. Não estou brincando. Não estou a fim.”
Meu celular imediatamente volta a apitar.
“Senhorita Portilla, você quer me irritar?”
Boquiaberta, olho para a tela e escrevo:
“O que eu quero é que você me esqueça.”
Ou melhor, se foda.
Deixo o celular sobre a bancada da cozinha, mas ouço um novo apito. Eu o pego rapidamente.
“Você tem duas opções. A primeira: me mostrar Madri e passar o dia comigo. Segunda: me contrariar, mas lembrando que sou seu CHEFE. Você decide.”
Sinto uma raiva! Seu abuso de autoridade me tira do sério, mas ao mesmo tempo me excita.
Que desgraça!!
Com as mãos trêmulas, deixo o celular na bancada. Não penso responder. Mas o telefone apita de novo, e eu, curiosa que sou, leio sua mensagem:
“Escolha uma das opções.”
Irritada, xingo baixinho.
Consigo imaginá-lo sorrindo enquanto escreve esses torpedos. Isso me irrita ainda mais.
Largo o telefone. Não pretendo responder e três segundos depois, ouço um novo apito.
“Estou esperando e minha paciência não é infinita.”
Por que não consigo dizer não pra esse..... esse... AAAAAAAAA
“Às 13h estarei pronta.” - Respondo.
Espero sua resposta, mas não chega nada.
Convencida de que estou me metendo num jogo que eu não deveria jogar, faço outro café e quando olho o relógio do micro-ondas, vejo que já são 12h40.
Sem tempo a perder, corro pela casa.
Que roupa eu coloco?
Acabo vestindo uma calça jeans e uma blusa preta do Guns’n’Roses que ganhei de presente. Prendo o cabelo num rabo alto e às 13h o interfone toca.
Que pontual! Certa de que é ele, não atendo só para irrita-lo.
Dez segundos depois, toca novamente. Sorrio. Pego o interfone e pergunto indiferente:
— Sim?— Desce. Estou te esperando.
Uau! Nem um bom-dia, nem nada.
Cadê o cavalheirismo?
Depois de beijar a cabeça do Trampo, saio de casa esperando que meu look com jeans não lhe agrade nem um pouco e que ele desista de sair comigo. Mas fico maravilhada quando chego à rua e o vejo de calça jeans e blusa preta ao lado de uma espetacular Ferrari vermelha que me deixa sem palavras.
Ah, se meu pai visse isso!
O sorriso volta a meus lábios. Adorei!
— É sua? — pergunto, aproximando-me de Alfonso.
Dá de ombros e não responde.
Então presumo que o carro é alugado e me apaixono à primeira vista por aquela máquina imponente. Passo a mão com delicadeza, enquanto sinto que Poncho olha para mim.
— Posso dirigir? — pergunto.
— Não.
— Ah, vaaaaaai — insisto. — Não seja careta. Deixa, por favor! Meu pai tem uma oficina mecânica e te garanto que sei o que fazer.
Poncho olha para mim. Eu olho de volta levantando uma sombrancelha
Ele suspira e eu sorrio. Por fim, nega com a cabeça.
— Me mostre Madri e se você se comportar direitinho, talvez eu deixe você dirigir.
Isso me empolga e ele continua:
— Eu dirijo e você me diz aonde ir. Então, aonde vamos?
Fico pensando um minuto, mas em seguida respondo:
— O que acha de irmos à parte mais turística de Madri? Plaza Mayor, Puerta del Sol, Palacio Real, conhece?
Não responde.
Entramos no carro, dou a direção e mergulhamos no trânsito. Enquanto ele dirige, aproveito o fato de estar numa Ferrari.
Pelo menos esse passeio, nessa máquina, vai ser surreal!!
VOCÊ ESTÁ LENDO
Peca-me o que quiser
FanficRecém-chegado ao comando da empresa Müller, antes dirigida por seu pai, Alfonso tem uma atração instantânea pelo jeito divertido de Anahí e exigirá que ela o acompanhe nas viagens de trabalho pela Espanha. Mesmo sabendo que está se metendo numa situ...