capitulo 32

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Depois de um maravilhoso sábado juntos, na madrugada de domingo eu acordo por volta das seis da manhã e ouço uns barulhos estranhos no banheiro.

Levanto e me surpreendo ao ver Poncho vomitando. Quando nota minha presença, me pede irritado que eu saia e que o espere do lado de fora.

Obedeço e, assim que ele finalmente sai, com expressão de dor, se atira no sofá e fecha os olhos.

— O que houve?

— Alguma coisa que comi ontem à noite.

— Quer um chá de camomila para acalmar o estômago?

Poncho, com os olhos fechados, recusa com um gesto e murmura:

— Por favor... apaga a luz e volta pra cama.

— Mas...

— Annie — sussurra, irritado.

— Mas como você é resmungão, nossa! — insisto.

— Tá bom... sou resmungão. Agora, por favor, faz o que te pedi.

Sem dizer mais nada, desapareço e me deito na cama. Não quero dar muita importância a isso.

Me esforço para entender que, se ele está mal, o que ele menos quer é que eu fique ao seu lado fazendo perguntas.

Adormeço de novo e só acordo por volta das dez. Assim que abro os olhos, vejo Poncho ao meu lado.

Sorri, está com uma aparência boa.

— Bom dia.

— Bom dia... está melhor? - pergunto.

— Estou ótimo. Como eu te disse, alguma coisa que eu comi deve ter caído mal — Quando vou responder, ele acrescenta: — Olha o que preparei pra você.

A meus pés há uma bandeja com o café da manhã. E sobre ela, uma flor de papel.

Como uma boba, eu a pego e sorrio. Ele me beija e murmura:

— Chega mais pra lá. Vamos tomar café.

— Tá.

Por volta do meio-dia, após fazermos amor, eu o vejo tão bem, tão recuperado, que lhe sugiro mostrar o mercado popular El Rastro de Madri.

Eu o levo até o metrô, um lugar em que Poncho nunca esteve.

— Por fim sou a primeira em alguma coisa — digo, fazendo-o rir. — A primeira a te levar ao metrô de Madri.

Quando descemos na estação de La Latina, sua surpresa é enorme.

Ver tanta gente de todo tipo o deixa atordoado.

Insiste em me comprar uns colares de prata que eu fiquei olhando numa barraca. Para mim, quarenta euros é caríssimo. Para ele, é uma bagatela. Acabo aceitando.

Mas, em troca, em outro lugar eu lhe compro uma camiseta de Madri com a frase

“O melhor de Madri é você”.

— Há não Annie, não vou por isso não.

— Vaaaai, por favooor, é tão bonitinha.

— Isso é muito brega Anahí, pelo amor de Deus.

— Você está aqui de visita, então, você vai leva alguma coisa e essa coisa vai ser essa camisa linda que eu escolhi a dedo para você, agora anda, tira a camisa e põe essa vai, vai !!!

Faço-o tirar a blusa no meio do mercado, para por a que eu lhe dei e ele fica lindo com a roupa nova.

Tiro fotos nossas com meu celular e as guardo como meu maior tesouro.

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