Capitulo 37

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- Você tem razão, pequena. Passei dos limites. Fiquei muito nervoso quando te vi saltar com essa maldita moto e também com os comentários inconvenientes do seu amiguinho e acabei descontando em você - Quando percebe que vou dizer algo, se adianta: - Não quero mais falar desse cara. Aqui, o importante somos eu e você. Por isso vim te buscar.

Seu sorriso. Ai, meu Deus...! Seu sorriso. Que gato ele fica quando sorri...

Sem precisar de mais nada, chego bem pertinho dele.

- Por que temos que discutir por tudo? - digo fazendo um biquinho.

- Não sei.

- Discutimos por tudo, menos por sexo.

- Hummmm... bom começo, não é?

Nós dois rimos, e Poncho pega minha mão.

- Continua zangado? - pergunto.

- Muito.

- Sério?

- Com o que você fez hoje, me roubou dez anos de vida.

- Exagerado. - Sorrio.

- Mas, gostei quando me chamou de bebe.

- Há é?? - pergunto rindo.

Poncho faz que sim com a cabeça e em seguida fecha os olhos.

- Annie, eu queria te contar uma coisa, mas... tem que prometer que não vai perguntar mais nada.

Balanço a cabeça, afirmando que vou ficar quieta.

- Annie, eu tinha uma irmã, Hannah, ela morreu há três anos. Ela era como você, cheia de energia
e vitalidade, adorava esportes radicais..... Um dia me chamou pra fazer bungee jumping com ela e os amigos. Estávamos nos divertindo até que sua corda... ela.... e-eu... eu não pude fazer nada pra salvá-la.

Fico sem ação. Que coisa horrível! Viu a própria irmã morrer.

Agora entendo a angústia que sentiu enquanto eu me divertia com os saltos e derrapagens durante a corrida. Vejo sua dor, quero dizer alguma coisa, mas ele continua:

- É por isso que não consegui continuar assistindo ao que você fazia.

- Sinto muito... eu... eu não sabia.

- Eu sei, querida. - Me abraça com força e murmura - Agora sorria, por favor. Preciso que você sorria e não me pergunte mais nada do que te falei. Dói demais e não gosto de ficar lembrando, combinado?

Faço um gesto de compreensão e, sem falar mais nada, Poncho me beija com verdadeira
paixão.

Sorrio, tento não pensar na tragédia que acaba de me contar e me deixo levar pelo meu amor.

Minutos depois, ele pega o troféu que ainda está nas minhas mãos e fica admirando.

- Vou te matar, loirinha. Você me fez passar uns momentos terríveis.

- Poncho... é motocross, você esperava o quê?

Sorri, me solta e sobe na sua moto com o troféu nas mãos.

- Pra casa, campeã. Vamos comemorar sua vitória como você merece.

No dia seguinte, no lindo chalé de Poncho e após uma noite de paixão e loucuras, nos deitamos nus para pegar sol enquanto planejamos um passeio a Zahara de los Atunes.

Não tocamos mais no nome de Rodrigo. Nenhum de nós quer falar sobre ele.

Poncho beija minha tatuagem. Ele adorou.

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