A reunião começa e eu fico atenta a tudo que falam. Não olho para ele e acho que ele também não está me olhando.
Estou com o notebook aberto diante de mim e temo receber alguma mensagem de Alfonso. Por sorte, não chega nenhuma.
À uma da tarde, a reunião é interrompida. Hora do almoço.
O chefe da sucursal reservou mesa num hotel próximo, e Santiago me convida para ir no carro dele. Aceito de imediato.
Sem olhar para Poncho, que está ao lado de Amanda, passo reto por ele, até que o ouço me chamar.
Peço a Santiago que me dê um segundo e vou até meu chefe de cabeça bem erguida.
— Vai aonde, senhorita Portilla?
— Ao restaurante, senhor Herrera.
Poncho olha para Santiago.
— Pode vir conosco na limusine.
Ótimo. Agora quer que eu vá junto?
Que se dane!
Amanda nos olha. Não entende o que estamos dizendo. Falamos em espanhol, e imagino que isso a incomode.
— Obrigada, senhor Herrera, mas se não se importa, irei com Santiago.
— Me importo — responde.
Não há ninguém ao nosso redor. Ninguém pode nos escutar.
— Pois que o senhor se dane! - falo com um sorriso angelical.
Dou as costas a ele e saio.
Babaca, acha que vou ficar por baixo.
Espanha 1 – Alemanha 0.
Sei que acabo de cometer a maior imprudência que uma secretária pode fazer. E ainda maior em se tratando de Alfonso.
Mas eu precisava disso. Precisava fazê-lo se sentir como eu me sinto.
Sem pensar nas consequências, entre elas a demissão certa, ando até Santiago e seguro seu braço com intimidade.
Entramos em seu Opel Corsa e nos dirigimos ao restaurante, enquanto começo a pensar no desemprego.
Depois dessa, vou ser demitida com certeza.
Quando chego ao estabelecimento, vou com Santiago até o balcão.
Vejo entrar Poncho, seguido de Amanda e dos outros chefes.
Olha na minha direção e posso perceber sua irritação.
Os diretores entram no salão e rapidamente se acomodam em seus lugares. Poncho faz menção de se sentar, mas logo se desculpa com seus colegas e me faz um sinal com a mão.
Eu e Santiago o avistamos, e não posso me recusar a ir.
Dou um gole na minha Coca geladinha, deixo no balcão e me aproximo de Alfonso.
— Diga-me, senhor Herrera. Em que posso ajudá-lo?
Poncho abaixa a voz e sem alterar a expressão de seu rosto, pergunta:
— O que você está fazendo, Annie?
Olha, vejam só voltei a ser “Annie”.
— Tomando uma Coca. Zero, por sinal, que engorda menos.
Minha resposta irreverente o desespera. Sei disso e gosto disso.
— Por que você está me irritando o tempo todo? — pergunta me deixando indignada.
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Peca-me o que quiser
FanfictionRecém-chegado ao comando da empresa Müller, antes dirigida por seu pai, Alfonso tem uma atração instantânea pelo jeito divertido de Anahí e exigirá que ela o acompanhe nas viagens de trabalho pela Espanha. Mesmo sabendo que está se metendo numa situ...