capitulo 43

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Hoje, 28 de outubro, é o aniversário dele. Poncho faz 32 anos e inexplicavelmente estou feliz por ele. Sou mesmo muito idiota.

Não apareceu mais no escritório. Após as viagens de trabalho, foi diretamente para a Alemanha e nunca mais pisou na Espanha.

Estou perdida no meu próprio mundo quando o telefone interno começa a tocar. Minha querida chefe me chama na sua sala.

Assim que entro, ela me encarrega de um monte de coisas e diz:

- Faça também uma reserva pra hoje à noite às nove e meia no Moroccio pra dez pessoas em nome do senhor Herrera. Deve ser no nome dele, se não eles não farão a reserva, entendido? - Faço que sim com a cabeça. - Depois, marque um horário no cabeleireiro pra mim pra dentro de uma hora.

Concordo outra vez e tento controlar o nervosismo.

Poncho está na Espanha? Em Madri? Anny... fica calma!

Procuro na internet o telefone do Moroccio e, quando encontro o número, respiro fundo e ligo.

- Moroccio, bom dia.

- Olá, bom dia. Estou ligando pra fazer uma reserva pra hoje à noite.

- Em nome de quem, por favor.

- Seria às nove e meia, pra dez pessoas, em nome do senhor Alfonso Herrera.

- Ah, sim, o senhor Herrera - ouço o garçom repetir. - Algo mais?

Meu coração vai sair pela boca. De repente, uma ideia me ocorre. É uma maldade, mas seria uma boa forma de me vingar.

- Também gostaria de reservar outra mesa pra duas pessoas, às oito, em nome da senhora Herrera.

- A esposa do senhor Alfonso Herrera? - pergunta o garçom.

- Exatamente. Para a esposa dele. Mas, por favor, não comente nada com ele. É uma surpresa de aniversário.

- Certo.

Desligo e ponho a mão na boca.

Sem hesitar, ligo para Nacho. Hoje à noite serei eu quem o convidará para jantar.

Após o expediente, vou direto para casa, preciso de um banho relaxante, após ficar na banheira por quase uma hora, mergulhada em sais de banho, decido sair e me preparar.

Apos alguns minutos, eu estava pronta, me encaro no espelho e vejo a obra magnífica que eu sei que estou.

Usando um lindo vestido preto de costas nuas, com um decote frontal em V com uma fenda na perna direita, começando do meio da minha coxa, na parte de baixo, por cima do tecido preto, tinha também um tecido transparente, começando da cintura, indo até os pés, também com uma fenda, um tule bem fino e delicado, com pequenas pedrinhas que faziam contraste e dava brilho ao vestido.

Salto alto, uma simples correntinha que adentra o meio dos meus seios, cabelo solto bem cacheado nas pontas, o tom chocolate parece ainda mais brilhoso hoje, uma básica maquiagem, porem caprichei na sombra para destacar a cor dos meus olhos, e estou pronta.

Olho o relógio e são 19:35, ainda da tempo.

Chego ao estúdio de Nacho. Assim que ele me vê, ele assobia
surpreso.

- Uau, você está deslumbrante!

- Obrigada. Você também - digo, sorrindo.

Nacho sorri de volta e abre os braços.

- Só pra você saber, esse é o terno do casamento do meu irmão e estou usando agora porque você me pediu. Não sou nada chegado nesse lance de etiqueta.

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