Com o coração a mil, pego a taça de vinho e bebo tudo de um gole só. Estou sedenta quando o ouço dizer:
— Fique calma. Eles não podem nos ver. Mas se deixam ser observados - explicou - A luz laranja permite ver, e a luz verde convida a participar. Você gostaria?
— De quê?
— De participar.
— Não — balbucio, supernervosa.
— Por quê?
Meu coração quase sai pela boca, e tudo o que consigo responder é:
— Eu... Eu não faço coisas desse tipo.
Ele franze as sobrancelhas e pergunta:
— Você é virgem?
— Nãããããooo! — respondo com extrema efusividade. — Mas eu...
— Tá bom. Entendo. Você faz sexo tradicional, né?
Como uma idiota, balanço a cabeça afirmativamente e ele segura meu queixo para que eu veja o trio, que continua com sua brincadeira voluptuosa.
— Eles também fazem sexo tradicional — acrescenta. — Mas às vezes brincam e experimentam algo diferente. É sério que isso não te atrai?
Sem conseguir tirar os olhos, eu os observo e um gemido acaba saindo instintivamente de dentro de mim quando vejo o tesão daquela mulher. Estou excitada.
— Não... eu... — respondo.
— Te incomoda falar de sexo?
Eu o encaro surpresa. Aonde ele quer chegar com essa pergunta?
— Seus olhos mostram que está nervosa, mas sua boca denuncia seu desejo — insiste — Você não pode negar que o que está vendo te deixa excitada e muito, certo?
Não respondo. Me recuso. E ele, no controle da situação, murmura perto do meu ouvido:
— Você se sairia muito bem. Muito bem,eu iria te proporcionar todo o prazer que você quisesse. É só me pedir e eu te darei.
Como uma boba, faço que sim. Nunca pude imaginar algo assim na minha vida. Não sei para onde olhar. Estou tão excitada que sinto até vergonha de admitir. O lugar, o momento e o homem que está a meu lado não me deixam continuar pensando.
— Nessas salinhas privativas, quem quiser pode assistir a uma cena deliciosa e algo mais. Apenas um seleto grupo de pessoas pode entrar aqui. E, se depois de assistir à cena você quiser participar, é só apertar esse botão e os vidros desaparecerão - diz ele.
De repente fico histérica. Muito nervosa. Não quero nada do que ele está me oferecendo. Tento me levantar, mas Alfonso me segura. Não permite que eu me mexa, e com a respiração superacelerada, eu sussurro:
— Quero ir embora.
— Ainda são onze horas.
— Não importa... quero sair daqui.
— Por quê, Anny? — Ao ver que não respondo, acrescenta: — Pelo que eu me lembre, você disse que estava disposta a tudo.
— Não me referia a isto. Eu... eu não faço essas coisas.
Segurando-me com mais força, Alfonso me obriga a olhar para ele e, após cravar seus olhos claros em mim, murmura perto da minha boca:
— Você se surpreenderia se experimentasse.
— Alfonso, eu não...
— Anny, sexo é um jogo muito divertido. Só precisa ter coragem de experimentar.
Nego com a cabeça, desconcertada. Não quero experimentar. O sexo normal, que conheço, é mais que suficiente e me satisfaz. Após alguns segundos que me parecem uma eternidade, Alfonso aperta os botões, e os gemidos somem. Instantes depois, os vidros se tornam escuros e as cortinas se fecham.
— Obrigada — consigo balbuciar.
Me levanta de seu colo e me olha com expressão séria.
— Vamos, Anny. Vou te levar pra casa.
Meia hora mais tarde e após um estranho mas não incômodo silêncio, rompido apenas por sua conversa ao telefone com uma mulher, chegamos à minha rua. Ele desce do carro comigo e me acompanha. Sua atitude volta a ser fria e distante. Tomamos o elevador. Quando estamos diante da minha porta, quero convidá-lo a entrar, mas ele me interrompe:
— Foi um jantar muito agradável, senhorita Portilla. Obrigado por sua companhia.
Dito isso, beija minha mão e vai embora. Estou excitada e sem palavras às onze e meia da noite. Voltei a ser a senhorita Puente?
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Peca-me o que quiser
FanficRecém-chegado ao comando da empresa Müller, antes dirigida por seu pai, Alfonso tem uma atração instantânea pelo jeito divertido de Anahí e exigirá que ela o acompanhe nas viagens de trabalho pela Espanha. Mesmo sabendo que está se metendo numa situ...