Questão de escolha

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- Espera, então vocês se beijaram mais umas três vezes e aí os pais dela chegaram? - Penélope gritava, quase atraindo a atenção de todos na biblioteca

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- Espera, então vocês se beijaram mais umas três vezes e aí os pais dela chegaram? - Penélope gritava, quase atraindo a atenção de todos na biblioteca.

- É, mas se controla pelo amor de Deus. - falei, sentindo meu rosto queimar.

Aquela manhã parecia algum tipo de sonho, não sei, todo o meu corpo estava tenso e meu peito era um amontoado de emoções, como se de alguma forma eu ainda estivesse lá, no quarto dela, beijando-a como se não houvesse amanhã.

Era quase impossível de acreditar que Amber Brown não havia me repelido ou me expulsando em nenhum momento daquela noite, nem mesmo quando a beijei pela terceira vez e ela se agarrou a mim como se eu fosse um bote salva-vidas. Eu estava certo, certo de que ela me queria, e que poderia até não ser um produto racional, mas com certeza era um desejo paupável no seu toque.

E como não se trata de algo racional e fácil de ser explicado, Amber simplesmente resolveu desaparecer na manhã seguinte. Não só faltando as aulas, como também ignorando meus telefonemas e minhas mensagens.

- Não acredito tudo isso realmente aconteceu, é como se eu estivesse sonhando. - Penélope disse, suspirando em adoração.

- Não se anima muito, já que agora ela se recusa a falar comigo. - comentei, sentindo um gosto amargo na minha garganta.

- Amber deve está pirando, conheço aquela garota. Nesse exato momento, ela deve estar se perguntando o que aconteceu e se lamentando por ter traído o seu juramento de fidelidade eterna. - Penélope falou, sendo um pouco dramática.

- Você acha que ela se arrependeu? - senti meu peito apertar em angústia.

- Racionalmente falando? Com certeza!

- Obrigada Penélope, é sempre bom contar com você para me acalmar. - falei ironicamente.

- Sem drama por favor, agora tudo o que preciso fazer é falar com a Amber. - ela disse, animada.

- Faça isso, porque eu estou me controlando para não ir até a sua casa. - confessei.

- Nem pense nisso, você vai assustar a garota. - Penélope me reprimiu, confiscando meu celular logo em seguida. - E para de mandar mensagens.

- Bloqueia o visor. - pedi, ao notar que ela estava lendo minhas conversas.

- Uau, você é mesmo um bobão apaixonado. - Penélope disse, segurando o riso.

- Me devolve.

Agarrei seu braço e ela soltou um gritinho irritante, atraindo a atenção da bibliotecária que simplesmente apontou para a porta, indicando que estávamos expulsos por prejudicar a paz da biblioteca. Revirei os olhos para Penélope e ela soltou um risinho vitorioso, guardando o meu celular no bolso da sua jaqueta.

Mais tarde, quando voltei para casa, eu simplesmente não conseguia parar de pensar na Amber e em nossas possibilidades, Penélope me garantiu que iria na casa dela logo após as aulas, e a percepção de que as duas já deveriam estar conversando me deixava nervoso.

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