Quando acordei hoje de manhã, estava sozinho como sempre acordava, completamente enrolado nas cobertas e abraçado aos travesseiros. Abracei ainda mais forte o que tinha o cheiro da ruiva e percebi que me sentia mais leve. Um tanto mais em paz comigo mesmo.
Embora o dia anterior desse a impressão que foi um verdadeiro desastre, ele me libertou de muitas coisas pesadas que carregava dentro de mim.
Me desapeguei de alguns medos e carmas que não estavam me deixando seguir em frente. E agora, queria era de fato, recomeçar a viver. Inalei um pouquinho mais daquele perfume que me fazia companhia, imaginando de antemão como seria bom acordar do lado dela todos os dias da minha vida.
Eu dei um espirros involuntários e deveria ser ao fato de ter os pêlos do Sebastián no meu nariz. Sinal claro que ele dormiu com a gente. E pelo visto, até ele estava quebrando as regras da casa por causa daquela garota. Já que a sua cama, fica ao lado da minha. E ele nem poderia dormir conosco.
Provavelmente, deve estar agora fazendo o que eu não posso com a Nayla. Se enroscando em suas pernas e ganhando muitos carinhos.
Dou um sorriso pensando que ele tem mais sorte que eu. Pois vou ter que levantar, levar os remédios lá pra baixo onde eu possa ter acesso a eles mais fácil e cumprir o que prometi a ela. Tomá-los. Tirar uma longas férias e repousar.
Virei de costas no colchão encarando o teto. O que vai ser de mim se eu chegar lá embaixo e ela não estiver mais aqui? Se tiver juntado suas tralhas e ter ido embora? Esse medo me prende a cama e rouba a minha coragem. Pelo visto, já não posso mais viver sem a ruiva.
Começo a imaginar cenas banais de cotidiano nosso. Tais quais sairmos juntos para trabalhar, dormimos bem coladinho, belos encapetados ruivos pela casa. Filhos, onde um dia eu pensei tê-los?
Nesse momento penso em Marcos. E na falta que aquele peste está me fazendo. Acho que vou pedir para Any deixar ele ficar comigo no próximo final de semana. Penso em talvez, levar ele no shopping ver aquele filme de ação que tanto quer. Comprar uns jogos que condizem com a idade dele e não aquele absurdo que a gente gosta tanto.
Quem sabe, até a ruiva vá com a gente? Ele com certeza compararia ela com a Natasha do jogo também. Penso que seria legal, acharmos um personagem para ele. Fazê-lo se incluir em nosso mundo.
E nesse momento, lembro que ela não sabe sobre ele ainda. Que pensa que sou o playboy dono dessa mansão. E que a história que o envolve é a mais absurda possível que ela já possa ter ouvido.
Imagino mil maneiras de chegar lá em baixo e contar que tenho um filho de oito anos, e pior, que é com a minha cunhada. E o mais ridículo disso, é que nunca sequer dormimos juntos.
Imagino a cara dela de espanto. E talvez, eu leve de cara um fora por causa dele. Me dou conta nesse momento, que a mulher que eu escolher para ser minha companheira, tem que gostar não só de mim. Mas, também daquele pedaço meu que quero que faça parte da minha vida.
Daí eu lembro que possa ter problemas com a Any. Talvez, ela não me deixe ficar com Marcos e tenhamos que entrar na justica pela sua guarda. No momento, até por estar doente, decidi que o melhor era ele ficar com ela.
Mas, é óbvio que eu quero participar da vida dele. Da escola, dos aniversários, das conversas que vamos ter sobre as garotas e todos assuntos possíveis que forem surgindo no decorrer dos anos. E eles me dão medo. Não deve ser fácil conversar sobre os problemas do mundo com um adolescente.
As guerras, o comportamento do ser humano na sociedade, o preconceito, a decepção sobre tudo o que dá errado na nossa vida. Ainda tenho que falar com ele sobre percas. Principalmente as causadas pela morte. As dos amores que nos rejeitam e as portas que são fechadas em nossa cara mediante a inexperiência nas nossas profissões.
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Armadilha do Destino
RomanceEntregar o amor da sua vida diante de um altar, aos braços de outro, com o tesmunho de todos os familiares e pessoas ligadas à família, literalmente destruiu Leonardo por dentro. Ele sabia que era o certo a ser feito. Ela precisava da companhia daqu...