Capítulo 13

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O caminho de volta para casa foi um tortuoso silêncio. Dentro do carro só se ouvia a respiração pesada de Duque no banco de trás. Volta e meia eu encarava aqueles olhos azuis pelo espelho e tentava imaginar o tamanho do prejuízo que ele me traria nos próximos dias.

Nayla  ao meu lado é pura tristeza. E nada me tira da cabeça as coisas que Lorenzo a acusou de fazer. Porém, o pensamento que mais persiste em torturar minha mente é se Diogo era seu namorado?

Que diferença isso iria fazer na nossa relação? Nada. Primeiro, por que nem consigo por em números com quantas garotas já transei. E segundo...

O cara tá morto! Não representa ameaça ao nosso relacionamento. Representa? Daí eu lembro da Any, que mesmo encontrando Noah, ainda carrega o amor pelo Chris em seu peito. E de um modo bem ignorante, acredito que não quero ser a segunda opção na vida de Nayla.

--- Ele não era meu namorado...--- A voz dela quebrou o silêncio.--- Mas, sim. Ele queria ser.  --- parece que além de farmacêutica ela é uma bruxa que lê pensamentos.

--- Tudo bem, eu vou superar...

--- Superar? Que coisa mais ridícula! Ana disse na minha cara que era sua namorada! E eu tenho que superar isso?--- tinha raiva nas palavras cuspida de forma violenta.

--- Já terminei com a Ana faz tempo...--- enguli meu ciúme com gosto amargo.

Ciúmes de uma garota. Realmente isso era uma novidade. Mas, imaginar Diogo a tocando, beijando seus lábios, e pior! Levando ela para sua cama corroia meu ego por dentro.

--- O que o Lorenzo falou...

--- Esquece, ele é um idiota! E mesmo que você seja uma traficante, vou ficar do seu lado.--- pousei a minha mão na sua coxa e lhe dei um sorriso.

--- Eu não sou...

Nesse momento, tive que abrir as janelas do carro para o ar puro entrar. Parece que o novo amigo dela ali no banco de trás, tem problemas de gases. E soltar um sonoro, nojento e fedorento "pum", quase nos matou sufocado...

--- Céus! Esse cachorro tá podre!--- tapei o nariz com uma das mãos.

--- Acho melhor a gente parar!--- Nayla falou com a voz fanha por repetir o mesmo gesto que eu.

Sim. Era melhor parar. Ainda bem que estávamos perto de casa. E assim que encostei o carro na frente da garagem, ele pulou no meu colo e fugiu pela janela aberta.

Acredito que querem que eu nunca mais tenha filhos. Pois, o peso dele esmagou o possível brinquedo da Nayla com uma certa violência que foi impossível segurar o grito de dor.

--- Não dava pra esperar abrir a sua porta, caramba!--- gritei. Como um cachorro daquele tamanho fez aquilo? Pular a janela? Ou melhor, conseguir passar por ela!

--- Ele estava apertado!--- ela saiu de imediato atrás dele.

Evidente que deveria estar. O mal cheiro ali dentro denunciava a urgência. Não abri os vidros traseiros para evitar a sua fuga. Não que desse importância a esse fato. Mas, se ele fugisse, teria que perder meu dia procurando o cachorro para Nayla.

Olhei pelo espelho retrovisor e o vi já testando a minha paciência. Já tinha passado pela cerca viva da Dr Laís e até poderia imaginar pelo grito dela, o que estava fazendo no seu jardim.

Respirei fundo com a mão ainda sobre o colo tentando contem a dor que o idiota provocou em mim. Olhei o Porsche da Any assim que o portão abriu e decidi acabar de vez com a malandragem do cachorro antes que ele descobrisse aquele brinquedo.

Armadilha do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora