Apresentar o closet da Any para Nayla foi como apresentar o natal mais cedo para uma criança. Porém, era fato. Nada ali iria servir nela. Foi uma ideia ridícula minha trazer ela ali para escolher algo mais feminino do que poderia oferecer em meu armário. E como dizer isso sem levar uma bronca?
--- Talvez, a gente encontre algo no meu armário que lhe sirva melhor...--- tentei falar quando ela me atirou mais uma peça de roupa enquanto esperava que se vestisse. --- Não tá vendo que nada te serve?
As camisas não fechavam os botões. As calças? Confesso que estava gostando do rebolado que fazia para tentar entrar nelas a todo custo. Os vestidos? Não fechavam o zíper por mais que ela prendesse a respiração.
--- De quem era esse armário, caramba? De uma criança?--- ela já está de novo só de cueca na minha frente e eu posso ter uma boa panorâmica dos seus seios mal coberto pelo braço que ela passou a sua frente tentando escondê-los.
--- É da minha cunhada, mas ela é bem mais magra que você.-‐-- falei sentido o cheiro do perfume da Any nas roupas que já tinha sobre o colo.
Por mais que fossem lavadas, aquela suave fragrância que o meu irmão buscava direto de Paris para ela, se mantinha sutilmente no tecido. E isso me despertava uma saudade imensa dela.
--- Está me chamando de gorda?--- a fúria no olhar dela poderia me queimar vivo.
--- É claro que não! --- quando de fato vou aprender a ficar de bico fechado?
--- Então...?
--- Entenda, amor...--- joguei a pilha de roupa no sofá ao qual a aguardava e fui até ela.--- Você é perfeita!--- a segurei pela mão livre e a fiz girar em torno de si.--- Só que tem partes bem mais avantajadas que ela!--- e quando ela quis me fuzilar com o olhar...--- Eu amo esses seus peitos, suas coxas grossas e essa sua bunda... redondinha?
--- E eu vou sair pelada?--- gritou comigo.
--- Que tal um moletom meu? Já está com a minha cueca mesmo!--- ela fez um beicinho adorável. Mas, estava triste. --- Eu compro roupas como essas pra você depois que visitarmos seu amigo.-‐- tentei ser gentil
--- Eu não sou uma meretriz! E não pense que vai me comprar com roupas ou sei lá oque!--- falou furiosa passando por mim e sentando no sofá do closet cobrindo o rosto com a mão livre e já querendo chorar. --- Eu quero as minhas coisas!
--- Eu sei que é difícil, Nayla. Mas, não pode voltar para sua casa agora. Aceita uma muda de roupa minha, deixa de ser marrenta!--- joguei as mãos ao alto e depois sentei ao seu lado.
--- Tudo bem... --- deixou-se convencer.
Abracei ela pelo ombros e beijei seus cabelos. Por incrível que pareça, ela ali na minha frente quase nua não estava me deixando excitado. Parecia ser natural sua presença pela casa. Não havia mais aquele apelo pelo sexo como antes. Ou... A frigideira na minha cara domou essa minha tara de vez.
Fomos ao meu quarto e ela escolheu um conjunto azul escuro. Recolocou a camiseta de ursinho e para sua felicidade, seus pés couberam num tênis caríssimo da Any. E como a Any, ela ficava linda em qualquer trapilho que usasse.
Quando saímos ao jardim e abri a porta da garagem, ela logo se apressou a dizer ...
--- Eu dirigo!--- saiu em disparada a garagem já esperando que lhe jogasse as chaves do carro.
Eu não consegui conter a risada, joguei a chave que ela pegou no ar e logo teve a segunda maior decepção da sua vida, depois das roupas caras da minha cunhada não servirem em seu corpo.
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Armadilha do Destino
RomanceEntregar o amor da sua vida diante de um altar, aos braços de outro, com o tesmunho de todos os familiares e pessoas ligadas à família, literalmente destruiu Leonardo por dentro. Ele sabia que era o certo a ser feito. Ela precisava da companhia daqu...