Capítulo - 9

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Quando a campainha tocou por uma segunda vez, era visto que alguém tinha que atender. Olhei Nayla apreensivo. Não tinha previsão de visitas e sei que meus amigos sempre ligam para saber onde de fato podem me encontrar.

Pelo nervosismo da ruiva, temia que fosse seus perseguidores. Mas, no fundo achava que isso era pouco provável. Tomei todos os cuidados possíveis para despistá-los. Respirei fundo e deduzi que poderia ser o nosso vizinho médico. Quem sabe, quisesse saber como estava me sentindo ou cobrar a consulta que fez.

Mesmo assim, gesticulei para que ela se escondesse. Não queria que a vissem em minha companhia pelo menos por enquanto. Mostrei a porta dos fundos e sabia que era esperta o suficiente para uma fuga caso fosse necessário.

--- Se precisar, usa a frigideira para algo mais útil que acertar a minha cara!--- brinquei levantando e indo em direção à estante da sala.

Peguei a arma na gaveta, conferi a trava e a munição e fui para porta. Inspirei fundo e soltei de rompante. Levei a mão com a arma atrás das costas e abri devagar a porta.

---- Já estava quase chamando uma ambulância! --- Ana entrou como um furacão sem se quer ser convidada.

--- Mas, que diabos você está fazendo por aqui?--- ainda deixei a porta aberta pensando que poderia entender que não queria sua presença por ali.

--- Vendo se sobreviveu ao maior pé na bunda que levou!--- colocou uma caixa no passa prato e voltou onde eu estava.--- Eu vim cuidar de você...

Antes que pudesse lhe dizer mais alguma coisa, dependurou-se no meu pescoço e me beijou. Um beijo quente, de língua, um verdadeiro beijo de cinema. E eu deixei? Sim, de uma forma ou outra precisava esconder a arma na cinta da minha calça. E depois, estava tão surpreso por ela ter tamanha cara de pau que nem me dei conta do ato.

---Já viu que estou vivo! --- a empurrei com força para me soltar daquele "enforcamento".--- Já pode ir em embora!--- Apontei a saída.

--- Eu vim cuidar de você, Leozinho... --- foi a até a porta e a fechou.--- Temos um dia inteiro só para nós! E o que você quer fazer primeiro? Tomar café ou subir para o seu quarto?

--- Nay, você já pode usar a frigideira!--- gritei quando Ana se aproximou de mim para um novo beijo.

--- Nay? Quem é, Nay?--- Ana voltou-se em direção ao meu olhar e viu a ruiva em frente ao passa prato com a frigideira em mãos. --- Nayla? O que você está fazendo aqui?

--- Espera ai, vocês se conhecem?--- por essa não esperava.

--- Bom amorzinho, eu sou a namorada do Léo!--- Nayla tinha um deboche incorrigível em seu olhar. --- Me diz, o que você está fazendo aqui?

--- O Léo querida, é o meu namorado...--- Ana pousou as mãos nos quadris a enfrentado.

Minto em dizer que não estou lisonjeado em ver as duas se intrigando por minha causa? Não. Estou muito vaidoso com isso. Mas, eu conheço a Ana e já vi o lado sombrio da Nayla. Resolvi de vez acabar com aquele olhar cerrado das duas uma contra a outra.

--- Eu estou namorando, Ana! Novidade? Sim. Eu sei. Mas, resolvi que preciso de uma companheira!--- fui até Nayla a abracei por trás e lhe dei um beijo na boca.--- Ao menos que vocês duas tenham um caso?--- perguntei lembrando de ela ter mencionado um "amorzinho" para Ana. Meu estômago embrulhou com o pensamento.

Não pelo preconceito. Mas, por pensar em passar de novo pelo constrangimento de ter que dividir a namorada com outra garota. Nayla e ela colocaram o dedo na boca simultâneamente fazendo uma cara de ânsia. O que também deixou bem claro que não são amigas.

Armadilha do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora