capitulo 28

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Um banho morno e um bom sexo com a namorada embaixo do chuveiro me ajudou a recobrar um pouco do meu juízo.  A boca de Nayla apagou o gosto do beijo do Samuel que ainda persistia na minha boca e agora o nosso caso parecia ter se encerrado de vez. Será? 

Tinha minhas dúvidas.  Ele é uma caixa de pandora que depois de aberta pode ser um desastre total à quem está por perto. Esperava um pouco de juízo dele nesse momento. No mínimo, bom senso de entender que não quero um relacionamento onde haja um trisal. Ou será que quero?

Agora era só encarar a sargento no escritório e bolar uma estratégia de ação sobre quem está por detrás de Lorenzo, para que ele quer as drogas de Nayla e esperar que Samuel traga informações satisfatórias de Ana. 

Ana...

Quando a Any souber que amarrei ele a ela... 

Não quero nem ver aquele demônio que existe dentro dela me esganando de novo. Posso lembrar perfeitamente de quando isso aconteceu pela última vez. Passo a mão em volta do pescoço e parece que ainda posso sentir a pressão das mãos dela sobre ele.

— Está tudo bem, Léo? — Nayla percebe minha aflição diante do espelho e rouba um beijo na minha boca quando me obriga a encará-la.

— Está sim, amor...— retribui  sem o mesmo entusiasmo, pois é uma mentira.  Nada está bem!

Desci os degraus lentamente com Nayla ao meu lado e o cachorro já tinha seu lugar no tapete da sala onde uma vez  existiu uma mesa vidro que ele mesmo tinha quebrado. Ordinário! Até a Any que odeia cachorros ele conquistou!

Dei um beijo na testa de Marcos que jogava um jogo bem comportado e minha namorada sentou ao seu lado para tentar uma amizade com ele. Noah havia saído com Laura para o supermercado e o olhar de Any atrás da bancada de mármore da cozinha me indicou o antigo escritório de Chris. 

— Então... — Ela sentou-se na cadeira dele e alisou o couro do escoro dos braços dela como se estivesse alisando a pele do meu irmão. Talvez, ainda sentisse o cheiro dele ali. — Uma garota atropelada, uma traficante, uma bandida...

— A vida é complicada demais, Any. Não acredito que queira que desperdice meu tempo explicando tudo de novo pra você!— sentei na  cadeira à sua frente a encarando sério.

O engraçado é que ela nunca se sentou naquela cadeira enquanto meu irmão estava vivo. E quando ela faz isso agora, quase sinto a presença dele.  Pois os dois tinham o mesmo ímpeto pelas palavras que diziam. Uma sobriedade no assunto que tratariam que deixava qualquer um apavorado se fosse culpado. Eu era culpado de alguma coisa? Sim. Muito.  Mas, não vou admitir isso nem sob tortura.

— Você tem razão... — Ela foi até a estante e trouxe uma garrafa de whisky e dois copos. — Vamos direto ao ponto então...

— Bom, Samuel achou escutas pela casa. Invadiu as câmeras de vigilância e descobriu que em algumas datas elas foram adulteradas.  Tipo, quando as crianças viram os fantasmas em seus quartos. Ele acha que daria pra alguém por uma escada no tempo que ficaram em lupin visual, subir e descer por ali...

— E pra quê? — ela me serviu. — Olhe quantos pontos cegos temos nesta casa! E o que teria de valioso lá em cima? Tudo que temos de valor está no cofre — apontou o dedo para foto de casamento deles na parede. — Ou no banco, então?

— Então... — Queria que ela continuasse a frase, porém...

— O que você realmente sabe sobre os negócios do Chris? — Any me perguntou com seriedade virando sua bebida num único gole.

Armadilha do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora