Fugi de Nayla assim que o dia clareou. De novo, acordei com ela dormindo abraçada em meu corpo e admito que Sam tenha razão. O prazer do sexo é momentâneo, esse que ela me apresenta por sua simples companhia é delongado, gostoso e me faz um bem imenso.
Dei um beijo no seu ombro antes de levantar, ela resmungou algo que não entendi e abraçou meu travesseiro livre. Ver ela dormir era extasiante. E me perguntava, como essas coisas tão simples e banais estavam me prendendo em uma relação.
Desci até a cozinha, tomei a segunda dose do remédio que os ruivos prepararam. A melhora é absurda comparada à morfina. E sim, isso deve valer uma fortuna, já que não tem os mesmos efeitos colaterais da outra droga tão devastadora. Coloquei a máquina para fazer café e fui até a sala da academia atraído pelo barulho da esteira.
— Bom dia, querido! Dormiu bem? — Sam corria nela, percebeu minha presença pelo espelho à sua frente e resolveu como sempre, brincar comigo. — Tá com uma cara melhor, pele bonita, cabelo arrumado... Rolou alguma coisa?— a voz era ofegante por causa do exercício.
— Bom dia..— Fui a até a frente do aparelho e fiquei o observando. — Eu virei loja? Todo mundo usa a minha roupa agora?— ele tinha uma calça de moletom minha e uma regata. — E pior, como entrou no nosso quarto e nem vimos?
— Nosso quarto? Que chique, hein?— diminuiu a velocidade e continuou andando.— Peguei no varal, espero que não se importe...
— E se eu disser que me importo?
— Desligo a esteira, tiro a roupa e a devolvo pra você!
— Não, muito obrigado!— consultei o relógio na parede e faltavam uns dez minutos para as seis da manhã. — Pra que acordar tão cedo pra caminhar?
— Para ficar gostoso para as gatinhas...
— Que gatinhas cara! Você nunca tem uma! — se queria uma encrenca com Samuel, acabei de conseguir.
— Vai começar como seu irmão? Eu tenho outros propósitos na vida além de foder meia cidade! — Sam desceu da esteira e sentou-se no aparelho de bicicleta que era da Any somente para descansar.
— Me desculpe. Eu não quis...
— Me chamar de gay? Isso já perdeu a graça a muito tempo! E se eu for? Vai mudar em alguma coisa a nossa amizade?
— Não. Em nada...
— Ótimo mesmo! Por que detestaria deletar seu contato da minha agenda!
— Samuel levantou e foi até bem perto do espelho se alongar. — Daqui a pouco o Lorenzo vai estar aí. O que vamos dizer pra ele?— Essa era uma boa hora para você no mínimo ser bissexual...— deixei escapar.— Ele vai matar a gente! E talvez um ruivo charmoso que nem você o acalmasse...
Nós dois rimos. Conhecemos Lorenzo o suficiente para ter uma dimensão exata da fúria que vai ficar quando descobrir que Samuel trollou ele só pra ganhar tempo para investigar Nayla antes.
— Acho que não faço o tipo dele...— Sam passou por mim e me deu um tapinha no ombro. Entrou no banheiro, despiu-se e encarava uma ducha de água fria. — Me empresta outra muda de roupa?
—Preciso que me faça um favor...—Fui até o varal e peguei uma outra muda completa. Calça jeans, camisa e cueca.
— Não... — rebateu sem sequer escutar o que pediria.
— Você nem sabe o que é?
— Nem preciso pra saber que é encrenca!— ele olhou as roupas que entreguei e as vestiu. — Me explica o por quê de uma calça tão apertada?
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Armadilha do Destino
RomanceEntregar o amor da sua vida diante de um altar, aos braços de outro, com o tesmunho de todos os familiares e pessoas ligadas à família, literalmente destruiu Leonardo por dentro. Ele sabia que era o certo a ser feito. Ela precisava da companhia daqu...