capítulo - 8

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Sebastián caminhou pelo balcão até a minha frente e grunhiu mostrando as presas. Pelo visto, ele também me acha um babaca. Sem muito o que fazer, coloquei as mãos  à cintura e descidi rir da situação. Tinha que dar um basta nisso. Nayla definitivamente é uma bela chave de cadeia. E se eu não  me cuidar,  ela vai me pôr lá por assédio. Ou na pior das hipóteses, vou ter que procurar uma lei que me proteja das pancadas que ela anda me dando....

O rosto inchou um pouco. Ainda arde mas pelo visto, a pancada não fez desistir dos meus planos inicias. Devo ser um idiota mesmo. Estufo o peito de ar e resolvo de vez pôr em pratos limpos o que quero dessa nossa  relação...

--- Eu quero você na minha cama! Sem roupa! Quero te beijar inteira! Quero fazer com você o que eu não tenha feito com nenhuma outra garota!--- me aproximei dela e iria beijá-la quando vi a faca de geléia apontada à  minha barriga.--- Mas, se você só quer me beijar... Tudo bem... Só me avisa, onde é a porra do seu limite e não repete mais isso que você fez comigo! Se comporta, caralho!--- ela me sorriu envergonhada. Tentadoramente.

Ignorei a arma dela e voltei a minha empreitada na sua boca a segurando  forte pela nuca. Confesso. Para não cair em tentação outra vez, decidi que a área de conforto dela era no máximo até os ombros. Me limitei a esse perímetro. E ela sossegou. Pelo menos, por enquanto

--- Mas... Você tem que parar de me provocar! Entendeu?--- coloquei a sua franja atrás da orelha, admirando aqueles belos olhos dela e ainda lhe dei um beijo na testa.---Eu não sou de ferro, Nayla! E estou completamente apaixonado por você!--- confessei.

Os olhos de falsa assustada dela entenderam o recado. Endireitou o corpo e tentou me servir. Ela vai me provocar de novo. É só uma questão de tempo. Quando estiver desprevenido. Frágil. Decido por vez, que vou redobrar os calmantes...

--- Ok. Vou me comportar. Quer Café?---dissimuladamente apontou uma mesa farta com as delícias que havia preparado.

Me sentei à sua frente. Sebastian se apossou de uma cadeira também ao seu lado.  E ela já lhe deu um pedaço de panqueca na sua boca. Definitivamente, estou com ciúmes do meu gato. Por que essa doida não me trata carinhosamente assim?

Esrufei o peito de ar e o soltei de uma vez só. Me arrumei na cadeira e decidi voltar ao plano inicial de quando descia a escada. Até por que, já tinha me declarado de sopetão.  Mais doce, nem tão calmo, e temendo que fosse uma ideia estúpida depois do que aconteceu.

--- Nayla... Você... Então...--- não acredito que estou travado em dizer três palavrinhas que ensaiei enquanto tomava banho.

--- Eu o quê? Já disse que tudo bem. Não vou mais te provocar.--- ela tentava fugir do meu olhar.--- Aprendi a lição.

Eu lhe sorri. Acho que os dois aqui aprenderam uma grande lição sobre limites alheios. E eu tenho que trabalhar  o meu controle. Estou habituado  a mulheres que não me impõe limites sobre seus corpos. Eu peço, elas cedem. Sem imposições.

Tentei recomeçar. Mesmo sentindo o ardor da frigideira ainda no meu rosto e o meu "Eu" interior dizendo que isso era uma puta estupidez!

Ela sorriu vendo todo o meu nervosismo. Talvez, já até soubesse o que iria dizer. Ela sabe que me tem na mão. E eu tenho medo que o que pretendo lhe dizer ainda lhe dê mais poder.

---Fala aí! Ou o gato comeu a sua língua?--- sorriu com o miado desconcertante que Sebastián deu pra mim.

--- Sério, Nayla! Estou tentando ser um adulto comportado e você vem com gracinhas?--- inspirei profundamente outra vez e devo ter feito outra  careta olhando meu gato de espectador---Você quer...--- enguli a frase. Ela é besta demais para a minha idade. E puta que pariu! Por que eu não consigo dizer?

Armadilha do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora