capitulo 29

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O silêncio do jantar só foi quebrado pelo falatório das crianças.  Noah  não está feliz com a volta para aquela casa e deixa bem claro isso no olhar sisudo que mantém o tempo inteiro sobre mim e Nayla. Any, ainda está furiosa pelo contato do Samuel que apaguei sem explicação. E Nayla...

— Será que ele consegue driblar a fera? — ela beija meu rosto enquanto fala tentando me tirar da viagem pra qual meus pensamentos me levaram.

— Não sei... Ana é ardilosa! Uma cobra! Já estou arrependido de ter pedido isso pra ele...

— É por isso que não está interessado em mim? — ela monta no meu corpo e me olha no fundo dos olhos.

— Como assim, Nayla?

— Como assim? Eu estou pelada em cima de você e o seu amiguinho lá embaixo tá tirando um cochilo! — Ela brinca.

— Meu "amiguinho" trabalha conforme eu sou estimulado, talvez não esteja fazendo o serviço direito, por isso ele está "cochilando" ainda! — rebati tirando ela de cima de mim e voltando a atenção ao teto do quarto. Não consigo parar de me preocupar com Samuel!

Ele está tão encrustado em meu subconsciente que estou quase me levantando e indo o socorrer daquele encontro estúpido que arranjei pra ele. Não sei por que isso está abalando  o meu psicológico. Ele é homem, soldado, deve saber lidar com uma garota! Ou será que mesmo tentando me convencer do contrário, estou é  na verdade com ciúmes dele com Ana? Era só o que me faltava!

— Primeiro seu Leonardo,  eu não sou um prostituta para "trabalhar " em você! — Nayla bateu em mim com o travesseiro vendo que nem estava prestando atenção  nela e já foi se levantando. — Segundo, seu amiguinho estava bem feliz com os pegas que o Sam te deu mais cedo! Ou seja, ele precisa estar aqui, "trabalhando" comigo pra você se animar?

— Deixa de bobagens... Só estou preocupado e cansado. O dia foi horrível! A conversa com Any também! Então... Me dê um desconto, ok?

— Claro! Vou fazer uma promoção! — Ela juntou as roupas do chão e rumou ao banheiro. 

— Nayla! O que pensa que vai fazer?— como não houve resposta dela levantei e fui atrás dela. — Nayla! — A porta do banheiro estava trancada e logo em seguida ela saiu lá de dentro toda vestida.

— O que vou fazer? O que já deveria ter feito!

O cabelo dela estava preso num rabo de cavalo que me chicoteou o rosto com extrema violência quando me deu as costas. Tentei a segurar pelo braço, mas escapou da minha pegada e já se encaminha em direção às escadas.

— Nayla! Onde pensa que vai uma hora dessas! — Falei sussurrando já correndo atrás dela.

— Pra casa! — me empurrou assim que tentei impedir que se aproximasse da geladeira.

— Casa? Tá maluca, garota? — fechei a porta da geladeira com violência e a prensei nela com meu corpo. — Deve ter bandidos lá te esperando! Quer morrer igual o Diego?

— Eu não vou ficar aqui, nem mais um minuto! — falou alto demais. — A sua cunhada me odeia! Tem um cara dando em cima de você descaradamente e pelo jeito, conseguindo te seduzir! E não vou ser a sobra!

— Sobra? De onde tirou isso? Eu amo você! E só estou cansado! E além do mais... — Confessar era um peso, mas respondia muitas questões. — Tomei os remédios certinhos ontem e hoje. E isso é efeito da medicação! 

Soquei a geladeira e me afastei dela. Óbvio que se você toma uma dose cavalar de remédios pra te acalmar, coisas como falta de ereção surgirão. E daí vem a questão, só sirvo pra ela quando estou apto ao sexo?

Armadilha do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora