Capítulo - 10

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Quando Ana saiu era hora da verdade. Pelo visto, eu e Nayla tínhamos que por muitos pratos à limpo primeiro para depois se engachar num namoro. Não pensei que fosse tão difícil levar um namoro à sério. Essa história de ficar se conhecendo era exaustiva e parecia bem decepcionante. Saber a verdade alheia, não era tão simples. Nem confortável. Já estou com saudades dos namoricos às cegas. Daí eu lembro, tirando a Ana, nunca namoriquei...

---- Que história é essa do roubo? --- disparei sem dar tempo para que pudesse bolar uma desculpa.

--- Então... O que você tem na geladeira...

--- Eu tenho?--- cortei o embalo dela de me envolver em suas confusões.--- Você tem, querida! Você, trouxe essa química ou sei lá oque e colocou na minha geladeira! Você, está me seduzindo! Talvez, em troca de proteção ou defesa...

--- Eu não estou te seduzindo por causa do meu remédio!--- Nayla gritou comigo nervosa com as acusações.--- E no que você pode me ajudar? Vai atirar no meu chefe? O que você é? Mafioso? Bandido?

--- Advogado... --- falei manso a interrompendo. Ela tem uma voz vibrante, forte e não tenho intenção que meus vizinhos saibam que  mal comecei um namoro e já estou discutindo aos berros a nossa relação.

Depois, lembrei da minha arma presa na cinta. Logo a peguei  e levei ela de volta ao seu lugar na estante. Talvez, me ver armado a tenha deixado assustada.

--- Advogado? Sério?-‐- ela começou a rir, e acredito que era de nervoso.--- E eu mandei você  parar... --- me lembrou de minutos atrás--- E você continuou...

--- Eu sou criminalista...--- dei uma risada maior ainda. Já que casos de assédio sexual chovia na minha mesa diariamente. --- Nayla, Advogado, não anjo! Nem santo! Meu Deus! Você tá me torturando nessa questão!--- Alterei dessa vez a minha voz irritado.

Sebastián subiu no passa prato e grunhiu ferozmente para mim. Poderia estar louco. Chapado pelos remédios talvez. Mas, o gato estava defendendo ela, literalmente com unhas e dentes.

--- Olha aqui seu traidor!--- gritei com Sebastián que levou a pata ao dedo que lhe apontava disposto a me machucar com as unhas assim que me aproximei dele.--- Sou eu quem paga a sua ração! Que te leva no veterinário e que gasta uma verdadeira fortuna naqueles ratos de mentira que perde pelo jardim! É do meu lado que tem que ficar! Não do dela!

--- Léo! É um gato!--- Nayla cobriu a boca tentando conter a risada.

--- É um monstro traidor!--- Sebastián se armou com a fúria de uma pantera nos olhos. Ele definitivamente estava disposto a ser o guardião da ruiva.

--- Ok, sem brigas meninos!--- Nayla o pegou no colo e começou a afagar sua cabeça para que se alcamasse.

--- Por quê, não faz isso comigo? Ele é um gato Nayla! Eu... Quero ser o seu marido!--- explodi.

Por um momento, me afastei dos dois apertando os dedos contra as palmas das mãos. O que foi que tinha dito? Marido? Só tem uma mulher que eu realmente quis ser marido. E lutei por ela vinte e seis anos com todas as armas que estavam ao meu alcance e que não pudessem ferir o meu irmão.

Nayla? Ela era uma uma gata rebelde que catei na rua a vinte seis horas atrás. Uma ladra! Uma sedutora! E eu querendo ser seu marido? Estava ficando maluco? Ou...

--- O que tem naqueles vidro?--- voltei bem perto dela a encarando nos olhos.--- Fala a verdade, ou a porta da rua vai ser serventia da casa!--- Apontei a porta com o coração acelerado ao limite.

Se ela fosse embora... Acredito que perderia até o gato que estava em seu colo. A minha paz. E talvez, a minha dignidade completamente. Não queria isso, porém, estava descidido a por limites e regras nessa relação.

Armadilha do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora