2

3.6K 372 120
                                    

POV/ Lucien

— Quando vai parar de fazer careta? — Vassa questionou Lucien, que estava em frente a lareira crepitante.

— Quando você e jurian, pararem de trepar feito a porra de dois coelhos! Pela Mãe, vocês acabaram de voltar do quarto e já estão cheirando a isso — O feérico novamente fez careta enquanto Vassa gargalhou sendo acompanhada por Jurian.

— Já disse que pode se juntar a nós dois. Não tenho nada contra dividir — Jurian olhou sugestivamente para Vassa.

— E eu não vejo problema em ser dividida — O ruivo fez outra careta, e novamente os dois caíram na gargalhada.

— Que o caldeirão os ferva — levantou-se irritado e saiu, para o jardim. O jardim onde passava parte do seu tempo cuidando e pensando nela, Elain. Por que o caldeirão tinha que fazer assim? Será que a mãe o odiava ao ponto de fazê-lo ser odiado sempre?

Lucien julgava que a única vez que teve um amigo de verdade foi Feyre. Sua querida humana tola, o macho sentia falta, não que Jurian e Vassa fossem ruins, mas Lucien sempre gostou de quando provocava feyre e da maneira que ela sempre retrucava.

No início ela lembrava alguém, Jesminda. Ah sim, a selvagem e ardente Jesminda, a única por quem Lucien fora apaixonado. Morta com requintes de crueldade.

Feyre fora sua melhor amiga, mas ele a traiu. Não com intuito de machucá-la, Lucien nunca teve a intenção. Ele apenas estava fazendo seu papel como cachorro de Tamlin.

Agora ele reconhecia, Tamlin o fez de capacho durante anos. Anos em que ele fazia de tudo para agradar aquele que julgava ser seu melhor amigo. Maldito fosse o caldeirão, ao inferno! Sempre que ele afeiçoava-se a alguém, este alguém o machucava ou morria.

Lucien estava cansado de ser odiado, todas as vezes sem motivo. Ele ainda lembra-se de quando filhote, ele chorava pois Beron o odiava. Aquele quem deveria lhe amar, ele era seu pai. Mas não.

“Não deveria ter nascido” — As palavras soavam em sua cabeça, não era apenas uma voz, eram várias vozes. A de Elain, a de Feyre, a de Tamlin, a de Rhysand, a de seu pai... Até da sua mãe.

Como ela estaria? Lucien não sabia, não a via há anos.

Um corvo veio em sua direção, jogando o papel negro sobre a cabeça do macho que regava as flores.

Lucien sabia do que se tratava antes mesmo de abrir, já era a terceira vez em que Koschei ameaçava Vassa. Ela deveria voltar, era o que o deus da morte queria. Mas por mais que Lucien fosse um completo fudido. Protegeria sua amiga, não erraria como errou com Feyre. Ele temia que Vassa e Jurian o odiassem.

Eles eram tudo o que Lucien tinha, mas para ele já basta. O macho se perguntava, o que seria de si mesmo quando Jurian e Vassa morressem. Ele ficaria sozinho? Durante toda a sua longa e insignificante vida.

A imortalidade, para Lucien, agora era uma maldição.

— O que vai fazer? — Jurian questionou quando Lucien entrou afim de pegar algumas coisas, ele iria até Velaris.

— Passar o relatório para o mestre espião de Rhysand. E também, atender o chamado de Feyre. — explicou brevemente. Feyre o havia chamado, o solstício estava próximo e Lucien tratou de comprar um presente para ela.

Nunca confessaria a ninguém quanto tempo demorou para escolher algo digno da Feyre, quebradora da maldição, defensora do arco íris e Grã-senhora da corte noturna.

Até que lembrou-se do tempo em que caçavam juntos, de como Feyre amava arco e flecha. Então, optou por entrar em contato com um serafim a quem tinha ajudado na guerra contra Hybern. Encomendando um arco e flecha.

Haviam chegado, as flechas longas e pesadas e o arco feito de prata. Haviam detalhes de asas, Feyre amaria. Esperava que sim. Lucien não tinha certeza, mas não iria de mãos vazias.

O macho despediu-se de Jurian e de Vassa e partiu em uma longa viagem até Velaris.

Lucien deveria estar no alcance da corte noturna, pois a voz da grã-senhora soou em sua cabeça.

“Tenho algo importante para contar”

Mesmo sem saber, Lucien tratou de adiantar-se e logo estaria na corte noturna. Optou por passar em seu apartamento, dormiria lá alguns dias preparando-se mentalmente para ver Elain.

Corte de laços e salvação. (Concluida)Onde histórias criam vida. Descubra agora