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Lucien.

Droga! Como daria um conselho sobre amor? Lucien não sabia, mas não podia deixar Gwyneth devastada daquela maneira, a fêmea não merecia tal sofrimento. Havia passado por tanto em sua curta existência.

— Azriel não beijou Elain. — o macho começou afirmando, atraindo o olhar incrédulo da fêmea ruiva ao seu lado. — Estou falando a verdade, vi e ouvi tudo antes de você chegar. Azriel estava discutindo com Elain sobre o colar. Pelo que entendi, ele realmente deu a ela. Mas parece que ela devolveu, então ele deu a você.

— Mas ela não me disse isso.

— Tem algo errado com Elain. Como se em um momento fosse ela agindo, e no outro não fosse. Elain, não é uma fêmea cruel, pelo contrário. — Gwyneth arqueou uma sobrancelha, mas assentiu.

— Você o ama, Gwyneth. Não é apenas uma paixão, é amor. E o amor é como uma chama — o macho abriu a palma, mostrando para fêmea a chama que brilhava ali — Eu sei o quanto dói Gwyneth. Mas é isso, por mais doloroso que seja, de toda forma onde há uma chama, alguém está sujeito a queimar.

- Talvez eu não o ame. Talvez seja só o laço mesmo, mas tem como negar isso, então. Vou deixar que ele viva feliz com Elain, sem saber do laço. — Os dois sentaram em um banco da praça de Velaris.

— Isto é algo que alguém que ama diria. Sabe Gwyneth, você é parecida comigo. Porque há várias definições para a palavra amor. Durante muitos anos, defini amor apenas ao sacrifício, você está fazendo o mesmo. Mas amar não é só se sacrificar. Veja como estou, passei anos me sacrificando, pelo meu melhor amigo. Sou odiado pela minha escolha, minha parceira me rejeita. Minha melhor amiga não é mais como antes. Perdi um dos meus olhos... Porque resumi o amor apenas a uma palavra.

— Você se ama?  — Gwyneth pensou, pouco. E assentiu. — Quer ser infeliz? — um gesto negativo.  — Acha que merece ser infeliz?

— Acho que todos merecem felicidade.

— Não é essa a resposta. Acha que merece ser infeliz? Não tenha medo de responder.

— Acho que não. — sussurrou limpando as lágrimas.

— Ter um laço rejeitado é a última coisa que quer. Se acha que merece ser feliz.

— E a última coisa que quero, mas é o necessário para que ele seja feliz. — Rebateu.

— Pela mãe! Está pensando do jeito errado! Deve lutar, você precisa lutar pela sua felicidade. Não pode desistir assim. — o macho sentia que perderia a cabeça se a visse desistir. Ela era sua filha, não poderia errar como ele.

— Lutar por isso dói! — Gwyneth chorou e Lucien teve vontade de abraçá-la, colocá-la no colo e ninar como um filhote. Ela era sua filhote, mas não sabia disso, então o macho tratou de controlar seus instintos de Pbasp= pai babaca alfa super protetor, segundo Vassa. — Porque dói tanto? — a fêmea soluçou.

— A dor lhe mantém vivo. Houve momentos em que ela foi minha melhor amiga, me manteve vivo enquanto batia, sacudia e gritava dentro de mim. Não sei o porquê, mas simplesmente acontece. Você decide se aceita a dor, ou foge dela. Mas você é uma Valquíria, uma rocha, você não se quebra diante da dor e também não foge dela. Você a quebra, a derruba. Caia quantas vezes necessário, mas levante. Levante de novo e de novo e tente.

— Mas eu estou com medo de sentir isso! — a fêmea colocou as mãos nos olhos e sem se conter Lucien, a abraçou. Hesitantemente no início, mas firme quando ela o abraçou de volta.

— Mas isso é viver. Tudo tem haver com isso, no final de tudo viver e sentir, seja o que for. Amor ou ódio, tristeza ou alegria. Faz parte de estar vivo. — o macho deitou a cabeça dela em seu peito, acariciando os cabelos ruivos.

— Então não quero viver — ela sussurrou, e Lucien sentiu o coração apertar-se.

— Não diga isso, pela mãe Gwyneth. Você merece viver, merece sentir. A vida não tem só lados ruins — o macho agora sentia medo de perdê-la. — Eu nunca havia brilhado em todos os meus mais de 300 anos. Mas então eu brilhei. Conheci o meu pai, minha mãe está feliz e eu tenho uma filha. Uma filha linda, Gwyneth. Ela é tão valente. E hoje quando eu descobri que era pai dela. Me senti o macho mais orgulhoso de toda Prythian.

— Meu parceiro gosta de outra, a minha irmã morreu e tudo o que eu queria agora era ter um pa i— o coração de Lucien tremeu. Ele tremeu.

— Você não entendeu, de quem estou falando. Gwyneth, quando foi concebida?

— Num Calanmai.

— A sua mãe tinha pele palida, cabelos negros e era uma mestiça de ninfa. Estou correto? — Gwyneth assentiu. — Você brilha. Ainda não entendeu?

— Está tentando dizer, que você.. você e meu pai…? — a fêmea o encarou petrificada — Erga uma sobrancelha e erga o queixo.

Lucien, o fez. Ele estava tremendo, pela mãe, o que ele tinha na cabeça de dizer as coisas assim do nada? Mas não podia deixar ela pensar que estava sozinha nesse mundo.

— Pela mãe — a fêmea sibilou. A pele dela brilhou levemente, e Lucien sentiu lágrimas encherem seus olhos — Você é mesmo meu pai... Caralho eu tenho pai.

— Espero que essa expressão em seu rosto não signifique algo ruim. Eu realmente não sabia que tinha uma filha... Na verdade duas, queria ter conhecido sua irmã também, mas se conhecer você foi o que o caldeirão me concedeu mesmo que não me queira como seu pai, eu ficarei feliz por ter conhecido você… —  Gwyneth, se lançou nos braços de Lucien. A fêmea sorria e chorava. Agradecia aos deuses. O macho brilhou com sua filha brilhando em seus braços. Uma música soou ao longe, e logo a queda de estrelas começou no céu.

— Eu sei que pode ser estranho de primeira mas... Eu te amo tanto minha filha — ele sorriu a olhando.

— Eu também te amo pai.

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Aguardem os próximos capítulos... Vem surpresas por aí.

Corte de laços e salvação. (Concluida)Onde histórias criam vida. Descubra agora