Corte de laços e salvação. (Concluida)

27

Azriel.

O macho a carregou para a cama, onde a ajudou a se vestir. Gwyneth, tinha um corpo belo, seios medianos e macios, ele havia tocado. Uma bunda redonda, e, como a de qualquer mulher, com estrias, mas para Azriel, aquelas linhas irregulares e claras eram como as linhas da partitura da mais bela canção.

Após vestir Gwyneth, Azriel voltou para o banheiro. A fim de tomar um banho, e aproveitar para se dar prazer. Gwyneth o havia oferecido para tocá-lo, mas a fêmea estava ferida, Azriel não se aproveitaria disso.

O macho demorou mais tempo do que o esperado com a própria mão, então imaginou que era a mão de Gwyneth. Esforçou-se ao máximo para não gemer tão alto o nome dela.

Terminado o seu banho, Azriel enrolou uma toalha em sua cintura, entrou em seu quarto onde Gwyneth estava, dormindo. O macho vestiu uma calça apenas, permanecendo sem camisa.

Ele dormia nu, mas com Gwyneth ali, tentaria o máximo não invadir o espaço da fêmea. Ele sentou no sofá, dormiria ali mesmo, havia certificando-se de que Gwyn estaria confortável em seu travesseiro e quente em seu lençol.

— Az. Deite aqui comigo, cabe nós dois juntos, eu sou pequena — ouviu a voz de Gwyneth, o macho se levantou do sofá e deitou-se na ponta da cama, mas Gwyneth colocou a mão quente em seu braço, o levando para perto dela.

— Assim? — perguntou deitado com a barriga para cima, assim como Gwyneth.

— Não. Se importa de se deitar no meio? — Azriel se aproximou deitando no meio. Gwyneth se arrastou passando por cima de uma perna do encantador das sombras.

A fêmea deitou-se com o corpo totalmente sobre o dele, de bruços a cabeça deitada em seu peito. Azriel passou um braço ao redor dela, para segurá-la sobre ele.

— Não estou com sono— ela sussurrou em meio a escuridão. Azriel passava as mãos das costas à cintura da fêmea.

- Então vamos conversar. Eu disse que sou seu, não é? — Gwyneth confirmou enquanto passava o dedo sobre a tatuagem do ilyriano — Sabe Gwyneth, você me conhece mais até mesmo que meus irmãos. Mas quero que conheça mais. A começar pelas pessoas que eu deveria chamar de família.

A fêmea assentiu, movendo-se para olhar para o encantador das sombras. Azriel pediu que uma sombra acendesse a luz, para que ele pudesse ver as expressões da sua fêmea.

— Sou um filho bastardo de um senhor ilyriano. Morei com ele meus dois meio-irmãos e minha madrasta, aquela vadia, por onze anos — Azriel suspirou. Era difícil para ele se abrir, contar aquilo era doloroso, mas valia a pena para ser inteiramente de Gwyn — Minha mãe era filha de um ferreiro, eu a via apenas uma hora por semana porque minha madrasta não deixava que eu ficasse mais tempo. A vagabunda me manteve preso em uma cela sem janelas e nem luz. Foi assim que conheci as sombras, elas passavam o tempo todo comigo me prometendo que havia um lugar lindo lá fora.

As sombras se enroscaram nas mãos do macho, como se para enfatizar o que ele estava dizendo.

— Podia sair apenas durante uma hora. Não podia treinar, voar ou fazer qualquer coisa que quisesse. Quando fiz oito anos, meus irmãos queimaram as minhas mãos com óleo e fogo. Fui salvo pelos guerreiros no acampamento, eles ouviram os meus gritos, mas quando chegaram, minhas mãos não tinham mais salvação.

— Se seus irmãos, seu pai e a vadia da sua madrasta estiverem vivos, faço questão de queimá-los. Por pura diversão, assim como eles fizeram com você — havia ódio na voz de Gwyneth, e Azriel sentiu um calor em seu coração só de saber que a sua parceira torturaria, faria algo cruel que não combinava com ela, apenas para se vingar do que fizeram com ele.

- Com onze anos, fui atirado no campo de treinamento ilyriano, fui bem recebido pelos senhores do acampamento, por causa dos meus poderes de encantar as sombras. Quando conheci Cassian e Rhysand, eles dois se odiavam e inicialmente me bateram. A mãe de Rhysand cuidou de nós três, nos deu educação e cuidou das nossas feridas. Cassian e eu, nos tornamos conhecidos por sermos os dois ilyrianos mais poderosos da história. O pai de Rhys nos separou com medo de que o filho se voltasse contra ele, já que Rhys era poderoso demais. Quando Rhysand assumiu o poder, eu me tornei o encantador das sombras pessoal, mestre espião da corte noturna e parte do seu círculo íntimo — o macho encarou os olhos azul petróleo de Gwyneth.

— O que quero dizer é que esse sou eu. Essa é minha história, fui odiado desde que nasci. Recebi amor apenas da minha mãe, e anos depois a mãe de Rhysand assumiu esse papel. Foi a minha mãe que me ensinou o que era amor, e a teoria de como amar. Quando conheci Morrigan, me apaixonei por ela, mas ela nunca me olhou de um jeito diferente. — Azriel roçou o polegar contra o rosto de Gwyneth, a fêmea o olhava com atenção e havia admiração brilhante lá.

— Quando Mor decidiu dormir com Cassian imaginei que ela não me quisesse por causa das minhas mãos e pelo meu jeito de ser. Sempre fechado, sem contar sobre mim. Algumas vezes tentei me certificar de que ela não sentia nojo das minhas mãos, ela não sentia. Então quando ela foi dada em casamento para Eris e ele a deixou numa estrada com pregos presos a si. Eu a encontrei, resolvi que cuidaria dela, a trataria como a rainha que ela é. Comecei a dizer o que sentia, e ela fugiu de mim.

— Azriel, as suas mãos, suas cicatrizes são lindas e são parte de quem você é. Sua história.  — A fêmea o encarou com carinho, tirando sua mão do rosto dela. Ela a levou aos lábios e deixou beijos em cima das cicatrizes.

— Hoje descobri o real motivo. Não era sobre mim, e sim sobre ela mesma.

— Será que tem algo a ver com a forma nada discreta que ela e Emerie se encaram? — Azriel assentiu. Nunca havia parado para analisar como Emerie ficava com a chegada de Mor.

— Anos depois de estar acostumado com a rejeição de Mor, desenvolvi desejo por Elain. Pensei que o caldeirão tivesse errado em dá-la para Lucien, achei que deveriam ser três irmãs para três irmãos — Azriel estava envergonhado disso. O macho sabia que, mesmo que achasse errado, cometeu um erro tentando tomar Elain de Lucien.

— Você amou ela? — Gwyneth questionou tocando os dedos em uma sombra.

— Não Gwyneth. Eu a desejei, Elain é linda, e assim como eu vê coisas que os outros não veem. Mas eu não a amei e não a amo. Mas deixei de desejar ela no momento em que vi você no ringue. E agora Gwyneth, eu te amo. Eu sei que amo você, a mãe de Rhysand disse que um dia, quando eu amasse alguém, iria saber. — Azriel ficou aflito, para deixar claro para Gwyneth o que sentia.

— Eu me apaixonei por Mor, desejei Elain. Mas amo você, estou apaixonado mais do que jamais estive e te desejo como um louco. — Gwyneth assentiu, deixando um beijo no peito dele.

— Eu também te amo, Az —Azriel a beijou na testa, a sentido relaxar em seus braços. Poucos minutos depois, a respiração de Gwyneth estava calma e ela dormia profundamente.