Corte de laços e salvação. (Concluida)

7

Gwyn

Essa seria a primeira vez que a fêmea dormiria em sua própria casa, Nestha e Emerie haviam se oferecido para lhe fazer companhia, mas Gwyn queria tentar sozinha.

Bem, não tão sozinha assim. As sombras entraram na casa, assentando-se no pescoço da fêmea que as acariciou.

— Ele está vindo te ver — sussurram no ouvido da fêmea que se levantou do sofá indo até a porta. No mesmo momento, as batidas soaram e Gwyneth abriu a porta deparando-se com o encantador das sombras.

— Gwyn, vamos treinar essa noite? — A jovem assentiu. Gwyneth estava vestida com uma roupa de acordo com a moda da corte noturna.

— Acho que são roupas inapropriadas para o frio — Gwyneth apontou para si mesma, ela percebeu o olhar do  encantador das sombras seguir o movimento da mão da sua mão, demorando-se o olhar na cintura.

— Exatamente, por isso trouxe um presente — O macho lhe estendeu uma caixa mediana. A fêmea pegou imediatamente, alegre. Poucas vezes a mesma ganhava presentes — Abra — Pediu e a fêmea indicou que ele entrasse.

Gwyneth colocou a caixa sobre o sofá e abriu, revelando o couro ilyriano ali. A fêmea sorriu.

— Obrigada, Azriel. É muito perfeito, vou vestir agora, espere aqui — A fêmea agradeceu correndo para o quarto para trocar de roupas. Ela se sentiu linda, uma verdadeira guerreira.

A fêmea saiu do quarto, alegre. Sorrindo de orelha a orelha e abraçando o encantador das sombras, pela primeira vez não sentiu medo da aproximação. 

O encantador das sombras a abraçou devagar e com carinho. A fêmea se afastou constrangida vendo que o encantador das sombras agora sorria.

—Vamos? — O mestre espião da corte noturna perguntou — Voando ou atravessando? — Perguntou à fêmea que preferiu atravessar, ela estava ansiosa para chutá-lo.

Eles atravessaram até a casa do vento. Onde pousaram no ringue, as sombras se afastaram de Azriel, e se amontoaram no pescoço da fêmea.

— Está sendo trocado — A fêmea cantarolou para o macho que olhava a cena boquiaberto. Gwyn não imaginava como isso era possível, mas Azriel, com o rosto livre das sombras, estava ainda mais lindo.

Azriel começou a se alongar e Gwyn juntou-se a ele. Ouvindo as sombras sussurrarem em seu ouvido.

— Cante para nós — Sussurraram e Gwyn, fazendo flexões, entoou uma canção.

— Elas gostam de você — Azriel afirmou, enquanto olhava para a fêmea ainda fazendo flexões. 

— Só elas? — A fêmea perguntou, tentando parecer casual, quando na verdade queria, desesperadamente, saber Azriel gostava dela.

- Eu também, Gwyneth. Gosto de você — A fêmea corou levemente, e Azriel sorriu olhando para o seu rosto.

— Pronto para apanhar? — Ela perguntou levantando-se. O macho riu, e pegou duas espadas de madeira semelhante às lyrianas.

A fêmea colocou-se em posição, e partiu para o ataque do qual o macho desviou e defendeu. O sangue de Gwyn fervia em seu corpo, ela se movia por dentro das sombras pegando o macho de surpresa.

Ela, num golpe bem calculado, arrancou a espada, deixando o encantador das sombras levemente assustado com a velocidade dela.

Azriel chutou a espada que Gwyn empunhava, a fêmea não conseguiu parar a tempo e caiu sobre o encantador das sombras. Ofegante demais para se levantar, Gwyn sentiu o abdômen duro como rocha abaixo dela.

A boca dos dois estavam próximas, a apenas um suspiro de distância. Azriel pôs sua mão firme na cintura de Gwyn, seus olhos foram diretamente para os lábios da fêmea.

—Az, eu.. — As palavras se perdem, enquanto a fêmea olhava hipnotizada para os lábios carnudos do encantador das sombras. Diminuindo a distância entre eles, ela o beijou suavemente.

Gwyn ficou atônita com sua própria ousadia e se afastou. Mas foi surpreendida com o ato a seguir do encantador das sombras, o macho rolou o corpo colocando-se por cima da fêmea, apoiando os braços um de cada lado da cabeça da ruiva. 

Azriel beijou-a novamente, suas línguas entraram em contato e logo a fêmea passou as mãos pelo rosto do encantador. Dando apenas curtos intervalos para retomar o fôlego, os dois se beijaram por um tempo que Gwyn desejou que fosse eterno