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Dor irrompeu por Gwyneth, a fêmea comprimiu os lábios. A luta havia a deixado esgotada, ela estava ferida. A dor alucinante em sua coxa a fazia se debater.

— Vou colocar o osso no lugar, segure ela o mais firme que puder e tente resfriá-la. O corpo está aquecendo de novo — a fêmea ordenou para Azriel, Gwyneth sentiu a mão dela adentrar sua carne recém aberta e não conteve o grito agudo que saiu da sua garganta.

— Gwyn, olhe para mim — Azriel a chamou, enrolando as sombras pelo corpo da fêmea em uma tentativa de esfriar-lá.

— Distraia ela.

— Ok, ahn Gwyneth. Eu queria pedir desculpas a você — Gwyneth, o olhou contorcendo-se. — Não lhe dei o colar para fazer você sofrer, foi porque a vi sorrir antes de te dar. A imagem dos seus olhos se iluminando entrou em minha mente, eu vi o quanto você ficaria feliz. Por algum motivo, sinto a necessidade de lhe fazer sorrir, de te fazer feliz.

— Eu quero que me perdoe. Talvez eu não mereça isso, mas eu preciso. Às vezes chego a pensar que preciso de você, mais do que preciso do ar para respirar — os olhos de Gwyneth, focaram nos do encantador das sombras. Aquela dor, ainda estava ali mas não era importante como ele agora.— Você não tem medo de mim, ou das minhas sombras. Acredito que você não me veja como o mestre espião da corte noturna, ou como o encantador das sombras. Você me vê de maneira diferente, vejo em seus olhos... Você me vê como realmente sou, o que sou...

— Meu parceiro — a fêmea completou. Azriel a olhou surpreso, e Gwyneth procurou dentro de si, aquela linha azul que os unia e puxou.

— Você sabia do laço? — Gwyneth assentiu, sentido toques frios em sua pele. — Eu fiz um presente, para te dar como pedido de desculpas pelo colar e um presente de parceira. Mesmo que você não aceite o laço, quero que fique com o presente, ele combina com você.

Gwyneth assentiu. Madja começou a fechar o ferimento, o que levou Gwyneth a apertar a mão de Azriel enquanto chorava. O macho apertava de volta, e cantava baixinho em seu ouvido passando a mão livre sobre os cabelos ruivos da fêmea.

— Pronto, você deve descansar Gwyneth. A sua cura vai ser rápida, acredito que em uma semana estará pronta para retomar seus exercícios — Madja informou, enquanto guardava os itens que havia usado. Azriel pegou Gwyneth nos braços com cuidado para não ferir a fêmea.

Ele atravessou, levando Gwyneth para uma casa. O macho adentrou, carregando Gwyneth em seus braços.

— Onde estamos? — A fêmea sussurrou, estava tão cansada que acabaria dormindo se não conversasse. Se quando Azriel a viu bêbada, ela quase desfaleceu de vergonha imaginava se ele a visse dormir, e notasse que ela cantava enquanto dormia.

— Em minha casa. Não venho muito aqui, mas achei que seria adequado e silencioso o suficiente para que você pudesse descansar. Levando em conta que não tem escadas, você pode ir para onde quiser aqui dentro, mas não hoje — Gwyneth assentiu. Azriel abriu uma porta levando Gwyneth até uma cama, não grande, mas enorme para se dizer o certo.

— Caberia umas outras dez de mim aqui — a fêmea comentou enquanto Azriel a deitava sobre a cama.

— Eu não durmo aqui, mas minha envergadura é grande e preciso de espaço para acomodar as asas. — Gwyneth lembrou-se do que Nestha havia dito sobre o tamanho das envergaduras... Que a mãe a ajudasse, Azriel era parceiro dela e a fêmea não tinha intenção nenhuma de negar a parceria. Notando que havia ficado em silêncio, a fêmea falou ajeitando-se na cama:

— Você disse que tinha um presente para mim.

— Dois, eu disse que tinha dois. O primeiro, espero que você goste. Nunca fiz nada igual, e foi trabalhoso ao extremo. Creio que aquele artesão nunca mais queira me ver na vida — Azriel riu, tirando do bolso uma caixa aveludada na cor violeta. O macho ergueu a mão entregando para Gwyneth a caixa. — Abra.

Corte de laços e salvação. (Concluida)Onde histórias criam vida. Descubra agora