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Elain.

Elain sentiu o poder florescer em suas veias, sentiu crescer amor por aquela corte. A fêmea sentia em sua própria pele, cada flor que ali vivia.

- Lucien, o que está acontecendo? - questionou, sentindo a sensação de estar em casa, a necessidade de cuidar daquele local.

- O caldeirão lhe escolheu como Grã senhora da corte primaveril - Elain se perguntava se daria conta. Não eram apenas flores, ali viviam seres. Haviam regras, leis das quais a fêmea não sabia nada.

Lucien levantou, estendendo a mão para ela. Em silêncio o macho a levou até um cômodo, o único que não estava destruído.

- Você vai ficar bem Elain. Esta corte está em boas mãos - o macho a tranquilizou. Sentando-se numa cadeira longe dela, a fêmea se sentou na cama.

- Porque está se afastando de mim? - perguntou baixo. Pois via que Lucien, nem olhava para ela.

- Não é nada com você Elain, pela mãe, é só que, eu sempre enfrentei as dores da perda assim. Sozinho... - Lucien, amarrou os cabelos.

- Mas você não está mais sozinho. - Elain afirmou. Lucien parecia envergonhado, ele corou.

- Quando se passa mais de 200 anos resolvendo tudo sozinho, é difícil aceitar que se tem alguém. Eu não quero ser um peso a mais para você, Elain - ele desviou o olhar, parecendo não suportar o olhar atento de Elain.

- Mas é por isso que a mãe fez os parceiros. Um ajudar o outro, cuidar um do outro e amar um ao outro. Você não é um peso para mim, Lucien. - a fêmea atravessou. Parando a frente de Lucien, o macho a olhou assustado, mas Elain sorriu sentando-se no seu colo, para deitar a cabeça em seu peito.

Lucien a segurou ali. Apoiando-a em seu peito, assim a fêmea descobriu que lar é realmente onde o coração está. E o dela, estava com Lucien. A fêmea agora entendia, o porquê não se sentia em casa em Velaris. Era porque ele não estava lá.

- Você também não é um peso para mim, Elain - o macho murmurou em seus cabelos.

Elain não soube ao certo quando os dois se levantaram, mas logo a fêmea estava na cozinha, a limpando e tentando aos poucos reconstruir enquanto Lucien tinha ido caçar o almoço.

Nestha havia dito que a Corte primaveril lembrava a Elain e que combinava com ela. Talvez o caldeirão pensasse igual, tinha feito dela Grã senhora.

Elain se perguntava como seria. Como faria para ser uma boa Grã senhora? Perguntaria a Feyre como a irmã mais nova conseguia. Elain nunca quis poder. Só queria ter uma família, uma casa, um jardim e alguém que a amasse.

Mas agora tinha poder. Era uma grã-senhora. Como os moradores ficariam com isso? Eles a aceitariam? Elain questionava a mãe.

Tentou deixar o forno mais limpo, sem sucesso. Estava completamente enferrujado, com marcas de garras. A fêmea murmurou para si:

- Você é uma Grã-senhora agora, pode resolver isso, florzinha - suspirou, sentindo aquela magia transbordando dentro de si. Elain tocou o forno, sentindo o ferro frio em sua palma.

Pouco a pouco, as marcas de garras desapareceram e a ferrugem desapareceu. O forno estava reconstruído.

Elain se sentiu eufórica, havia conseguido sem ajuda. Foi tão natural, que parecia que ela tinha nascido assim.

- Elain, trouxe alguns peixes do lago. Estão tratados e lavados - Lucien mexia distraidamente na sacola, a fêmea se aproximou tirando-a das mãos dele.

- Pega para mim o tempero dentro do armário - a fêmea pediu para fazer com que Lucien reparasse. Ela havia consertado o armário.

- Isto não estava quebrado? - o macho franziu o cenho, olhando ao redor. Elain sentiu um friozinho na barriga, queria que ele ficasse impressionado. - Você conseguiu, consertou tudo sozinha. E ainda usou magia. Não me surpreende, você é capaz Elain.

Corte de laços e salvação. (Concluida)Onde histórias criam vida. Descubra agora