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Gwyneteh.

Momentos antes...

— Vamos de novo, tá bom Nyx? — a fêmea estava com o herdeiro da corte noturna em seu colo, Nyx estava muito concentrado. Como seus pais, ele era uma daemati, e queria mostrar para Feyre a primeira lembrança com ela.

Nyx, olhou Gwyneth nos olhos. Então a imagem surgiu na mente da fêmea, Rhysand segurava Nyx, enquanto abraçava Feyre com um braço. A mãe do pequenino colocava o dedo brilhante na ponta do nariz de Nyx, Feyre brilhava e sorria feliz, na queda de estrelas.

— Você conseguiu! Isso! Bate palminhas, bate aeee — Gwyn comemorou sorrindo para Nyx que batia palmas. Gwyneth, levou Nyx até onde os Grão senhores estavam — com licença, mas por favor me acompanhem.

Os dois se entreolharam, mas seguiram a fêmea que parou frente ao escritório dos dois.

— Nyx quer mostrar algo a vocês. — A fêmea entregou Nyx para Rhys e guiou Feyre para o lado do parceiro — Prontos? Pronto Nyx? Você consegue, do jeitinho que fizemos.

Nyx segurou a mão da Grã senhora e a do Grão senhor. Os olhos Feyre por um momento fitavam o bebê, mas encheram-se de lágrimas, Feyre começou a brilhar feliz e abraçou o menino.

Gwyneth deixou os três a sós, após receber um abraço da Grã senhora que sorria orgulhosa do filho.

Ver aquela alegria, presenciar uma família reunida. O fruto do amor de dois parceiros, fez com que Gwyneth tomasse uma decisão. A fêmea não esperaria por Azriel, ela iria até ele. Diria tudo o que sentiu e sente, contaria sobre a parceria e esqueceria o colar, pois a existência do objeto, não era nada comparado a aquele laço. Nada no mundo se compararia com aquilo.

Gwyneth procurou Azriel em meio a toda a festa. Não conseguia encontrá-lo de maneira alguma. Seu coração palpitava, não sabia se o macho aceitaria a parceria, mas estava decidida a tentar.

A fêmea seguiu por meio das árvores de salgueiro. Enquanto murmurava uma canção, distraída. A fêmea olhou para frente e viu. As mãos de Elain rodeavam o pescoço de Azriel enquanto eles se beijavam.

Um nó se formou no estômago da fêmea, ela correu. Sentia as lágrimas escorrerem quentes em suas bochechas. Como ela podia ser tão tola?

— GWYNETH! — Lucien berrou pelo seu nome, mas a fêmea só queria ir. Gwyneth, queria se reconhecer de volta, reaprender e aprender de novo.

Se refazer longe de Azriel, e daqueles lindos sorrisos que eram direcionados a ela. Esquecer o seu primeiro beijo, seu primeiro amor. Talvez voltar à biblioteca, se não tivesse saído, não teria se aproximado do encantador das sombras.

Como se esqueceria das noites em que treinaram? De como ele cantou para ela, e a ensinou a dançar. Azriel foi cruel, realizou sonhos que a fêmea havia enterrado no passado. Ressuscitou sonhos de ter uma cerimônia de casamento, construir uma família e ter alguém para compartilhar tristezas e alegrias.

Um choque de realidade e a fêmea entendeu, ela fantasiou tudo. Nutriu aquele sentimento que deu a Azriel o poder de destruí-la. E agora recebia o que merecia.

— Gwyneth? — Lucien segurou a mão dela, só nesse momento a fêmea notou que parou de correr. Gwyneth, não estava sentindo nada e ao mesmo tempo sentia tudo. — Olhe para mim, por favor.

— Me deixe só. Eu estou bem.

— Você é uma péssima mentirosa — a frase a levou até aquele dia na biblioteca. Onde o encantador das sombras riu dela. Lucien se direcionou a uma árvore, ela a escalou e sentou-se no galho. — Venha, vamos assistir a queda das estrelas daqui.

A fêmea hesitou, mas pegou a mão estendida do macho. Ele a ajudou a sentar-se no galho ao seu lado.

— Então..?

— Vou falar quando você começar. Aproveite, só vamos descer da árvore depois que você colocar tudo para fora — Lucien deu dois tapinhas no ombro da fêmea.

- Isso é algum tipo de terapia? É horrível, quem te ensinou? — a fêmea enrolou os dedos nos cabelos.

— Jesminda, ela foi meu primeiro amor. Mas não mude de assunto, não é sobre mim. — Gwyneth revirou os olhos.

- Quer dar uma pancada na minha cabeça? Quem sabe assim eu esqueça de como isso dói — a fêmea apontou para cabeça e para seu coração.

— Uma sugestão tentadora, mas não— Gwyneth suspirou. Passou-se um minuto, dois, três… meia hora depois.

— Ok! Vou contar do início, do início mesmo e talvez amanheça e ainda estaremos aqui — Lucien, assentiu. A fêmea rezou silenciosamente ao caldeirão que não desabasse. — Eu o amo… bom pelo menos eu acho, tenho todos os sintomas que comprovam isso.

— Fala do amor como se fosse uma doença.

— E é. Azriel me salvou do que aconteceu em Sangravah. Depois de dois anos na biblioteca, nunca mais o tinha visto. Até que conheci Nestha, e algumas semanas depois passei a treinar com ela. Tudo iria ficar bem se eu só levasse socos na cara, e ficasse dolorida o resto do dia. Mas aconteceu o primeiro sintoma.

— Qual seria? — Lucien prendeu os cabelos em um coque.

— Borboletas no estômago, ou friozinho na barriga. Sempre que o vejo, parece que irei ter um ataque, meu coração dispara como se fosse sair do meu peito. E quando ele sorri para mim, minhas bochechas parecem duas maçãs maduras. Azriel parecia nutrir dos mesmos sentimentos. Em uma das noites de treinos, nós dançamos e cantamos juntos, eu o beijei, nós nos beijamos e eu fiquei radiante. — continuou a fêmea, notando que ao falar do beijo Lucien, fechou a cara.

— Continue — o macho insistiu.

— Descobri que o colar que tanto gostava, foi ele quem mandou me entregar. — Ela limpou uma lágrimas teimosa.

— Isso não seria bom? 

— Sim, se ele não tivesse dado a Elain, no dia em que se beijaram e depois o dado a mim. Descobri isso no dia em que descobri que ele é meu parceiro. A maneira como Elain, disse. Parecia que ela queria me machucar… Se era isso, conseguiu. Agora que resolvi ignorar o colar e contar tudo, vejo os dois se beijando. Sei que você sabe o que estou sentindo, Elain e sua parceira.  

Lucien acenou compreensivo. O macho pulou da árvore, Gwyneth pulou em seguida. Gwyneth poderia jurar que ele clamou ao caldeirão por sabedoria.

— Meus conselhos, geralmente, não são os melhores. Mas como hoje descobri que sou filho de Helion, o Grão senhor mais sábio da história. Vou tentar algo. 

— Espera, você é filho de Helion? — Lucien assentiu. — É legal descobrir que tem um pai? Sabe se ele se importa com você? 

- Olha, é sim. E pelo visto, se importa comigo sim. Mas isso só vou descobrir daqui há um tempo. 

— Queria conhecer meu pai. Mas minha mãe nem sabia o nome dele — a fêmea contou distraidamente, enquanto olhava para o céu.

— A mãe e o caldeirão, são cheios de surpresas pequena Gwyn — Um suspiro alto escapou de Gwyneth, afinal de nada custava sonhar.

Corte de laços e salvação. (Concluida)Onde histórias criam vida. Descubra agora