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Passaram dois dias desde que Gwyneth foi encontrada por Mor naquele beco. A fêmea evitava o máximo sair de sua casa, passava o tempo lendo.

As aulas com Nyx foram suspensas, até que a fêmea estivesse recuperada mentalmente. Azriel, tivera que passar alguns dias fora recolhendo informações com seus espiões. Assim ela soubera pelo próprio, que pela manhã antes de ir bateu em sua porta.

Gwyneth sabia que ele sabia, mas não quis comentar, aquilo a deixaria mais constrangida. A fêmea agora lia um livro, sobre laços. Haviam tipos diferentes.

Laço de irmandade.

Laço de parceria.

Laço de sangue.

Laço de salvação. 

Pareciam ser a mesma coisa, mas havia diferença. Um laço de sangue era a união forte com algum familiar.

Um laço de irmandade, poderia ser compartilhado entre várias pessoas. Desde que fossem irmãos de coração.

O laço de parceria, era o mais simples e conhecido. Raro. Mas havia um outro laço, ainda mais raro. Laço de salvação, era uma evolução do laço de parceria.

A união da magia desses laços, poderiam curar. Gwyneth também estava lendo algo sobre as asas illyrianas. A fêmea havia descoberto uma forma de concertar as asas de Emerie.

Como toda magia, ela tinha o seu preço. Uma gota de sangue de alguém com laço de salvação, dois laços de irmandade, uma gota de um laço de sangue e uma parceiro(a). Era o que a fêmea agora procurava encontrar.

O certo é que todos tinham um par, então Emerie precisaria achar o laço e evoluí-lo para a salvação da suas asas. Ou, Emerie tinha a opção de se forçar a voar. Abrir as asas e forçá-las a  funcionar.

Era um método doloroso, mas com treino e dedicação ela conseguiria. Gwyneth, tinha fé na amiga.

A fêmea agora tocava o colar, Nyx havia devolvido a ela na visita que Feyre fez. Uma sensação estranha tomava conta dela, a fêmea não sabia mas algo relacionado àquele colar.

Alguém bateu à porta, a fêmea levantou-se e foi em direção a porta de carvalho. Quando abriu encontrou o seu vizinho ruivo. Por qual que fosse a razão, assim como de Azriel ela não sentia medo dele.

—Gwyneth, boa tarde. Eu queria pedir um favor. — a fêmea indicou que ele continuasse. — Estou indo para as terras humanas, poderia ficar responsável por olhar a minha casa enquanto estou fora? Geralmente, ninguém vem me visitar, mas caso alguém venha informe que não estou em casa.

— Tudo bem. Quantos dias ficará fora? — o macho respondeu que apenas três dias.

— Gwyneth, você brilha? — a fêmea ergueu as sobrancelhas surpresa, mas assentiu. — É estranho, mas erga uma sobrancelha e incline o queixo — a fêmea o fez, mordendo levemente os lábios. — Você se parece bastante com alguém que conheci.

O macho acenou e se foi, parecendo atordoado.

Gwyneth cantou. Uma canção que chamava as sombras, as mesmas apareceram enroscando-se no pescoço da fêmea.

—Azriel, comeu algo? Bebeu algo? Ele dormiu? — a fêmea foi frenética nas perguntas, as sombras responderam que ele não fez nenhuma dessas coisas. 

A fêmea buscou dentro de si, aquele laço. Ela desconfiava que Azriel era seu parceiro, só saberia realmente se tentasse. A fêmea canalizou seu poder de ninfa, induzindo quem quer que estivesse ligado a ela,  a se alimentar.

As sombras tremeluziam ao lado dela... “Para uma ação, uma reação” Gwyneth, puxou o laço e novamente as sombras tremeluziam. 

— Não contem para ele. Eu mesma faço daqui a três dias — as sombras se enroscaram nas mãos dela, a fêmea cantou. Para que elas voltassem para o encantador das sombras, seu parceiro. 

A fêmea empolgou-se, precisava falar com Nestha e Emerie. A fêmea não esperaria, sairia agora. Ainda eram, aproximadamente, duas da tarde. 

Ela atravessou as ruas lotadas de Velaris. Respirando fundo e rezando a mãe que ela não travasse novamente. Depois de uma caminhada longa, Gwyneth chegou a casa de Nestha.

Mas havia outra pessoa lá, Elain. A fêmea estava saindo da residência carregando com sigo uma cesta. Gwyneth manteve uma expressão amigável.

— Olá, Elain. Nestha está? — a fêmea abriu um sorriso, mas o olhar de Elain estava voltado para algo acima dos seios da fêmea, o colar. 

— Esse colar, onde o encontrou? — a fêmea apontou para o colar.

- Recebi na biblioteca. Clotho, disse que um amigo mandou me entregar. Ele é lindo, não é? — Gwyneth, olhava enquanto tocava o colar.

— Ele é meu.

— Seu? Mas foi solicitado que fosse entregue a mim. — a fêmea justificou olhando Elain com um olhar confuso. Elain suspirou.

— Sabe ao menos quem foi que lhe deu? — Gwyneth, fez um gesto negativo— Bom, este colar, Azriel o deu para mim, quando nós nos beijamos no solstício. 

As palavras abateram Gwyneth, e Elain parecia saber, mas não havia nenhum resquício daquela doce Elain, de quem tanto Gwyneth havia ouvido falar.

— Ele é muito importante, lembra o quanto sou especial para Azriel. O colar tem uma beleza única... Pode me devolver? — Gwyneth, sentiu que poderia desabar a qualquer momento. A fêmea tirou o colar do pescoço, e o colocou no centro da palma erguida de Elain. — Obrigada, Gwyneth. Você é realmente uma jovem muito gentil. Nestha está lá dentro, aproveite, Cassian não está.

Gwyneth, sentiu as lágrimas inundarem seus olhos enquanto seguia para casa de Nestha. A fêmea bateu a porta, e Nestha abriu imediatamente. Gwyneth, não resistiu e se jogou sobre os braços da amiga. Ela chorou, enquanto abraçava Nestha.

Azriel, havia dado o colar a Elain primeiro. O colar não foi comprado pensando nela, e sim em Elain. E o pior, Azriel a tinha beijado. A realidade chocava-se contra Gwyneth. A fêmea não resistiu, não tentou ser a rocha contra qual as ondas se quebravam. Gwyneth se quebrou naquele momento.

Nestha perguntou para a amiga o que havia acontecido. E em meio a soluços ela disse:

— Azriel deu o colar que deu a Elain para mim. Eles se beijaram, e Azriel é meu parceiro — a fêmea abraçava a amiga com força. E sentiu quando Nestha tremeu de ódio. Aquele resquício de poder prateado reluziu nos olhos da fêmea.

— Ele o que? — a fêmea parecia incrédula. Nestha carregou Gwyneth, no colo. Como se a amiga fosse um filhote indefeso, as duas sentaram na cama. Gwyneth, chorou agarrada a ela.

Corte de laços e salvação. (Concluida)Onde histórias criam vida. Descubra agora