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Azriel

O macho fizera de propósito, deixar que o acertasse algumas vezes. Deixou que a fêmea extravasar qualquer que fosse a emoção que a tornava distante. Mas quando caiu não foi de propósito, não contaria isso a ninguém.

Sim, Azriel notara o quanto Gwyn mudara desde o rito. Se perguntava se algum macho a havia tocado, mas quando a cheirou não havia cheiro de sexo. Gwyneth não tinha como ter tomado banho, então descartara a ideia.

Talvez a quantidade de machos próximos demais, a houvesse deixado assustada.  Desde o dia que a encontrou no ringue, a fêmea havia tomado conta de seus pensamentos.

Agora, todas as noites, Azriel esperava ansiosamente vê-la, sentir seu cheiro, ouvir sua voz. Não era assim com Elain, o macho apenas a desejava. Mas com Gwyn havia algo diferente, não que ele não pensasse em como seria ouvi-la gemer para ele, ou como seria sentir ela se contrair ao redor do seu pau.

Azriel pensava, sonhava. Ele queria isso, mas não apenas isso, de certa forma o macho não entendia, mas queria mais.

E por isso, tratou de tomar o máximo cuidado. Gwyneth, era uma guerreira, Az chegou a presenciar o horror em seus olhos naquela noite. Se Azriel, tentasse algo sério, seria de maneira cuidadosa, para não machucá-la. Não deixá-la com mais traumas do que provavelmente já tinha.

Traumas que agora tratava de lutar contra. Uma forte onda de orgulho o atingiu. Ver Gwyn ultrapassar barreiras, ela era capaz e ele sabia disso.

— Pobre encantador das sombras, chutei tão forte que ficou aéreo. Está sorrindo igual um bobinho — Gwyn, disse em sua frente. E o encantador finalmente saiu do seu transe. Com Gwyneth era sempre fácil acontecer, só de pensar nela ria como um idiota.

— Não se empolgue, ruiva, estávamos só aquecendo. E agora estou só descansando — defendeu-se Azriel, ouvindo a risada de Nestha e Emerie.

—Aquecendo? Para o final da aula? — Gwyn, apontou para o relógio rindo. O encantador das sombras notou que tinha sido pego em flagrante, não teria como escapar dos olhos atentos da fêmea.

Cadê seus irmãos quando ele precisava agora? Como convocado, Cassian chocou-se fortemente contra o chão, usando as mãos para se apoiar, o general lançou os cabelos para cima.

Nestha suspirou, alto o suficiente para que todos a ouvissem. Cassian lançou um olhar para ela e logo o cheiro dos dois impregnou o lugar.

— Pela mãe! Vocês vão começar já? — Emerie se afastou correndo de Nestha, pegando o braço de Gwyneth — Pelo caldeirão! Azriel, salve a gente desses dois! — pediu desesperada. Azriel estendeu as palmas das mãos abertas e tanto Gwyneth, quanto Emerie, prontamente pegaram.

Eles atravessaram. Enquanto Nestha e Cassian falavam o que iam fazer sob a mesa. O encantador das sombras sentia inveja, não aquela ruim, mas sentia. O caldeirão tinha dado a seus irmãos, parceiras. Mas nada a ele? Seria assim?

Ele seria o único que não conseguiria uma família, com alguém feito para ele? Ligado a ele. Alguém que ele sentisse, tanto quanto sente as batidas do seu coração.

— É aqui? — Perguntou Emerie, ao lado de Gwyneth, que assentiu, feliz, ela parecia brilhar — É grande, dá pra fazer a noite das Valquírias aqui.

Gwyn, sorriu e começou a falar sobre tudo o que tinha comprado junto com Nestha. Enquanto o encantador das sombras tentava não babar, enquanto observava o jeito que ela sorria e parecia cantarolar animadamente sobre a casa.

Algo que o encantador das sombras notou parado a porta, é que Gwyn seria vizinha de Lucien. Isso o deixou incomodado. O macho gostava de Gwyn, isso era óbvio, e só de imaginar Lucien, a quem ele quase havia roubado a parceira, perto de Gwyn, a sua espinha gelou.

Azriel não soube em que momento aconteceu, apenas foi pego de surpresa por esse sentimento que agora crescia cada vez que a fêmea sorria.

— Ah, oi Gwyneth — O ruivo saiu da porta ao lado, e comprimentou a feérica. Um frio na espinha atravessou Azriel. — Encantador das sombras, iria passar o relatório agora mesmo.

— Agora? — Azriel perguntou, irritado. Porra ele estava com Gwyn, não queria sair de perto dela. Queria ajudá-la a colocar os móveis em sua casa, observar cada pedaço em busca de risco iminente. Ele a queria segura, e Lucien agora era seu empecilho.

— Az, pode ir. Emerie e eu damos conta. Vamos arrumar a cozinha. — Gwyn liberou o macho, entrando juntamente com Emerie.

— Vamos — O encantador disparou para Lucien, que parecia ter gostado de vê-lo irritado. Azriel estava puto como nunca antes.

— Prometo que logo poderá ver sua, o que quer que ela seja. — Lucien não deixou de acrescentar o sarcasmo, a ironia e o desdém ao falar com o encantador das sombras.

— Vai se foder Lucien, vamos logo — Azriel, falou em tom grave. Ele não queria matar o ruivo naquele momento, ele era importante, trazia informações das terras humanas e das ameaças contra a corte noturna.

Corte de laços e salvação. (Concluida)Onde histórias criam vida. Descubra agora