Lucien.
- Então, você tem um pai. Que não é uma merda, e agora provavelmente tem uma filha — Vassa estava sentada no colo de Jurian, deslumbrante como sempre.
— Só preciso abrir a carta, e descobrir o que aconteceu no Calanmai de 29 anos atrás — Lucien havia pedido a Tamlin, que o enviasse uma carta se ele lembrasse de algo. Tamlin, enviou.
— Se você não abrir agora, eu mesma abro — Vassa estava quase tomando a carta das mãos trêmulas de Lucien. O macho abriu.
“Há 29 anos, no Calanmai você contou que conheceu uma fêmea, uma mestiça de ninfa, e que naquela noite transou com ela. Ela era uma sacerdotisa de Sangravah.”
Lucien parou. Ele era pai, pai de Gwyneth. Agora lembrou-se daquela fêmea de pele branca e cabelos negros. Ela tinha membranas nos dedos e um humor sarcástico.
— Estou voltando para lá agora, eu tenho uma filha. Pela mãe! — o macho levantou-se abruptamente, mas Jurian parou.
— Tem algo mais na carta, leia— Lucien sentou novamente.
“Procurei saber dela para você. A fêmea se chamava Catrineteh. Ela faleceu no nascimento de duas filhotes. Procurei sobre o paradeiro das duas, uma que chamava-se Catrin, foi morta na invasão a Sangravah. A outra chama-se Gwyneth, está sobreviveu”
— Duas filhas, eu tive duas filhas. Não estava presente na vida delas, não protegi Catrin e nem acolhi Gwyneth. Um verdadeiro pai de merda — Lucien suspirou pesadamente.
— Você não sabia. Não havia como fazer nada, mas se encontrou essa garota, Gwyneth, conte para ela que não está mais sozinha nesse mundo. Quer se redimir? Faça parte da vida dela, a partir de agora— Jurian estendeu para Lucien uma sacola. — Vá.
O macho levantou-se e foi. No caminho, Lucien lia e relia a carta. Tanto que encontrou algo, uma mensagem secreta para Feyre.
Já era noite quando Lucien chegou à corte noturna. O macho foi a sua casa, queria ver Gwyneth, sua filha. O macho ainda não acreditava, ele era pai.
Chegando lá, bateu a porta da fêmea. Sem resposta, apenas um bilhete colado na porta.
“Ninguém veio até a sua casa, coloquei algumas sombras para observar sua porta durante a madrugada. Se está lendo isso, é porque ainda não estou em casa. Estou com Nyx, ensaiando a surpresa que ele quer fazer para a mamãe dele.”
Lucien entrou em sua casa, vestiu algo novo, e penteou os cabelos os trançados na frente. O macho novamente saiu para casa de Feyre. Queria ver Elain, sentiu tantas saudades de estar com ela.
— Lucien, não vai cumprimentar seu irmão? — Eris estava ali, vestido elegantemente. Lucien revirou os olhos — Nossa mãe veio comigo, Beron se ausentou e eu soquei nossos irmãos.
— Onde está minha mãe?
— Estou aqui Lucien. — A fêmea estava parada ao lado de Helion, que mantinha os braços cruzados sob o peito musculoso. Lucien engoliu seco. — Creio que já saiba, mas assim como fiz com Helion farei com você. Venha, vamos para um lugar mais reservado.
Lucien seguiu sua mãe ao lado de seu pai, Helion parecia enfurecido.
— Não vou lhe perdoar por ter escondido o meu filho de mim. — Helion disse quando finalmente chegaram a um lugar quieto.
— Eu sei que não, mas deve me ouvir. — a senhora da outonal olhou para Lucien, um olhar de quem pedia desculpas. — Passei anos da minha vida com Beron, para proteger todos que amo. Isto inclui você Helion, te amei no momento em que te vi. E por isso, naquela noite permiti me entregar a você.
— Eu também amo você, Héstia. — poucos sabiam o nome da mãe de Lucien, Beron não permitia nem que ela se apresentasse. A fêmea suspirou, engolindo as lágrimas.
— Lucien, você não teve a infância que mereceu. Eu sinto muito, porque eu lhe causei isso. Mas eu te amo meu filho, deve sempre acreditar nisso. Beron é um monstro, não queria que ele transformasse seus irmãos numa cópia dele. Tentei ao máximo, me meter na educação e formação de caráter deles. Mas o resultado foi este — a fêmea virou de costas, tirando a capa.
— Ele fez isso com você — Lucien levantou-se, aproximou-se da sua mãe, cuja as costas expostas mostravam as cicatrizes das queimaduras. Em cada marca havia um nome, o nome de cada filho.
— Consegui impedir que ele fizesse isto com vocês. Eu fiz tudo para proteger vocês, não podia deixar seus irmãos. Não podia ficar sem você, o fruto de um amor— Hestia chorou. — Fui egoísta. Não fui atrás de você Helion, para que me salvasse porque depois do nascimento de Lucien, Beron me prendeu. Deixava que eu saísse do quarto apenas para amamentar. E quando eu retornava para o quarto, ele me batia e me estuprava para que engravidasse mais, para que eu desse mais herdeiros.
— Aquele desgraçado. Não vou deixar mais que você passe por isso. Mesmo que aquele filho de uma puta peça um duelo de sangue, vou lutar por você e por meu filho — Helion colocou-se de pé, abraçando a Lucien e a Héstia. Lucien pela primeira vez sentiu o carinho do seu pai, ele brilhou com a felicidade genuína que o atingiu.
— Não irá precisar fazer isso — a fêmea afirmou, tocando o rosto de Helion quando os dois machos se afastaram dela. Um vento quente passou por eles, e Lucien olhou para trás.
— Está feito mãe — Eris declarou, chamas agora crepitavam em suas mãos — Como Grão senhor da corte outonal, a declaro livre. Seja feliz mãe — o macho virou-se e saiu.
Héstia, caiu de joelhos. Sorrindo e glorificando aos deuses, Helion prostrou-se ao lado dela brilhando como uma estrela.
— Dias atrás, roubei uma carta que foi enviada a Beron. Ela dizia que ele não era mais útil ao deus da morte, e que se ele fosse até Koshei, o mesmo o mataria. Eu adulterei a carta, para que Beron fosse até Koshei. Ele está morto — A fêmea explicou rapidamente.
— Tão esperta, perfeita para ser a Grã senhora da corte diurna — Helion sorriu para ela— achou que eu não encontraria nosso laço, você é minha parceira Héstia. E mesmo que não fosse, em algum momento seria minha Grã senhora.
- Vou deixar vocês dois por um momento, preciso contar para minha filha que sou pai dela. E sim, mãe você é avó — Lucien disparou e correu, ele sabia que encontraria Gwyneth, precisava. Lucien, brilhava.
Ele chegou ao jardim, onde sentiu o cheiro de Gwyneth próximo, mas havia mais duas pessoas ali, o Encantador das sombras e Elain. Lucien se escondeu, atrás de uma pilastra com os ouvidos atentos.
— Porque em nome da mãe você fez isso? Você nem queria o maldito colar, me devolveu ele! — O encantador das sombras, mantinha o tom baixo, mas irritado.
— Não se deve dar um presente renegado a alguém. — Elain rebateu, diminuindo a distância. — O colar ainda é meu, tenho todos os direitos sobre ele.
— Não tinha direito de machucar Gwyneth, falasse comigo caralho brigasse comigo! — Elain olhou para trás, onde o cabelo vermelho de Gwyneth aparecia. A fêmea parecia estar distraída.
Elain rodeou os braços no pescoço do Encantador das Sombras e o beijou. Algo dentro de Lucien se quebrou, não foi Azriel que a beijou. Fora ela, Lucien olhou para além deles, onde Gwyneth estava. Ela havia visto apenas o beijo. Não quem havia beijado primeiro.
Azriel empurrou Elain para longe dele, a fêmea olhou para trás. Onde Gwyneth estava, mas a fêmea havia sumido. E nos lábios de Elain um sorriso cruel brotou.
Lucien, não se importou que o vissem. Apenas correu atrás de Gwyneth, sua filha precisava dele.
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Corte de laços e salvação. (Concluida)
FanfictionFic +18. Enredo totalmente de minha autoria. Contém spoilers de todos os livros da saga. Um ano e alguns meses, após os acontecimentos de ACOSF. Koshei, ainda está solto causando problemas a todos os integrantes da corte noturna. Lucien Vanssera, so...