Corte de laços e salvação. (Concluida)

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Lucien.

Faziam dois dias desde a visão de Elain. Lucien andava agitado, sentia que sua parceira estava sentindo algo que não o revelava, o macho agora levava Gwyneteh consigo até as terras humanas. Azriel havia ficado em Illyria, junto a Cassian que agora agia nos preparativos para a guerra.

Nestha agora treinava as valquírias, enquanto Emire e Mor treinavam as fêmeas da corte primaveril. Elain havia construído o abrigo e toda as noites as fêmeas grávidas faziam um teste de segurança, junto com as crianças.

Os machos e fêmeas que estavam sozinhos faziam a guarda. A corte estava totalmente protegida, haviam arqueiros escondidos sobre as árvores e até mesmo as crianças criaram armadilhas pela floresta. Todos afim de manter a corte segura.

— Morei aqui durante muito tempo. — Lucien apontou para a chamada "Casa do bando dos exilados". Um castelo, não tão glorioso como os feéricos. Mas de aparência rica se comparado às casas dos humanos ao redor, eles ainda se recuperavam da guerra.

— Junto com Vassa e Jurian, não é? — Gwyn olhou no momento em que a fêmea humana, vestida em toda a sua glória e com cabelos ruivos soltos, surgiu.

— Prazer, rainha Vassa. Você deve ser Gwyneteh, a filha de Lucien. Não se preocupe, se começar a me chamar de tia vou ser de grande ajuda quando ele encher o seu saco. — a fêmea se aproximou com um sorriso para Gwyneteh.

— Oh, não! Será o meu fim. Estou morrendo de medo — Lucien encenou dramaticamente e Vassa revirou os olhos.

— Um minuto, lindinha. — a fêmea apertou as bochechas de Gwyneteh e se dirigiu a Lucien — Seu filho de uma mãe! Desgraçado! Eu passei meses sem notícias suas! Como se atreve a me encher de preocupações? Estou totalmente desgostosa!

— E eu u estou aguentando ela enchendo meu saco, e a culpa é toda sua! — Jurian surgiu, sabe-se a Mãe de onde, parando ao lado de Vassa.

— Eu…

— Eu um caralho, Lucien! — a fêmea interrompeu. — Eu sei bem o que vai dizer. "Eu estava ajudando minha parceira". Ela te rejeitou pra caralho e, no momento que ela pisca, você está lá para ela! — a fêmea mostrou-se irritada.

Lucien compreendeu, ela verdadeiramente era sua amiga. E, como tal, era normal sentir raiva pela forma como Elain o tratou durante muito tempo.

— Desculpe-me interromper. Mas não é só a Elain que ele está ajudando, viemos falar com vocês justamente por isso. — Gwyn declarou, salvando seu pai de um soco de esquerda executado por Jurian.

— Vamos, então. Mas ainda estou com raiva de você. — Ela apontou para Lucien e agarrou o braço de Gwyneteh. Lucien seguiu, observando ao longe a conversa das duas.

Quando entraram, Gwyneteh optou por contar tudo o que estava acontecendo, incluindo a volta de Amarantha. Jurian extremesseu com a notícia, Lucien não pôde deixar de notar.

— Faremos de tudo para que a guerra não chegue até os humanos. Mas precisamos que os esconda por precaução. — Lucien declarou por fim. O macho sabia da parte subterrânea do castelo, caberia uma boa parte da população, mas o propósito era salvar a todos.

— Elain construiu uma parte subterrânea para abrigo de fêmeas grávidas e crianças. Meu pai sugeriu um túnel ligado ao castelo de vocês. — Gwyneteh continuou a explicação do pai. — Passem os humanos por ele, foi abastecido com água e comida para uma legião.

Gwyneteh e Elain abasteceram com comida para seis mil. Água e comida estavam sendo providas por magia, se acabasse seria reposto no mesmo instante.

Vassa assentiu com Jurian no momento em que uma buzina alta, seguida por gritos de guerra, soaram. Os olhos de Gwyneteh lacrimejaram no mesmo momento, a fêmea abraçou seu pai. A guerra havia chegado.

—Temos que ir agora. — o macho a apertou em seus braços, ela assentiu. — Vassa, me perdoe, minha amiga.

A rainha então o abraçou, seguida por Jurian.

— Eu te perdoo, seu imbecil. — ela apertou brevemente. — Agora vá.

E Lucien foi. O macho atravessou, levando Gwyn consigo. Azriel esperava no jardim, andando de um lado para o outro. Mas parou quando viu Gwyneteh.

— Amor... — o macho caminhou até ela, vestindo sua armadura.

— Calma, eu estou bem, Az. — Gwyn sorriu, tranquilizando seu parceiro enquanto ele examinava cada parte do seu rosto.

— Os exércitos marcharam.

— Para onde?

— Para a prisão. Meus sentinelas informaram, Amarantha libertou mais de duzentas criaturas que foram banidas. O exército dela surgiu de repente, até ontem não havia nada lá. — Azriel explicou. Era possível sentir o temor vindo do macho, Gwyneteh correu para a casa, dizendo ir pegar sua armadura.

— Cuide bem da minha filha, Azriel. — Lucien estendeu a mão para o macho. Todo o ódio que havia sentindo dele era insignificante naquele momento.

— Cuide bem de Elain. Ela é minha melhor amiga. — o macho apertou a mão do ruivo. Lucien assentiu e Gwyneteh voltou vestida com a armadura, segurando seu elmo.

— Vou com as Valquírias, os illyrianos darão suporte aéreo. — informou. Lucien deixou um beijo em sua testa, pedindo para que sua filha tivesse cuidado, e assim ela atravessou junto com o encantador das sombras.

O macho se encaminhou para dentro da casa, o quarto onde Elain calçava a bota da armadura. A fêmea olhou para seu parceiro.

— Lucien… — ele avançou, a abraçando. Na noite anterior, tinham se amado por horas e horas, como nunca antes. Elain havia insistido em ficar a noite toda fazendo amor. — Eu te amo tanto, chega a doer.

— Eu te amo tanto, meu amor. Mas não diga assim, como se estivesse se despedindo de mim. — ele a apertou em seus braços, sentindo seu coração trovejar em seu peito. — Se morrermos, será juntos e se sairmos vivos, sairemos juntos, entendeu?

Ela assentiu e Lucien vestiu sua armadura dourada. Seu pai havia dado de presente, junto com um novo conjunto de armas. Elain trançou seu cabelo, assim como Lucien trançou o próprio.

— Juntos? — a fêmea sussurou, pegando a mão de seu parceiro.

— Juntos. — o macho confirmou, atravessando com ela para onde os exércitos de todos os grão senhores marchavam.

E que a mãe tivesse misericórdia deles. Ao longe era possível sentir o frio da morte rondando à espreita. Era possível ouvir os gritos e gargalhadas do exército que vinha contra eles.