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Azriel

— Rhysinho, se prepare, hoje o céu cai em nossas cabeças — Cassian gritou voando em disparada para o irmão.

Azriel havia acabado de contar, que Gwyneth e ele haviam se beijado. Cassian, parecia que explodiria se mantivesse a boca fechada por mais um segundo.

— Por que, em nome do caldeirão, o céu cairia em nossas cabeças, Cassian? — Rhys perguntou parando ao lado dos dois machos.

— Azriel, beijou! — Cassian parecia que espalharia para toda Prythian. Rhys urrou de felicidade, e Az sentia que as sombras, a qualquer momento, o engoliriam para escondê-lo da vergonha que passava voando no céu.

— Beijou? Beijou quem? Se foi Elain, Azriel — O Grão-senhor parou de sorrir, encarando o encantador das sombras, mas  Cassian só faltou gritar o nome:

— Gwyneth! Foi Gwyneth!! — Rhys novamente riu. O trio ilyriano voara dali para o escritório. Encontrariam-se com Lucien lá, mas antes, Feyre conversaria com ele, sozinha, no jardim.

— Rhys, quero perguntar algo — Azriel finalmente disse, quando estavam os três sentados tomando vinho. — Você uma vez disse que viu Feyre, antes de conhecê-la. Explique.

- Inicialmente eram sonhos, lampejos, apenas, como se eu visse pelos olhos de outra pessoa. Uma lareira crepitante em um lar escuro. Um rolo de feno em um celeiro. Uma toca de coelhos. As imagens eram rápidas e turvas. Um dia, porém a imagem foi nítida, a mão de Feyre. Ela estava pintando — O Grão senhor tinha um brilho nos olhos, como se revivesse aquele momento. Talvez ele estivesse mesmo.

— Porque a pergunta? Nunca se interessou em saber disso antes, andou vendo alguma coisa? — O general disparou os questionamentos, Azriel afundou-se na poltrona.

— No solstício, quando fui para o ringue. Ele não estava vazio, Gwyn estava lá. Conversamos por um tempo... Na manhã seguinte, fui até a casa do rio, pegar os presentes e acabei encontrando o presente que tinha dado a Elain. E ao invés de devolver a loja, fui para casa do vento, na biblioteca e pedi para Clotho que a entregasse o colar, entregasse a Gwyneth. — O macho suspirou bebendo um longo gole do vinho enquanto Cassian e Rhys o olhavam atenciosamente.

— Eu pude imaginar, como os olhos de Gwyneth brilharam ao ver o colar, por algum motivo, eu pude ver — O macho completou, olhando agora para Cassian que tinha uma expressão de expectativa e...raiva?

- Primeiro, você como mestre espião desta corte, sendo um macho velho de mais de 500 anos, deve saber uma coisa. Az, você cometeu um belo erro dando o colar a Gwyn, já que comprou para Elain. — O macho endireitou-se. Aquilo poderia machucar não só Gwyneth, mas também Elain— Mesmo ela tendo devolvido, as fêmeas são complexas. Rhys e eu concordamos que as irmãs Archeron, são ainda mais complexas.

O Grão senhor da corte noturna assentiu, como se para enfatizar o que o general disse.

— E segundo, Gwyneth tem grande chance de ser sua parceira. E mesmo que não seja, ela é alguém especial. Uma mulher forte demais, tão forte quanto você— Az, sorriu. Gwyneth, era dona de uma força extraordinária — Conserte o erro, antes que algo muito ruim aconteça. E pela mãe, não deixe essa fêmea escapar, pode ser que nem em mil anos encontre alguém como ela.

Az assentiu. A frase "Gwyneth tem grande chance de ser sua parceira” ecoava no peito do encantador das sombras, o macho havia se iludido tantas vezes, mas mesmo assim, algo lhe dizia que deveria tentar outra vez 

— Eu quero falar com ele, e com a minha mãe — A voz de Lucien soou nos ouvidos do machos, sendo seguida pela voz da Grã-senhora:

— Lucien, é provável que ele não saiba — A quebradora da maldição disse, tentando pegar a mão de Lucien, sem sucesso. O macho desviou do toque e tanto Cassian quanto Azriel se levantaram.

— Ele é o caralho do quebrador de maldições, saber que tem um filho não será tão difícil.  — Lucien adentrou a sala, o macho parecia um furacão. — Rhysand, há alguma maneira de entrar em contato com minha mãe? 

— Apenas Eris, pode ajudar — Cassian ponderou. Lucien, passou as mãos pelos cabelos, ele estava devastado. 

— O que está acontecendo? — Azriel, passava a mão sob o cabo da reveladora da verdade. Lucien respirava rapidamente.

— Hélion é meu pai — O Encantador das sombras ergueu as sobrancelhas em surpresa, Cassian ergueu o copo de vinho, para Lucien, que pegou e bebeu como se fosse água. Rhys ofereceu a garrafa, mas Feyre barrou o parceiro.

— Não é o momento de ninguém ficar bêbado! — A Grã senhora tomou a garrafa.

- Como Eris, pode ajudar? Aliás, poder não é a palavra certa, querer é o mais correto — Lucien falava amargamente, o encantador das sombras ofereceu que ele se sentasse.

Mas Lucien, nem pareceu ver. Cassian, junto a Azriel, o ajudou a sentar-se o macho ofegava, tremia e lágrimas ameaçavam descer os olhos.

— Quando ele vem? — O ruivo apoiou os cotovelos na coxa.

- Daqui a uns dias, na queda das estrelas. Rhys o convidou para que eu lhes contasse no dia, mas a visão de Elain confirmou tudo. — Feyre se abaixou próxima Lucien. O macho tinha as mãos no rosto, a respiração agitada.

— Eu quero sair daqui — murmurou, Feyre abriu espaço para que ele se levantasse. O macho pegou a garrafa de vinho da mão de Feyre e saiu a levando consigo.

Corte de laços e salvação. (Concluida)Onde histórias criam vida. Descubra agora