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Arwen.

Chorar. Era o que Arwen queria, só chorar. Estava tão cansada, seria complicado alguém a entender. Por isso, no momento em que Balthazar a tirou do bordel, ela disse "estou bem".

Não, porra não estava nada bem. Se sentia descartável, a porra de um lixo. Não tinha ninguém para conversar, não choraria reclamando da vida, como muitas de suas colegas faziam. Talvez a vida delas estivesse pior que a sua, considerando que viviam na mesma situação.

Arwen viu seu filho feliz. Estampou seu melhor sorriso, quando na verdade iria dizer que estava completamente fodida. Um dos piores homens em Ilyria havia decidido que a teria, o macho tentou alugá-la, mas Balthazar chegou na frente. O que foi um alívio para a fêmea.

— Não se preocupe, vou manter minha promessa. Não tocarei em você — Balthazar disse atrás dela. Não era essa a preocupação de Arwen. Mas o fato de dormir vestida de ouro, era doloroso e terrível.

O corpo da fêmea era maior do que todas lá. Seus seios eram fartos, e seu corpo era como se esculpido pelos deuses. A fêmea sabia de seus dotes, e de como seu corpo era.

— Durmo sem camisa. Isso te deixaria incomodada?

— Durma a vontade, até nu se quiser. Estou acostumada — Balthazar tirou a camisa, deitando-se na cama.  — Escute. Eu posso usar?

Arwen apontou para a camisa embolada na cama, tentando não se perder nos bíceps do macho.

— Ah, claro. — o macho entregou a ela a camisa, com o ato, os dedos rasparam levemente. Apesar de serem calejados, eram quentes, o corpo do macho inteiro parecia emanar calor. — Me viro? 

— Não. Me ajude — ela se virou para que ele ajudasse a tirar o vestido atrás. Onde suas asas davam espasmos de tempos em tempos. Isto foi o que ganhou por ser fêmea, quase teve suas asas cortadas. Havia muito tempo desde a última vez que havia voado.

— Suas asas, elas…

— Tem espasmos. Eu sei — o macho perguntou se ela sentia alguma dor quando acontecia — Apenas um leve formigamento, mas é rápido. Tenho isto desde os meus dezesseis anos. Meu pai quem fez.

— Sinto muito. Realmente sinto pela forma que os machos tratam as fêmeas, cresci vendo. Era para ter aprendido a ser igual, mas não consigo aceitar isso — o macho tirou a parte de cima do vestido. Era pesado devido ao ouro, tanto que assim que tirou o peso das costas, ela desabou sobre o peito duro de Balthazar.

Ele passou a camisa sobre a cabeça dela, ajudando-a a se vestir. A camisa de Balthazar era enorme, cobria suas coxas onde o vestido prendia-se nos joelhos. O macho se ajoelhou a ajudando a tirar completamente o vestido.

— Pronto. Deite-se, está tremendo, se não te incomodar eu posso mantê-la aquecida. —  a fêmea se deitou, seguida por Balthazar que os cobriu com o lençol e passou a mão pela sua cintura de forma carinhosa.

Carinho. A quanto tempo Arwen não recebia carinho? Lágrimas rolaram de seus olhos, nenhum macho com quem ela dormiu dava carinho. Apenas mandava que ela os chupasse, e praticasse diversas posições. Era punida por qualquer erro.

Arwen não queria viver mais assim há muito tempo. Mas o que faria? Que poder teria para ir de contra a vários machos de uma cidade? Ela era um mero grão de poeira debaixo dos pés de todos aqueles machos.

A fêmea sentiu Balthazar correr uma mão pelo seu braço onde a tatuagem do acordo feito entre ele, ela e o senhor ilyriano a quem ela pertencia.

— Você vai ficar bem. — o macho murmurou no escuro.

— Não. Eu me perdi, não tem como ficar bem se não me encontrar. — ela chorou baixinho fungando. Era esse o vazio que Arwen sentia, ela havia se perdido. Foi desfeita, destroçada por machos que tinham o poder nas mãos. Eles a destruíram.

Corte de laços e salvação. (Concluida)Onde histórias criam vida. Descubra agora