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  02:34 PM. Depois de pesquisar um pouco mais sobre Hypnos, eu descubro que Gracia Pasitae era a sua esposa. Eu ainda não sei porque me incomodei com isso quando Thanatos disse seu nome, mas parece que minha divindade reagiu só pelo seu nome... Aqui menciona também seus filhos, mas eu acho que nenhum deles existe de verdade. Caso contrário... Eles saberiam onde estou assim como Thanatos me encontrou facilmente, mas... Eu consigo sentir uma presença bem longe daqui, uma presença bem semelhante a mim. Eu não acho que esteja aqui na terra, não consigo sentir de onde exatamente vem sua presença, mas eu tenho certeza que é um filho ou uma filha de Hypnos e Pasitae. Sinto Luce passar seus braços ao meu redor, me abraçando por trás, sentado na cadeira de frente para o seu notbook em cima da mesa. Seu corpo quente acaba fazendo eu me sentir confortável.
- Pensei que fosse dormir por mais tempo.
- Eu não estou com sono. Só estou tendo essas sonecas por causa do clima. - Ela apoia a cabeça no meu ombro e passa a ver o que está na tela. - Descobriu quem era a mulher?
- Era a esposa de Hypnos.
- Hmm... Deseja vê-la?
- Tem altas probabilidades dela estar morta.
- Por que?
- Houve alguns problemas naquele tempo... E se eu acabei morrendo, ela também deve ter tido o mesmo destino.
- E esses "problemas" são preocupantes? Vai acontecer de novo?
- Não, eu acho que não.
- Eu espero que não. O que acha de irmos tomar banho? Refrescar a cabeça seria bom.
- Eu tenho que lembrar de deixar algumas roupas aqui no seu quarto para casos como este.
- Seria melhor, mas se algumas das suas roupas sumirem de repente, eu não sei de nada...
- Tá planejado roubar minhas roupas?
- Nããooo. Jamais que eu faria isso. - Ela morde a minha orelha. - Vamo logo pro banheiro.

  09:18 PM. Após irmos pro Shopping, nós voltamos para a escola. Passamos o dia todo juntos como planejado e quanto mais tempo passamos assim, sinto que estamos ficando cada vez mais íntimos. Hoje foi um dia... bom e ela também parece ter se divertido.
  Agora estamos no seu quarto e mais uma vez, ela tira minhas roupas com pouca paciência. Ela tem se entregado mais aos seus fetiches e agora eu já até conheço seus pontos fracos. Claro que nós bebemos um pouco antes de chegar a esse ponto, mesmo que tenha sido só um pouco, foi o bastante para nós dois ficar um pouco mais animados. Acho que eu também estou mesmo me entregando a ela cada vez mais. Vejo uma possibilidade onde possamos nos dar bem e por enquanto, estamos avançando em um ritmo bom.
  Mais tarde... Ela adormece, se cobrindo com a coberta. Depois de um dia cansativo, eu decido voltar para o meu quarto. Quando abro a porta, Tomas está aqui bebendo alguma bebida branca que não reconheço e fumando sozinho. Ele me olha de volta e parece muito ruim em todos os sentidos. Eu me sento na minha cama e por hoje ter passado o dia todo sem fumar, o cheiro vem de uma forma bem desagradável.
- E ae, Ethan. Como foi o encontro?
- Legal, mas estou um pouco cansado.
- Cara, eu não consigo ver você tendo um "encontro" normal com uma pessoa normal.
- Como assim?
- Pô, pelo tempo que a gente se conhece, eu vejo em você alguns padrões e na minha cabeça, não é bem seu estilo ser assim.
- Devia mudar o que acha sobre mim.
- É, pode crê.
  Pego o carregador de baixo do travesseiro e deixo o celular carregando. Abro a tampa do terrário de Aqua e ela sobe na minha mão ao me aproximar dela. Sem dizer nada, eu saio do quarto e caminho em direção ao pátio principal com ela caminhando no meu ombro.
- Até mesmo você precisa de ar puro de vez em quando. - Eu me sento em um banco e deixo Aqua livre no gramado.
- Precisa tratá-la melhor. - Tracy aparece ao meu lado. Eu não a senti chegando de canto algum, nem consegui sentir a presença dela por perto.
- Eu sei... - Ela se senta ao meu lado. - Vou ficar aqui até ela se cansar do gramado e talvez se alimentar de algum inseto e então voltar para o quarto.
- Como sabe que ela vai voltar?
- Porque não é a primeira vez que faço isso. Ela já teve outras oportunidades pra fugir, mas sempre voltava.
- Igual a um animal treinado, mas nunca vi um controle como este em uma aranha.
- Eu nunca a treinei.
- É uma raridade, eu diria. Vocês dois.
- Como assim?
- Deixa pra lá.
- Como você apareceu do meu lado de repente?
- Eu estava aqui o tempo todo. Você que chegou depois.
- Eu teria percebido se estivesse aqui. Acha necessário me contar algo sobre isso?
- Não, mas seja lá o que for teorizar na sua cabeça, não é nada relacionado a você.
  Ao estender seu braço no gramado, Aqua sobe na sua mão, caminhando pelo seu pulso e sobre os dedos, se equilibrando.
- Aconteceu algo entre você e Tomas? - Ela me encara ainda brincando com Aqua.
- Não. Por que?
- É a primeira vez que o vejo beber sozinho no quarto se entupindo de cigarro. E não tava com uma aparência boa.
- Eu só... Só quero ficar sozinha. Ele é sempre tão energético e pegajoso. Isso me cansa.
- Por que estão juntos?
- "Por que"? Porque...? Eu posso te contar, mas não é como se fosse um segredo.
- Hm...
- Na verdade, eu não sou tímida como todos pensam, nem "estranha" como todos acham.
- Eu estive percebendo isso... Então por que é assim?
- Eu apenas queria saber qual é a sensação de ser assim.
- Como?
- Digamos que eu seja uma boa atriz em um papel que não vai me dar benefício algum.
- Então você vai continuar agindo daquela forma enquanto estiver com eles?
- Talvez.
- E até quando?
- Vai saber... Até eu estar satisfeita? Enfim. - Ela deixa Aqua sobre o banco e se levanta. - Agora que você atrapalhou meu momento sozinha aqui, eu vou voltar para o meu quarto.
- Uhum.
- Então, até amanhã no refeitório.
- Até.
  Ela se levanta e caminha de volta para o dormitório. Ela é de fato bem misteriosa. Mesmo caminhando, eu não sinto a presença dela e não consigo entender isso. Decido deixar Aqua por mais um tempo no gramado até encontrar algo pra comer e isso acaba levando uma hora até ela terminar de se alimentar e voltar pra mim.






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