02:53 AM. Sentados na cama ouvindo música e apenas conversando no quarto escuro com a bebida ainda pela metade, nos fazendo mudar de humor a cada gole puro. No fim, acabamos guardando um pouco dos salgados pra Carla. Luce tá mais bebada que eu, acabou chorando um pouco, mas agora parece estar mais aliviada.
- Deixa eu levar o resto dos salgados pra Carla. Ela não comeu nada ainda.
- Não... - Ela joga o peso do seu corpo em mim, me impedindo de sair.
- Você não tá mais com fome, né?
- Não...
- Ainda temos a noite inteira pra conversar e fazer o que você quiser.
- To com vontade de brincar. Você vai brincar comigo? - Mordo sua orelha e ela se arrepia rapidamente soltando uma risada inesperada, fazendo ela sair de cima das minhas pernas, se sentando ao meu lado.
Bato na porta do quarto dela e após algum tempo, ela acende a luz e abre, continua da mesma forma desde quando se jogou na cama, mas com o cabelo mais bagunçado ainda. Ela volta a se sentar, dando um bocejo.
- Oi, querido... Algum problema?
- Aqui. - Dou a vasilha pra ela e ela me olha. - Você não comeu nada desde que chegou.
- Não precisava mesmo ter guardado um pouco pra mim, mas... Já que você me acordou para isso, então eu vou aceitar. Agora são quantas horas?
- Deve ser três da manhã.
- Dificuldades pra dormir de novo?
- Padrão.
- Tava tomando algo alcoólico?
- Sentiu o cheiro?
- Difícil não sentir. Quando terminar de tomar, não esquece de jogar as garrafas no lixo.
- Sim, senhora.
- Sarcástico.
- Como se sente?
- Ainda cansada.
Ela olha nos meus olhos e como se quisesse me contar, eu acabo percebendo tudo. Tristeza, alívio, confiante, carente. Ela está em uma situação bem deprimente. Sinto Luce fora do quarto, encostada na parede.
- Bom, vou deixar você descansar.
- Espero que consiga dormir.
- Luce vai me ajudar com isso. - Digo alto o bastante pra ela ouvir.
- Então está bem. Boa noite.
- Boa noite. - Saio do quarto, fecho a porta e ela me encara, segurando minha mão e voltando pro quarto comigo.
Impaciente, ela me senta na cama, tira minha minha camiseta e fica sobre minhas pernas com os braços em meu ombro e suas mãos bagunçando meu cabelo, me beijando cada vez mais rápido e agressiva, doida pra morder meus lábios e seu olhar atraente entrega isso. Essa noite... O céu tá nublado e o quarto todo escuro, somente com a tela do meu celular ligado e luminoso o bastante para clarear nós dois, tocando música.
- Eu não quero me segurar mais. - Diz ela, pegando o celular e aumentando o volume da música. Tocando "A Little Piece Of Heaven."
- Depois que terminarmos de "brincar" vamos fazer uma visista a Lara. - Ela tira a blusa e volta a me beijar.
- Tá bom.04:42 AM. O celular descarregou e Luce já está acostumada a esse tempo que demoramos e agora não parece muito cansada. Eu também ainda pareço estar com energia o bastante pra aguentar mais algumas horas.
- Está com sono?
- Não. Estou bem animada ainda.
- Vamos tomar banho.
- Será que sua tia ouviu?
- Eu acho que não. O som da música tava alta e ela tá cansada demais. - Ao chegar no banheiro, apesar do excesso da tontura que deixei me afetar, ainda sei perfeitamente o que estou fazendo.
- Não para de escorrer pelas minhas pernas. - Diz ela, ficando em baixo do chuveiro de frente pra mim.
- Se quiser, eu posso lavar pra você.
- Difícil recusar um pedido tão bondoso, mas eu tô muito sensível agora.
- Certo.
- Não é a primeira vez que você faz dentro, mas ainda me preocupo com isso.
- Eu sei, mas eu tenho total controle sobre isso.
- Bom... - Ela apoia os braços nos meus ombros. - E se, apenas "se" algum dia acabe não tendo controle sobre isso?
- Está dizendo caso você fique grávida por acidente?
- Uhum.
- Nós já falamos sobre isso.
- Mas daquela vez eu tava sendo brincando.
- E agora quer uma resposta de verdade?
- É... O que vamos fazer?
- Com certeza não vamos abandonar nosso filho por aí.
- Mas...
- Ainda mais por ele nascer como um semi-deus. Isso seria perigoso para os humanos, caso ele acabasse se revoltando pelos maus tratos de outras crianças.
- Eu não sei se consigo cuidar de um bebê.
- E quanto a Melany? Provavelmente ela vai acabar morando aqui comigo e Lara. O que acha dela?
- Ela é fofa e também não é um bebê, ela já é um pouco crescida.
- Então seu problema é com bebês?
- Talvez...
- Caso isso acontecer ou quando acontecer, vamos discutir isso melhor. Certo? Não precisamos falar disso agora.
- Tá bom... - Passo minhas mãos pela sua cintura e quadril cada vez mais, até ela me encarar com aquela expressão de novo. Deixando ela se sentir melhor, deixando de pensar sobre isso, pelo menos por enquanto.
- Inclusive, eu gostei do seu cabelo cortado assim. - Ela ri ironicamente.
- Aah, que ótimo namorado que eu tenho.
- Eu já tinha reparado antes. Só não quis dizer nada.
- E seu cabelo tá um pouco maior também. Quase chegando aos ombros.
- Vou pedir pra Lara cortar, algum dia.
- Não! Não quero que corte seu cabelo.
- Por que?
- Porque não!
- Tá legal.
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The plans of Destiny
Fiksi UmumQuerido leitor, essa história que estão para ler vai muito além de apenas um drama adolescente - quando vimos que a natureza de sua alma fazia seu corpo humano fraco ser tão defeituoso a ponto de precisar de medicamentos para continuar vivo, pelo me...