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- Finalmente alguma diversão. Eu agradeço por ter eliminado os adversários mais fracos, por deixar o jogo mais interessante agora.
- Filho de Ares, presumo.
- Muito prazer, sou Deimos. Como soube?
- É mais educado do que eu esperava. - Ele começa a rir.
- E você é mais forte do que eu esperava.
- Também não pretendo pegar leve.
- Por favor, dê o seu melhor. Seria uma honra para mim... - Ele saca um machado das costas e aparece do meu lado. - Derrotar um Deus primordial!
  Ele é rápido... Seguro sua mão antes que o machado me acerte e sua força monstruosa desafia a minha. Ele é diferente dos outros que enfrentei até agora, de alguma forma ele está fazendo algo que não me deixa pensar direito mesmo eu tendo as habilidades de Hypnos de resistir contra ataques psicológicos. Ele se afasta e parece animado por desafiá-lo dessa maneira. Eu defendo e desvio dos seus ataques continuos com os movimentos sutis que aprendi com o passar do tempo e aos poucos, ele vai ficando cada vez com mais sono, os movimentos dos seus ataques vão diminuindo de ritmo até finalmente adormecer em pé na minha frente. É a primeira vez que uso isso e até que é interessante. Removo seu elmo e seguro sua testa, entrando nas suas memórias no mesmo momento.
- Ele tem algumas habilidades que possam me ser úteis nas próximas fases. Como não estou no mundo dos sonhos, é mais complicado fazer isso.
  Acesso a parte onde fica os seus maiores segredos, seus medos, fraquezas, amor e a sua divindade. Um cristal brilhando em um tom alaranjado é o que eu quero. Assim que encontro, eu pego o cristal e faço uma cópia exata da mesma. Agora quando eu sair daqui com isso, terei as habilidades que eu quero. Não pretendo deixar ele sem seus poderes ou matá-lo, não quero problemas com isso me enchendo a paciência. Pego a cópia do cristal que criei e saio da sua mente enquanto ele continua dormindo. O cristal vira poeira na minha mão e consigo sentir e controlar perfeitamente os benefícios do filho do Deus da guerra. Minha força aumentou um pouco e com isso, tenho certeza que não devo pegar a divindade de mais nenhum Deus. O meu corpo já está no limite do quanto posso aguentar. Pego o machado de Deimos no chão e olho minha aparência no reflexo da lâmina, minhas pupilas estão menos douradas, meu cabelo ficou um pouco mais claro também, virando um tom castanho e agora tenho os poderes do Deus do terror.
  Enquanto Deimos dorme de pé na minha frente, eu lhe dou um chute no estômago, fazendo ele voar para longe, batendo numa montanha do outro lado da ilha e mesmo que isso não seja o bastante para fazer um Deus desmaiar, ele ainda vai ficar dormindo por um tempo. Eu não conseguia controlar tanta força assim antes, parece que ter a divindade de Deimos me beneficiou mais que as divindades de Zeus. Enfim... Onde deve estar Edonus? Desde que ele caiu do outro lado da ilusão, eu não o encontrei mais, nem mesmo sinto sua presença. Eu preciso avisar Lara. Faço um estrondoso e luminoso raio se espalhar pelo céu e não demora até ela chegar em mim. Ela está um pouco machucada e suja com as roupas um pouco rasgadas, devia estar lutando contra Phobos. Ela fica intrigada com a divindade pesada que estou usando agora e repara cada parte do meu corpo até tirar as próprias conclusões.
- Pegou os poderes de Deimos, não é?
- Eu copiei os poderes dele. E você está machucada assim por conta da sua luta com Phobos?
- Pois é. Eu quis pegar leve pra deixar mais legal, mas consegui derrotar ele.
- Ele está morto?
- Não. Eu só coloquei ele pra dormir um pouco.
- Certo. Onde tá Dinastia?
- Eu vim mais rápido pra ver se estava tudo bem, então ela acabou ficando pra trás. Deve chegar daqui a pouco. E cadê o Edonus?
- Deve estar lá dentro.
  Dinastia chega agora, olha pra nós com um olhar diferente e sua expressão muda do nada quando percebe que Edonus não está comigo. Entramos dentro da caverna e o clima escuro não nos permite enchegar nada. Lara faz um forte fogo roxo da sua foice iluminar o lugar e caminhamos mais a fundo na escuridão. Não encontramos ele e nem a Hidra até agora e continuamos a caminhar. Dinastia está liberando uma geada contínua e cada vez mais fria fazendo rapidamente tomar todo o clima por perto de nós. Talvez ela esteja preocupada? Edonus era quem controlava os poderes dela, então se ela está assim agora, pode ser que ele tenha morrido. Então isso mostra que estamos no lugar certo.
- Lara, estamos perto.
  Ouço Dinastia gritar agora meio triste quando encontramos a cabeça de Edonus no caminho e manchas de sangue a frente. Dinastia fica ainda mais triste e a sua nevasca fica mais intensa. Ela corre na nossa frente, mas não tentamos seguir os passos apressados dela. Lara me olha sem se importar com isso e ignoramos a cabeça dele no chão, continuando indo a fundo na caverna. Assim que alcançamos ela, seus gritos estão cada vez mais altos, piores e cheios de dor. Nos deparamos com a Hidra congelada na frente dela e então, Lara arremessa sua foice no monstro congelado, caindo no chão em vários pedaços. Até mesmo dentro dela estava totalmente congelada por conta da irá da Deusa perigosa a nossa frente. Deixamos ela sofrer em silêncio e pegamos o caminho de volta para a saída dessa caverna. Quando chegamos do lado de fora, nos sentamos na frente e esperamos Dinastia terminar de expressar seus sentimentos.
- O que faremos agora? - Pergunto.
- Essa seria uma boa chance de matar ela. Acabar com a dor dela de uma vez e continuarmos o evento.
- Você que está liderando esse time. Se acha que é o certo a se fazer, então vá.
  Ela hesita e vira o olhar para o lado.
- Eu não consigo. Eu consigo imaginar a dor dela, não consigo ir até lá e fazer isso.
- Bom, vamos passar a noite nessa caverna. É o lugar mais seguro que podemos ter.
- Tá bom. Mas eu vou ir caçar um pouco, quero comer algo.
- Eu vou ficar aqui.
- Certo.

  Agora já escureceu bastante. O fogo feito por Lara é o suficiente para durar a noite toda. Dinastia ainda abalada por aquilo que aconteceu, está em um lugar mais ao fundo da caverna sozinha, o frio dela não nos incomoda, então ela também deve estar confortável assim. Aperto a mão de Lara sentada ao meu lado, observando o fogo quebrar as madeiras lentamente. Até agora estamos indo bem nisso e por enquanto não sinto onde os outros participantes estão. Ela deita a cabeça no meu ombro e adormeço em seguida.












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