Capítulo 4 - Laço familiar.

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  E cá estamos nós de novo, sob essa pressão pesada do submundo em cima de nós, me pergunto o quanto Carla irá aguentar, por enquanto apenas medo sinto em suas expressões, logo atrás de mim. Ela não vai aguentar por muito tempo.
- Dessa vez aparecemos de frente para o Palácio. Vai falar com o Minotauro e pergunta se tem algum lugar que podemos usar.
- Está bem. - Ela vai até ele e Carla decide sair de trás de mim.
- Este lugar era pra ser tão pesado assim?
- Sim, é natural.
- É tudo bem assustador.
- Ninguém vai te machucar.
- Aquilo é...?
- É. Minotauro.
- Então ele é real... Medo.
- Diz isso porque ainda não viu o Cérbero.
- Pelo seu tom, nem quero ver.
  Os dois se aproximam de nós e ele se ajoelha na nossa frente de novo.
- Senhora Ma... Lara... Humanos vivos não são permitidos neste mundo.
- Quem fez essa regra?
- O próprio Hades. Nenhum tipo de vida que não fosse criado aqui no submundo não é permitido a ficar aqui.
- Então, eu decido as regras agora. Todos que nós dois trazermos aqui serão bem vindos.
- Compreendido.
- Ah, aliás, não quero que ninguém toque nesta mulher.
- Avisarei a todos.
- Agora nos leve ao lugar que havia dito.
- Pois bem. - Ele se levanta, fazendo Carla se intimidar um pouco pelo seu tamanho. - Por favor, me sigam.
- Que lingua é essa?
- Olimpiana, eu acho.
- Precisamente, senhor Hypnos. Porém, caso prefira, eu também consigo falar o idioma dos humanos.
- Hm.
  10 minutos depois de passarmos por todo o Palácio, chegamos na parte de trás. Há uma grande arena, bem parecida com o Coliseu de Roma, só que... bem maior.
- Por que existe isso?
- O senhor Hades se divertia em ver os mortos sofrerem colocando uns contra os outros antes de passarem por seus julgamentos, bem aqui neste lugar.
- Um ótimo passa-tempo.
  Entramos no coliseu e não tem nada aqui dentro além de um terreno plano. Alguém já deve ter vindo aqui assistir algum evento importante... Pelas marcas no chão de espadas e outras armas, parece que este lugar já foi muito usado. Parece que até mesmo este lugar era mais divertido antes de quebrarem o tabu criado por Zeus.

  10:34 PM. Lara fecha o portal e agora estamos de volta na cozinha, ela está um pouco cansada e suada depois de treinar um pouco e eu também... Carla se senta na cadeira respirando fundo. Assim como das outras vezes, o tempo não se passou enquanto estivemos lá.
- Carla, vai ir tomar banho primeiro?
- Não... Aah, não. Podem ir. Eu vou depois de vocês.
- Certo.
  Lara me encara e vai pegar as roupas no quarto enquanto pego um pouco de água para Carla.
- Ethan... Quem era a criança que estava lá?
- Criança? - Dou o copo pra ela e me sento ao seu lado.
- É, uma garota chegou depois de um tempo que vocês estavam treinando.
- Onde?
- No topo da arquibacanda.
- Eu e Lara não percebemos...
- Vocês estavam bem focados em treinar. Lara tem irmãs?
- Pelo que eu saiba, ela tem só uma.
- A que estava lá era uma criança que parecia ter uns cinco anos de idade.
- Eu não senti a presença dela. Deve ser alguma filha de Nyx ou de qualquer outro Deus que esteja por lá... Como ela era?
- Tinha cabelo branco e longo, usava um vestido escuro, também segurava uma pelúcia estranha. Não consegui ver muito bem, ela estava bem no alto da arquibancada.
- Hmm... - Seria possível...?
- Parece que não a reconhece. Bom, vá tomar banho. Vocês devem estar com fome, vou preparar algo pra comer.
- Tá.
  Deixo Carla sozinha na cozinha e vou até o banheiro onde Lara ainda está tirando a calça. Ela me olha quando ouve a porta se trancando e me entrega um sorriso, terminando de tirar a roupa.
- Eu tô com fome. - Ela diz, se aproximando de mim agora nua.
- Certo.
  Tiro minhas roupas também e entramos de baixo do chuveiro onde ela fica virada para mim, pegando minha mão e mordendo desde o meu pulso até o início do ante-braço, fazendo vários buracos no meu braço com as suas presas, o sangue se mistura com a água deixando uma sensação estranha nos machucados. 
  Ela volta para o pulso e começa a tomar o sangue, ainda apenas sinto um incômodo por todo o braço, mas isso ainda não é a dor que eu deveria sentir com todos esses machucados. O fato dela continuar agindo como sempre agiu, me deixa incomodado por não mostrar sinais dos últimos acontecimentos. Ela abre os olhos tirando a boca do meu pulso, olhando dentro dos meus olhos.
- O mesmo de sempre? - Ela encosta meu pescoço com as mãos e afirma com a cabeça. - Você controla bem esse desejo psicopata que sempre tem nesses momentos.
- Você precisa se alimentar também.
- Ainda não. - Aquela dor nos olhos retorna depois de todo esse tempo... Lara passa a mão pelo meu rosto, limpando o sangue que escorreu pelo meu rosto.
- Fazia tempo que isso não acontecia. Pensei que não veria novamente...

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