02:24 PM. A primeira coisa que vejo ao abrir os olhos é Luce, dormindo feito uma criança babando com a boca aberta e parecendo estar em um sono pesado. Ela não deve ter dormido muito bem nesses últimos dias e eu sinto que tenho certa culpa nisso. Coloco minha mão no seu pescoço e sinto os machucados que fiz na sua pele noite passada. Ainda está fundo e bem chamativo. Desço minha mão para a sua clavicula e lá estava a segunda marca que eu havia deixado. Continuo descendo minhas mãos e reparando em cada marca que deixei em sua linda pele. Já está tarde e creio que Carla já saiu para trabalhar, espero que Luce possa ficar aqui até amanhã, pelo menos.03:23 PM. Ela acorda, se senta na cama e olha pra mim sentando na beira da janela com um copo de café na mão.
- Bom dia.
- Boa tarde. Parece que você dormiu bem.
- Já está de tarde?
- Uhum.
- E tá tomando café.
- É, sem fome.
- Pra variar. - Ela se levanta, pega a mochila do chão e para em frente a porta. - Sua tia tá em casa?
- Não, ela foi trabalhar.
- Ah... - Ainda com cara de sono, ela vai pro banheiro.
- Então, acha que isso daria certo? - Paro na porta do banheiro e a encaro, tirando uma escova de dente e uma pasta da mochila.
- O que?
- Morar juntos.
- Por que tá perguntando isso?
- Sei lá. Só veio em mente.
- Eu acho que damos conta. Pode ser difícil, mas pode dar certo. - O anel que fiz a ela brilha sob a luz da lâmpada. - E você, acha que não conseguimos?
- Pelo contrário. Parece ser fácil.
- Só diz isso porque tem a energia de um Deus, então não se sente cansado.
- Por isso mesmo estou dizendo que deve ser fácil. Vai embora amanhã, não é?
- Se a sua tia não se incomodar.
- Ela ainda quer te conhecer, então acho que isso não é um problema. - O celular dela começa a tocar no quarto, fazendo eco por toda a casa.
- Vai ver quem é. Pode ser o meu pai. Se não for ele, pode ignorar.
Ela fecha a porta e volto para o quarto, atendendo a ligação que é mesmo do pai dela.
- Luce?
- Dessa vez não.
- ... É você. A minha filha está bem?
- Sim. Ela está tomando banho, se quiser posso falar pra ela te ligar depois.
- Certo, faça isso. - Ele fica quieto por alguns segundos, mas não encerra a chamada.
- Algo a mais para dizer?
- Me diga garoto, está cuidando bem de minha filha?
- Pode ter certeza disso.
- Ela ainda não me disse que você fez algo a ela, mas tenha em mente que não preciso de muito para lidar com você.
- Me ameaçando do nada? Por que acha que eu faria mal a ela?
- Não acho que faria mal a minha filha, por isso lhe dei este aviso.
- Você deve ser um pai bem careta.
- Protetor. Eu preservo a segurança de Luce mais que tudo.
- Pelo menos não está vigiando ela por um drone.
- Talvez eu esteja e você não saiba.
- Certo, certo, super pai protetor.
- Agora me diz, o que tem em mente para o futuro?
- Qual o seu interesse nisso de repente?
- Estou no meu horário livre e ele é bem limitado. E como não tivemos a chance de ter uma conversa melhor, quero que faça meu tempo valer a pena.
- Já que é esse o caso. Eu não tenho nada planejado para a minha vida profissional se é isso que quer saber.
- Luce havia me dito que estava estudando psicologia.
- Estava. Mas por causa do problema que deu recentemente, já não tenho mais tanto ânimo pra continuar nisso.
- Entendo. Então você é um dos alunos daquela faculdade que teve um atentado terrorista.
- Esse mesmo.
- Ainda não encontraram os responsáveis por aquilo e até hoje passa nos jornais. Sabe de algo?
- Não. Eu fui me encontrar com Luce neste dia, por isso acabei me safando dessa.
- Me lembro dela ter dito que ia mesmo se encontrar com você. Mudando de assunto... Como é o seu relacionamento com seus pais?
- Eu não costumo falar com meu pai.
- E a sua mãe?
- Ela morreu.
- Hm... Sinto muito.
- Contou a mãe de Luce sobre mim?
- Não. Eu não conto nada relacionado a Luce para ela.
- E vai ser melhor se continuar assim.
- Você sabe sobre a história entre elas?
- Um pouco. Luce me contou alguns detalhes.
- Ela fez bem. Foi melhor ter dito isso a você cedo antes que ocorresse imprevistos. Agora... Uma conversa de homem pra homem. Mesmo que não tenha pensado em sua vida profissional, já deve ter pensado no seu futuro com a minha filha. Se me responder o contrário, não permitirei que continuem este relacionamento.
- E isso por acaso é decisão sua?
- Com certeza. Caso ainda não esteja ciente sobre o meu poder, em um segundo posso mandar o exército inteiro atrás de você.
- Uau...
- Pode ter certeza que você não vai usar esse sarcasmo quando estiver morto.
- Enfim, voltando ao assunto de "homem para homem", eu amo a sua filha e não pretendo terminar o que tenho com ela e parece que ela também não. É suficiente pra você?
- Ainda não. Bom, foi uma conversa saudável, mas preciso voltar aos negócios.
- Ainda temos o que conversar.
- Sim, temos. Mas deixamos isso para outra oportunidade.
Ele encerra a chamada e volto a tomar o café, voltando a perder a noção do horário, ignorando a sua ameaça. Dez minutos depois, Luce saí do banheiro e vem para o quarto com o cabelo molhado, a toalha azul sobre os ombros, usando uma blusa regata vermelha e um short jeans curto se sentando na minha frente na beira da cama.
- Então o que ele queria?
- Só queria saber se você tava bem.
- Parece que vocês dois se deram bem mesmo.
Ela pega o copo da minha mão e termina de tomar o café que restava.
- Tirando a ameaça sem sentido que ele faz, é... Podemos nos dar bem. - Ela dá uma risada.
- Não liga muito pra isso. Ele só tá tentando te intimidar.
- Deu pra notar. - Jogo seu cabelo para trás e ela me encara. - O que quer fazer hoje?
- Qualquer coisa. Contanto que seja junto de você.
- Eu posso providenciar isso.
- É?
- É... - Ela sorri e me dá um beijo. - Tá com fome?
- Um pouco.
- Você tá sempre com fome.
- Ah, vai... Eu nem como tanto assim.
- Só quando tá com fome, né? - Ela ri ainda mais.
- Palhaço...06:59 PM. Passamos a tarde toda sem fazer nada, além de conversar e beber a bebida que Lara nos trouxe. É um sabor bem inexplicável, mas é muito boa e tem mais efeito que o álcool assim como a primeira dessas que eu tomei. Carla disse que ia chegar cedo e que mandaria mensagem assim que chegasse e até agora não tem mais nenhuma notícia de Lara ou de Melany.
- Luce, tá legal?
- Sim, eu tô bem.
- Vem cá. - Ela me entrega o copo e senta sobre as minhas pernas, virada para mim. Tomo o resto que tinha e ela entrelaça os braços no meu pescoço sem dizer nada. - Amanhã você tem que ir cedo?
- Infelizmente...
- Avisou seu pai que vai ficar aqui até amanhã?
- Avisei. Amanhã vou ter que acordar bem, bem cedo e ir direto para o serviço.
- Certo. Eu vou com você até o terminal.
- Tá bem. - Ela me beija, apoiando as mãos nos meus ombros, sem tirar os lábios dos meus acompanhando o ritmo, destravo a alça do seu sutiã ainda por baixo da blusa e ela levanta a camiseta acima dos seios. Seguro sua cintura e a beijo dos seios até o pescoço, fazendo ela se arrepiar. - Nem pense em deixar outra marca no meu pescoço. - Ela me encara enquanto massageio seus seios e abro mais as suas pernas sobre as minhas.
- Mesmo que você diga isso... - O celular vibra ao meu lado e parece que Carla chegou. - Vamos ter que parar por aqui.
- Você fez isso sabendo que sua tia ia chegar, né?
- Talvez...
- Você só queria me provocar.
- Eu não resisti. - Ela dá uma risada e bate no ombro, voltando a abaixar a blusa. - Mas eu vou terminar o que comecei.
- É claro que vai.
Abro a porta da sala e Carla me encara, segurando umas sacolas de mercado e vejo um homem sair do carro que não parece ser dela, pelo menos o modelo e a cor é diferente. Homem bronzeado, usando uma roupa social, um topete e a barba recentemente cortada.
- Boa noite, Ethan. Tudo bem?
- Eu tô bem. Quem é o cara?
- Um amigo... do trabalho.
- Amigo, é?
- Sim, amigo. - Ela passa por mim e vai direto para a cozinha.
- Boa noite. - Ele para na minha frente na porta e aperto sua mão. - Você deve ser o sobrinho de Carla. - Seus olhos são escuros, transbordando emoções. Felicidade, ansiedade, medo, preocupação, insegurança e ainda sinto uma leve tremedeira das suas mãos.
- E você é?
- Taylor. Trabalho com sua tia.
- Bem, já que ela não se incomoda, então pode entrar.
- Valeu. - Ele entra e fecha a porta, se sentando no sofá.
- Como você tá? - Carla vem até mim e para na minha frente.
- Bem, eu acho. E você também, pelo visto.
- Mais ou menos. Bom, aposto que vocês já se cumprimentaram.
- Sim.
- Meu carro estragou, então Taylor se ofereceu para me trazer em casa e ele vai jantar conosco hoje. - Ela se senta do lado dele. - Apesar... de quê a janta vai sair um pouco tarde.
- Tá bom. Olha... Eu vou andar um pouco com Luce por aí. Voltamos antes das oito.
- Certo.
Eu lhe dou um sorriso e Carla entende minhas intenções, fazendo uma careta sem ele perceber. Volto pro quarto e Luce me olha.
- Quer ir pra praia?
- Mas... você não gosta de praia.
- Isso não quer dizer que eu odeie.
- Ah, tá bom. Então vamos. - Ela se levanta e coloca o sutiã de volta. - Por que quer sair agora?
- Deu vontade.
Saímos do quarto e vamos para a sala, onde Carla e Taylor não estavam, mas ouço suas vozes na cozinha. Saímos de casa e a rua está agradavelmente quieta. Não tomamos tanto da bebida e o pouco efeito que faz, me deixa mais leve e tranquilo. Luce segura minha mão e caminhamos pela rua vazia.
- Esse bairro é quieto assim o tempo todo?
- Na maioria das vezes.Chegamos na praia e o som da maré é a única coisa que se propaga por aqui.
- Vamos entrar na água. - Ela diz parecendo animada. Ela me puxa junto com ela pra dentro da água sem tirar os chinelos e nem a camiseta, entrando na parte rasa. - Uuh... A água tá bem gelada.
Nesse lado da praia não tem muita iluminação e pelo visto, essa noite não tem o brilho da lua também. A água está mesmo fria, mas ainda não me incomoda tanto, combinando perfeitamente com o clima. Puxo os braços de Luce, trazendo ela para perto de mim e eu a beijo, mais intenso do que antes.
- Se você morasse por aqui, poderiamos ter mais momentos como este.
- Acho que você ia se enjoar de mim.
- Eu nunca vou me enjoar de você.
- Por que?
- Porque eu te amo.
- Que fofinho, é a primeira vez que você me diz isso.
- Achei que já estava óbvio por todo esse tempo, por isso nunca disse antes.
- Bom... Eu também te amo. Sabia?
- É, eu sabia.Depois de um bom tempo, nós voltamos para casa. Agora Luce está com frio e vamos direto para o quarto, onde ela pega sua mochila e vai para o banheiro. Eu vou até a cozinha, onde encontro Carla e Taylor sentados na mesa conversando com uma taça de vinho na mão.
- Já voltamos.
- A janta já está quase pronta.
- Certo.
Vou para o quarto, pego uma camiseta, um short e vou para o banheiro.
- Depois eu te dou uma das minhas camisetas de frio pra você usar. Está com muito frio ainda?
- Sim. Ainda tô tremendo pra caralho. Espero não ficar resfriada...
Quando voltamos ao quarto, eu lhe entrego uma das minhas camisetas de manga longa e ela esconde os dedos nos bolsos da camiseta.
- Bem melhor.
- Vamos pra cozinha. Deve tá com fome.
- É, pode ter certeza.
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The plans of Destiny
Fiction généraleQuerido leitor, essa história que estão para ler vai muito além de apenas um drama adolescente - quando vimos que a natureza de sua alma fazia seu corpo humano fraco ser tão defeituoso a ponto de precisar de medicamentos para continuar vivo, pelo me...