6- Ela não é um monstro

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Gente eu quero deixar claro que quando a Chuu lembra das coisas que passou ela lembra com o nome Oliver e não "ele", mas é pq é inconsciente.

Ela tem um bloqueio com o nome dele, por isso que no tempo atual da fic ela não fala.

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Jiwoo

Peguei meu celular e vi que estava certa, era minha mãe. Respirei fundo e logo deslizei meu dedo pela tela para a atender, depois coloquei o celular perto da minha orelha.

— Vou ter que adiar a minha volta para casa, Jiwoo - Ela já começa falando - Surgiu uns problemas e vou ter que ficar aqui por mais um tempo.

— Tudo bem - Minha voz sai tão fraca que eu chego até a estranhar.

— Aconteceu algo aí? - Ela pergunta preocupada - Por que essa voz de choro? - No exato momento em que escutei a última pergunta senti meu rosto molhado e me dei conta de que estava chorando.

— N-não, tá tudo bem - Respondo enquanto andava para ir rápido para o banheiro do meu quarto. Não queria que Hyeju nem Jungeun me vissem chorando.

— Ei raiozinho de sol, me fala, o que aconteceu? - Abro um pequeno sorriso pelo apelido. Ela não me chamava mais tanto assim, não como era antes, agora é só quando quer me acalmar em alguma crise de ansiedade ou quando quer me acalmar em alguma crise de ansiedade. É só para isso mesmo. - Jiwoo, você está me deixando preocupada, você está em qual lugar?

— No banheiro - Respondo assim que passo pela porta do cômodo falado, depois fecho a porta, me sento no chão e fico escorada na porta. Se Hyeju viesse atrás de mim, ou quisesse usar o banheiro, era só abrir a porta e entrar. O meu banheiro não tem tranca, por causa do que já aconteceu. Então achei melhor impedir a entrada com meu corpo mesmo.

— Jiwoo, você não tomou nenhum remédio ou usou qualquer droga, não é? Por favor, não tente nada! Eu vou voltar amanhã, ok? - Começo a chorar mais forte. Escutar minha mãe falando desse jeito me fez perceber o quanto acabei com a vida dela com todos os meus problemas. Provavelmente quando ela escutou minha voz de choro e logo depois que eu estava no banheiro ela deve ter lembrado da última vez que tentei tirar minha vida. - Cadê a Jungeun? Eu vou ligar para ela.

— Não! - Respondo o mais rápido que consigo - Não precisa mãe, eu não tomei nada - Tento secar meu rosto com minha mão livre, mas não estava adiantando nada. Quanto mais eu tentava limpar as lágrimas, mais parecia que meu rosto ficava inundado com elas - A Jungeun está na cozinha com a Hyeju e o bebê, eu acabei de sair de lá.

— O que aconteceu Jiwoo?

— A Hyeju… - Começo, mas não consigo terminar, parecia que minha garganta havia fechado apenas para eu não falar aquilo, e eu agradecia por isso, porque no fundo sei que se eu falasse ficaria mais real ainda e isso me deixava com medo.

— Respira Jiwoo, e me fala com calma. A Hyeju está bem? Ela se machucou?

— A Hyeju me bateu - Falo rápido e meu choro fica ainda mais forte. Estava doendo. Não o tapa fraco que Hyeju havia dado em minha mão, mas sim o que isso me fez lembrar e a dor de ver ele nela. Dessa vez não só na aparência, mas na atitude também. O tapa de Hyeju foi fraco, nada comparado às agressões dele, mas isso já foi o suficiente para me deixar com medo dela um dia vir a se tornar um monstro como ele.

— O que?! Como assim?!

— Ela deu um tapa na minha mão - Falo com dificuldade por ainda estar sentindo minha garganta fechada.

— Jiwoo, calma, tenho certeza que ela nem sabia o que estava fazendo, ela é só uma criança.

— Ela é igual a ele! - Grito e logo depois me engasgo com meu próprio choro.

(Des)amar é Fácil ⑅Chuuves⑅Onde histórias criam vida. Descubra agora