8- Os remédios

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Jiwoo

Deixei Hyeju tomando banho e vim caçar roupas para ela vestir. Eu sempre deixo dois pares de roupas separadas para ela escolher qual vestir, gosto de fazer isso para ela sempre ter escolhas, gosto de aplicar isso a ela.

Como Hyeju sempre gosta de usar roupas parecidas com a minha - ela fala que é para ficar igualzinha a mim - separei uma roupa parecida com a que eu vou usar: uma calça jeans e uma camiseta preta com um coração no meio, a minha não vai ter coração, óbvio, mas ela não tem toda preta, então vai a que chega mais perto. Depois separei o outro par de roupa: um macacão e uma camiseta listrada, tenho certeza que ela vai escolher o boneco Chucky para levar, então vou deixar a roupa combinando com o boneco. Quando ela vai passear com os avós, ela gosta de ir com alguma roupa que lembra o brinquedo que ela vai levar, então sempre separo uma roupa igual a minha e outra igual ao brinquedo.

Após separar os pares de roupas de Hyeju, troco a minha roupa e já penteio meus cabelos. Faço tudo bem rápido, não gosto de enrolar e muito menos de deixar Hyeju sozinha por muito tempo, ela a maioria das vezes é quietinha, mas quando apronta a merda é grande.

Já estava quase colocando meu pé para fora do quarto que divido com a minha pequena quando vejo Jungeun caminhando em minha direção com uma mamadeira na mão.

Ah, não, de novo não.

— Aqui, eu fiz para a Hyeju - Jungeun me entrega a mamadeira da cor violeta - Quando eu estava com ela na cozinha, ela me pediu para fazer e depois te entregar, na cabecinha dela, se a mamadeira estiver pronta você vai dar para ela.

— Vou deixar na geladeira, assim não vai estragar e dá para eu dar para ela à noite.

— Jiwoo, ela quase não comeu, dá logo a mamadeira para ela - Reviro meus olhos e respiro fundo, não queria entrar nesse assunto novamente.

— Jungeun, eu já tô cansada desse assunto…

— Olha, faz o que você quiser, ok? - Ela respira fundo frustrada - Não vou insistir mais. Só pensa em dar a mamadeira para ela.

— Ok, vou pensar - Ando até a cômoda onde tem um enorme espelho e deixo a mamadeira ali. Talvez eu dê para ela após seu banho. Depois de deixar a mamadeira me viro novamente para Jungeun, que ainda estava parada na minha porta - Mais alguma coisa?

— Sim, a mãe falou para eu te dar os remédios mais cedo - Ela fala e então vejo em suas mãos duas cartelas de remédios, que para minha Infelicidade já estavam quase vazias. Merda. Minha mãe falou que quando essa cartela acabasse eu teria que passar no psiquiatra para uma nova receita - Você já sabe o que tem que fazer, né? - Jungeun fica me encarando. Ela queria que eu estendesse minha mão e fechasse meus olhos. Quando me davam os remédios não me deixavam olhar os nomes, porque eu pesquisava para saber mais do remédio e quantas doses era necessário para ter uma overdose, mas dessa vez eu só queria saber mesmo, não iria tentar coisa alguma.

— Pra que isso? Eu juro que não vou pesquisar nem nada - Na verdade eu iria sim e ela sabe, mas insistir nunca é demais, não tenho nada a perder mesmo.

— Jiwoo, por todo o tempo que eu já fiquei aqui nós já tivemos essa conversa um milhão de vezes e não vai rolar, a mãe me mata se saber que eu deixei você descobrir o nome dos remédios.

— Ela não precisa saber, eu não vou contar.

— Sinto muito, mas não dá.

— Você sabe que não tem como morrer só por overdose, né? E se eu ainda quisesse mesmo me matar eu teria várias outras maneiras a minha disposição, mas não quero tentar nada, Jungeun, eu só quero saber o que eu tô colocando em meu corpo! - Ela solta um suspiro e fala:

(Des)amar é Fácil ⑅Chuuves⑅Onde histórias criam vida. Descubra agora