🎭Capítulo•47🥀

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Poderia começar com "Era uma vez" e prosseguir daí, contudo, isso não é uma lenda, é a verdade, é uma história...

Uma história de amor, não, de drama, não, de desespero, espere... Amor é tudo isso e muito mais. É uma história complicada, eu estava presente quando foi vivida e ainda vigiando quando foi escrita. Ah sim, para escrevê-la tive de ter muita cautela, está forma de amar merecia cada detalhe, cada sentimento, porque foi ali que eu aprendi o que era amar realmente e foi ali que eu aprendi como a sociedade é obscura e maldosa quando quer.

Como começo a contar? Não sei se as pessoas estão preparadas para saber, mas é necessário! Este tipo de história merece ser compartilhada e jamais esquecida, merece ser escrita e contada para todos que puderem, atravessar as barreiras do tempo e sempre continuar viva na memória de todos, afinal, esta história é sobre amor...


O sol já amanhecia preguiçoso no horizonte, mas espalhando as cores pelo céu, o mar não havia descansado ainda, suas ondas quebravam na areia, a beijando e logo se recolhendo novamente. O cavalo branco corria por ela, corria na beira da costa, trotando como um verdadeiro alazão, quebrando o vento que levava consigo os cabelos castanhos escuros da bela princesa que sorria pelo amanhecer do dia, passou a noite inteira ansiosa por isso.

Ela para e desce de seu amado animal, que descansa e relincha recuperando o fôlego de ter saído cedo do castelo. O vestido bordô da princesa se arrastava na areia e ela encarava o horizonte, assistindo o amor do céu pelo mar, sentindo a brisa fresca da manhã bater em sua pele e em suas bochechas rubras. Logo escuta o cavalgar tão esperado, olhando ao lado e sorrindo imensamente como se estivesse prestes a ser resgatada.

Outro cavalo cavalgava, desta vez com pelos acinzentados, também sendo apressado por outra jovem, esta camponesa que também não dormira a noite ansiosa para o encontro. Com cabelos cor de fogo, ondulados e levemente armados. Seu animal nem havia parado totalmente quando ela desce do mesmo, indo em direção a princesa e se curvando.

-Vossa Alteza. -A ruiva diz sorrindo.

-Srta. Helizabeth. -A princesa diz se curvando também.

Ambas soltam uma risada baixa, a camponesa segura a cintura da realeza e a puxa para si, lhe beijando suavemente, apaixonadamente, secretamente. Elas se encontravam naquele mesmo lugar todos os dias, se conheceram quando eram mais jovens, no dia em que a camponesa foi servir no palácio.

Ninguém sabia desta chama apaixonante de ambas, naqueles tempos os iguais jamais deveriam se amar. Heresia, pecado, aberração, tragédia, desgosto, demônio, bruxas... Era isso que significava, era tudo, menos amor.

Se bem pensando, o que aquele povo sabia sobre amor? Sobre confiança? Não tinham o mínimo de conhecimento sobre o assuntos, porém duas mulheres não conseguiriam mudar nada, nem sequer poderiam falar na presença de homens se não lhes fosse permitido.

-Hoje terá um almoço importante. -A princesa diz arrumando sua roupa.

-Sei disso, ajudarei Mary na cozinha. -A camponesa fala ajeitando seus cabelos.

-Vou dar um jeito de escapar e nos encontramos na grande árvore.

-Como quiser Vossa Alteza. -Helizabeth ri e sente um tapa sendo depositado em seu ombro.

-Pare de me chamar assim quando estamos sozinhas! -A de sangue real diz meio chateada, ela odiava lembrar que pertencia a este mundo.

-Desculpe, desculpe. Estarei lá, Alice. -A ruiva fala depositando um beijo suave nos lábios de sua amante.

The Love KillerOnde histórias criam vida. Descubra agora