🎭Capítulo•23🥀

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Nunca entendi a morte. Ela é algo tão complexa mas ao mesmo tempo tão vaga. Para onde vamos? O que acontece? Tem mesmo alguma coisa após a morte ou é apenas uma invenção humana em mais uma de suas tentativas de amenizar ou suportar o que é inevitável e que não é de seu controle?

Eu nunca tive uma relação ruim com a morte, eu tinha tudo para detestá-la, mas... Ao invés de pensar que ela me tirou alguém, eu sempre pensei que ela acolheu este alguém, para onde levou? Eu não sei. Se irá me devolver? Provavelmente não. Mas tudo bem, afinal, a morte é a única coisa que nos faz valorizar a vida, é para isso que ela serve. 

Alguns a desafiam e as vezes ela tem uma jogada melhor e acaba vencendo, outros apenas são presentes que a morte dá para outras pessoas na intenção de tentar mudá-las ou mostrar algo e logo recolhe seu presente novamente, a levando com ela sob seu anto negro para um lugar desconhecido, mas que creio não ser tenebroso ou ruim, não acho que ela nos castigaria duas vezes. Afinal, o verdadeiro inferno é este. 

O que torna a morte ruim é o afeto, cativamos tanto uma pessoa que que as vezes não aguentaríamos vê-la partir, queremos eternizá-la. Mas como eu disse, se isto fosse possível, que valor aquela pessoa teria? Ela estará ali para sempre, podemos visitá-la outra hora e esta hora nunca chega e o como tudo o que tem nesse mundo, quanto mais o tempo passa mais essa pessoa perde o seu valor. Pois ela é eterna. 

É horrível a ideia de morte se você parar para pensar, ainda mais quando se é jovem e ainda tem tanto para se descobrir e viver. Mas tudo tem seu tempo e talvez a morte na verdade seja um alívio nos livrando da crueldade que é viver neste mundo, como eu disse, aqui é o real inferno, aqui é onde há assassinos, estupros, injustiça, racismo, prostituição, caos completo... Talvez devemos parar de ver a morte como algo tão ruim e vê-la como um anjo, porque no fim das contas, é ela quem nos tira daqui para termos paz... Ou não...

Alguns acham que a morte veste uma capa preta, com sua foice temida por todos os mortais, já eu... Acho que ela nem sequer é um ser espiritual, pelo contrário, tem nome e sobrenome, traja um terno preto social, que parece bem caro na verdade e... Me encara furioso da porta...

-Avisei para se arrumar. -Ele diz entrando no quarto.

Fecho o livro e reviro os olhos, voltando a olhar pela janela.

-Min-Jee é sério. Não tenho tempo para enrolações.- Ele diz se aproximando, o mesmo encara a penteadeira e me olha com o olhos semicerrados. -Eu nunca mais vi aquele seu caderno... Onde guardou ele?

Me levanto, suspirando, deixando o livro em cima da mesa e indo até o banheiro. Escuto a porta sendo fechada e novamente eu estava sozinha naquele quarto. Engulo em seco, estava preocupada com o que viria deste baile, não se dava para prever o que Jeon Jungkook iria fazer ou estava pensando. 

Também me perguntava o que aconteceu com Mina, a garota do porão, e ainda estava surpresa com tudo o que vi, estava acontecendo na minha frente e pela primeira vez eu dei razão ao Jungkook, eu queria que ela pagasse também porque... Porque...

-Min-Jee?- Escuto a voz da Ryujin. 

-Aqui. -Falo no banheiro.

-E ai?- Ela diz animada. -Bom... Fui designada para te auxiliar na maquiagem e cabelo, então... -Ela ergue uma maleta.

-Misericórdia, trouxe o que ai dentro?- Pergunto me aproximando.

-Sua pele, seu cílios, suas sobrancelhas, com isso quero dizer sua maquiagem inteira. -Ela sorri.

Ryujin era boa com maquiagem ou em quesitos de se arrumar, porém eu tinha medo de uma hora os nossos gostos não baterem e ela exagerar, mas eu confiava nela então... Como eu já estava de banho tomado, ela começa com a maquiagem, demorou um pouco porque ela foi bem perfeccionista e ela não me deixou ver o resultado. 

The Love KillerOnde histórias criam vida. Descubra agora