30_ O beijo.

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A gente continuou se encarando sem falar nada enquanto eu acalmava meu coração. Eu estava assim por causa do passo que eu tinha dado, na real parecia que eu iria infartar.

Saber que, agora, para ela seja nítido meus sentimentos me deixava um pouco nervoso. Sim, nervoso. Nenhuma mulher tinha me deixando nervoso desse jeito, mas ela tinha esse dom que nenhuma jamais teve.

ㅡ Talvez. ㅡ A sua voz soou me fazendo olhar a mesma surpreso. Ok, eu tinha falado aquele negócio, tudo bem. Mas ELA concordar já era outra coisa, pode ser um sinal que ela possa ta sentindo a mesma coisa que eu. Será...?

Olho para frente voltando a atenção no jogo tentando conter o sorriso. Saber que ela pode ta sentindo a mesma coisa que eu me deixava feliz, se ela realmente estiver gostando de mim... Não sou o único louco que se iludiu com esse relacionamento estranho entre chefe e funcionaria.

Mas, tenho que admitir, me assustava um pouco. Sempre tive o controle de tudo na minha vida, sempre quis as coisas do meu jeito, e agora eu não tenho. Não tenho controle dos meus sentimentos, Não tenho controle dos sentimentos dela, Não tenho controle de nada.

E isso só me provou o quanto ela é diferente.

ㅡ UHHH!! ㅡ Ela se levantou enquanto gritava. Ela podia não entender nada do jogo? Podia, mas ela sabia como transformar isso em uma alegria. ㅡ Não entendi nada, mas vai. ㅡ Ela riu voltando a sentar. ㅡ Sr Howard? Você tá bem? ㅡ Ela tocou em meu ombro enclinando sua cabeça.

ㅡ Estou, Murphy. ㅡ Assenti. ㅡ Por que eu não estaria?

ㅡ Você está tão calado. Não tá gostando? ㅡ Me encarou.

ㅡ Eu tô gostando gostando sim, Murphy. Só... estou pensando mesmo. ㅡ Dou de ombros.

ㅡ Em que? Não é nada de trabalho né?

ㅡ Não... ㅡ Abaixo minha cabeça tentando conter um sorriso, mas em seguida volto a olhar para a mesma que ainda me olhava. ㅡ Não é nada de trabalho, na verdade é algo melhor.

ㅡ O que? Posso saber? ㅡ Ela se aproximou sorrindo.

ㅡ Você. ㅡ Deixei, simplesmente, que o meu coração falasse por mim uma vez na vida. E foi isso que ele falou, com toda sinceridade.

ㅡ Eu?? ㅡ Ela me encarou surpresa.

ㅡ Aham. ㅡ Assenti. Ela olhou para o chão ainda parecendo surpresa, mas um sorriso surgiu em seus lábios.

ㅡ Sabe, Sr Howard... ㅡ Ela levantou sua cabeça e me olhou sorrindo. ㅡ Eu também penso em você. ㅡ Ela sorriu pegando na minha mão lentamente. Com certeza, isso não estava no roteiro e eu tinha ficado surpreso.

Mas nada que uma surpresa inesperada para melhorar meu dia. Um sorriso se abriu em meus lábios, enquanto eu pegava na mão dela.

[...]

ㅡ Eu nunca... passei vergonha na frente de todo mundo. ㅡ Falei a primeira coisa que veiu na minha mente enquanto nos dois, estávamos de mão dadas, andando até a Times Square.

O jogo já tinha terminando, e agora estávamos voltando para a casa. Andando? Sim, a gente meio que decidiu fazer ela loucura.

ㅡ Ah, eu já passei tantas vergonhas na frente de todo mundo que eu perdi a conta. ㅡ Ela riu. ㅡ Você mesmo percebeu.

ㅡ Por que derrubou meu estojo? ㅡ Encaro a mesma rindo.

ㅡ Sim, por isso mesmo. ㅡ Balançou a cabeça concordando. ㅡ Tá, eu nunca... roubei doces da mesa no aniversário na hora do parabéns?

ㅡ É sério Murphy? Você já roubou? ㅡ Encaro a mesma rapidamente vendo ela ri. ㅡ Murphy!

ㅡ Eu não tenho culpa! Os doces me chamavam atenção, e a minha mão só obedecia o chamado deles. ㅡ Ela sorriu inocente.

ㅡ Não acredito que você fez isso. ㅡ Ri balançando a cabeça negativamente.

ㅡ E você?

ㅡ Eu não. ㅡ Falei rapidamente. ㅡ Nas poucas festas de aniversário que eu tive, sempre estava ocupado mandando nas crianças. Ou quando eu era o aniversariante, sempre fugia de todo mundo.

ㅡ Por que? ㅡ Me olhou.

ㅡ Meu pai sempre dava um jeito de fazer com que eu fosse os centro das atenções, e eu não gostava. Na real, até hoje eu não gosto. ㅡ Expliquei.

ㅡ Também nunca gostei. ㅡ Ela fez uma careta. ㅡ Por sorte, eu trabalho com coisas pequenas.

ㅡ Já eu... ㅡ Ri. ㅡ Mas voltando aqui. Eu nunca... fiz uma loucura que eu me arrependa até hoje?

ㅡ Acho que não. ㅡ April fez uma careta pensativa. ㅡ Nunca tive tempo para fazer loucuras, na verdade.

ㅡ Sério? ㅡ Encaro-a.

ㅡ Seríssimo. ㅡ Ela assentiu. ㅡ Antes que eu começasse a trabalhar minha vida sempre girou em torno do meu irmão. Amy trabalhava, minha mãe trabalhava, e o Austin era pequeno. Então... Não tinha tempo.

ㅡ E nesse momento, qual seria a loucura que você cometeria?

ㅡ Nesse momento... ㅡ Ela pensou. ㅡ Tipo, uma loucura seria cantar na frente de todo mundo. Ou... beijar você. ㅡ Me olhou fazendo-me encara-la rapidamente.

ㅡ Me beijar seria loucura para você? ㅡ Paro de andar enquanto a olhava.

ㅡ Aham. ㅡ Assentiu.

ㅡ Seria uma loucura boa ou ruim? ㅡ Meu coração, naquele momento, disparou ao pairar um silêncio entre nós dois.

ㅡ Uma loucura... maravilhosa. ㅡ April respondeu depois de segundos sem falar nada.

ㅡ E você... ㅡ Me aproximo da mesma sentindo que a cada segundo que passava me deixava mais nervoso. ㅡ Quer fazer essa loucura agora?

Ela ficou alguns segundos me olhando em silêncio, isso me deixava nervoso. E o que me deixava nervoso era saber que o meu coração estava acelerado ansiando pelo seu beijo.

Quero. ㅡ Respondeu-me ainda me olhando. Me aproximo da mesma sentindo a minha respiração falhando por esta tão perto dela, levo minha mão até a sua bochecha me aproximando do seu rosto lentamente.

E por ela não ter feito nada para impedir, junto nossos lábios me permitindo sentir o gosto do seu beijo.

•••

Meu Romance SecretoOnde histórias criam vida. Descubra agora