Corte de Asas Perdidas. CONCLUÍDO.

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Assim que a noite caiu deixando as nuvens que cobriam todo o céu ainda mais escuras fazendo apenas com que as luzes das tochas do acampamento e do castelo ficassem visíveis o grupo se separou. Raphael e Arón estavam prontos com os selos explosivos guardados nas bolsas nas laterais de seus corpos, eram cinco pontos espalhados em uma distancia grande entre eles, ambos os machos tinham a vantagem das asas escuras e que permitiram que se descolassem sobre o ar como sombras em meio as nuvens, primeiramente cada um cuidaria de suas e por fim se encontrariam no maior armazém que ficava ao centro do acampamento onde além das bombas de enxofre haviam mais armamento e forjas. Nyx, Hela e Forkas foram até a torre mais alta do castelo, dependia de eles dar o sinal de que todas as crianças foram retiradas do Calabouço para que Arón e Raphael acionassem os selos explosivos e assim mandasse aquele acampamento pelos ares assim como o castelo.

Nyx pousou com extremo cuidado na varanda descoberta e colocou Hela no chão e essa que estava com Forkas em seus braços colocou o pigga totalmente vestido de preto no solo. Hela olhou para o arco da porta com pequenas janelas de vidro que estava fechada e engoliu em seco, tinha muitas péssimas lembranças daquela sala e das punições que o diretor empunha não apenas sobre ela, mas também em outros. Levou a mão até a maçaneta e a abriu lentamente fazendo com que as dobradiças rangessem e em seguida adentrou ali sendo seguida por Nyx e Forkas. Assim que colocou o corpo para dentro daquela sala Nyx sentiu o ar pesado, como se a energia fosse tão carregada que até mesmo tivesse um peso físico e olhando em volta ele entendia o porquê. Todas as paredes eram repletas de asas, todas muito pequenas, algumas pareciam com as de uma borboleta, coloridas e brilhantes, outras como as de mariposas, outras como as de uma libélula, eram muitas, todas emolduradas e com uma proteção de vidro.

— São elas? — perguntou Forkas agarrado a uma perna de Hela que estava de pé em frente a enorme mesa de madeira escura do diretor, a fêmea olhava para as duas pequenas asas cinza claro colocadas abertas dentro de uma moldura iluminada por uma luz esverdeada e azul na parede atrás da cadeira imponente de couro preto. Nyx tremeu e mordeu os dentes com força fazendo o musculo de seu maxilar repuxar e andou até Hela se colocando atrás dela, sem tirar os olhos daquelas asinhas tão pequenas, praticamente as asas de um bebê. 

— Eu tinha esquecido de como eram pequenas — disse Hela fechando os punhos ao lado do corpo. Ela então sacudiu a cabeça e olhou para Nyx. — O quarto dele fica na ala norte do castelo, deve estar lá agora.

— Nos leve até lá — disse Nyx e a amada assentiu, a deu um leve toque na cabeça de Forkas chamando a atenção do pequeno e logo ambos começaram a andar para a porta dupla do escritório enquanto Nyx permaneceu ali. Ele olhou novamente para as pequenas asas e engoliu em seco, criança... Hela era apenas uma criança quando fora mutilada.

— Nyx! — chamou ela num sussurro e o macho a olhou e assentiu, mas antes de ir até a novamente deu uma espiada nas asas, era difícil olhar para elas, mas mesmo assim ele não queria deixá-las para trás. Relutando contra a vontade de agarrar aquele quadro e guarda-lo, Nyx seguiu Hela e Forkas.

Em silêncio o trio adentrou pelos corredores úmidos e escuros do castelo, tochas crepitantes davam uma meia iluminação, apenas conseguiram ver os rostos um do outro quando passavam por uma delas. Nyx olhou em volta, quase não havia guardas, para falar a verdade realmente não havia algum nós corredores, o que era estranho já que aquele lugar ao menos deveria ter uma vigilância forte.

— Hel — e chamou a parceira que parou em frente a uma tocha, os olhos dela reluziam como os de um gato na pouca luz. — Onde estão os guardas desse lugar?