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Era simplesmente inacreditável o que havia acontecido, Nyx ainda olhava encantado para Essie que mamava no peito de Hela, sugando o leite que a mestiça havia produzido, ela, ela que não poderia gerar vida em seu ventre agora amamentava uma bebê órfã sentada numa pequena poltrona vermelha próxima a uma das janelas do chalé de Lilac.

— É mais comum do que pensa — disse A fêmea loira passando por Nyx e indo em direção ao quarto onde Raphael descansava. O futuro Grão-Senhor seguiu-a com o olhar e depois fora até o quarto.

— É? — perguntou ele colocando as mãos nos bolsos da calça e encostando o ombro no batente da porta.

— Algumas fêmeas que adotam filhotes no reino animal podem lactar, também pode acontecer com humanas e Feéricas — explicou a curandeira ajeitando os travesseiros de Raphael. — Vão ficar com a menina?

— Sim, ela vai para casa conosco.

— Onde fica essa casa afinal?

— Longe, isso eu posso garantir — respondeu Nyx se aproximando da cama e olhando para Raphael. — Tem alguma previsão de quando ele pode acordar?

— Enquanto as feridas as costas e do braço decepado não estiverem completamente cicatrizadas eu não irei tirar a sedação e os medicamentos para dor — respondeu Leela injetando mais uma dose de remédio em Raphael, desta vez antibióticos para que não houvesse infecções.

— As... As asas... — ia dizendo Nyx.

— Sem chance, assim como o braço — cortou Leela fazneod o brilho nos olhos do macho desaparecer. — Talvez uma prótese mágica possa tomar o lugar do braço, mas as asas... Eu sinto muito, mas nunca mais ele as terá — os olhos lilás olhavam com compaixão, empatia.

— Isso não vai ser bom para ele — disse Nyx levando as mãos ao rosto e as passando ali. — Para todos nós...

— Eu imagino que não — disse Leela olhando para o macho adormecido. Nyx a olhou de cima a baixo, era uma fêmea bonita sem dúvidas. — Mas não se preocupe, farei de tudo para que não haja sequelas nele, para que ele não sinta dor como Hela sentia.

— Obrigado — Nyx abaixou a cabeça em sinal de respeito e deu as costas a curandeira.

— Você deu vida a ela de novo — disse Lilac. — Muito obrigada.

As asas de Nyx se juntaram mais e ele ergueu a postura, ele se lembrava de como Hela era quando se conheceram, de como os olhos dela erma opacos e como ela não tinha a mínima vontade de viver.

— Acredite — respondeu ele. — Ela me deu mais do que eu dei a ela.

Ele entrou saiu do quarto indo para a cozinha vendi Hela agora colocando colocando Essie no pequeno berço cesto improvisado, a bebê dormia satisfeita e a mãe adotiva sorria totalmente encantada. Os olhos verde acizentados se ergueram sendo Nyx se aproximar e parar o outro lado do pequeno berço.

— Ela deu boas notícias? — perguntou a fêmea sussurrando.

— Sim e não — respondeu Nyx no mesmo tom. — Eu não sei o que aconteceu... Tudo parecia sob controle quando eu o deixei.

— O quê exatamente atacou vocês?

— Um monstro fedorento, de carne, mofo e madeira.

— Um pantanoso — Hela engoliu em seco. — É muito difícil topar com um deles, mas quando isso acontece as chances de sair inteiro são muito pequenas.

— Deu para perceber — disse Nyx acariciando a testa de Essie com as costas do dedo o indicador. — Eu não sei se vou conseguir ver ele reagindo a... A não ter mais asas e o braço, vai ser doloroso demais.

Corte de Asas Perdidas. CONCLUÍDO. Onde histórias criam vida. Descubra agora