PRÓLOGO

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- Calma aí, rapaz! Quer que o papai leve uma multa?

Ajeitar Heitor na cadeirinha é uma missão quase impossível. Meu primogênito acha que pode se sentar no banco do carro sem qualquer tipo de segurança. Isso porque ele acha que não precisa por ver o irmão Dylan usando apenas o cinto. Quando eu brigo com ele por causa disso, ou por causa de qualquer coisa, fica puto e fecha a cara. Esse moleque não gosta de receber broncas.

- Vamos logo, papai! - Minha menininha me apressa para ir a casa da avó. Ela está tão linda quanto a mãe. E ambas me deixam louco com as manhas que têm. - Quelo blincar com a abuela.

- Calma aí, princesa! Seu irmão está um teimoso que só.

- Mamãe falou que ele é igual a você, papai. Muito teimoso! - Minha menina diz sapeca, sorrindo.

Aperto os olhos, intrigado. Então aquela cubana está fazendo minha caveira para nossos filhos? Bom saber! Já tenho um motivo pra usar o açoite que comprei pela internet e ela nem sabe. Como assim vai pôr meus filhos contra mim contando essas mentiras pra eles?

- Sua mãe tem a língua muito grande, minha filha! - A garota ri debochada. É a convivência com Michaelo que a deixa assim.

Retornamos para Los Angeles tem seis meses. Viemos para o casamento de Giuliano e Beatrice e não voltamos mais, já que Emilly estava sentindo muita falta de sua avó. Com isso, precisei voltar a comandar a empresa e a máfia daqui. O único ruim é ter que deixar minha nonna lá, porém ela agora tem Constância que ficou como sua companhia.

- Papai, o senhor não vai esperar a mamãe? Ela pode se chatear por sairmos sem esperá-la, não acha?

Dylan me pergunta enquanto se ajeita aos lado de Heitor que continua emburrado. Garoto genioso da porra! Após sua adoção definitiva, mudamos o seu nome para Dylan Mendes Fontinelly, já que se tornou nosso filho em definitivo. Eu gosto muito dele. O garoto é inteligente, tranquilo, tem suas responsabilidades na escola e ainda é um bom aluno. Sempre tem alguém que o elogia. Fico orgulhoso disso.

Após vir morar conosco, demos espaço pra ele poder nos chamar como quisesse. Por muitos meses me chamava de tio Vittor e a minha fiore de tia Emy. Até que numa tarde ele me chamou de pai enquanto fazíamos coisas de garoto no, passamos a tarde toda jogando videogame, e eu sorri alegre e satisfeito. Assim como minha fiore que ficou super feliz por ter sido chamada de mãe. Ele realmente é especial.

- Não filho. Sua mãe vai ficar descansando um pouco. Esqueceu-se de que ela chegou tarde do trabalho ontem e ainda precisou cuidar de seus irmãos?

Emilly teimou que queria voltar a trabalhar na academia que era do filho da puta do William, claro que não permiti. Contudo, a porra da cubana, teimosa pra caralho, acabou me convencendo a comprar o local que estava abandonado e seus funcionários ficaram desamparados. Por conta disso, comprei o local e acertei a dívida com todos. Assim, o sonho de minha piccola fiore de ter sua própria academia, se realizou.

O que eu não faço por aquela mulher?

- Verdade, papai! Então, vamos deixar ela descansar. Podemos comprar um presente pra ela na volta? - Pergunta.

- Claro que sim, filhão. Com certeza, ela vai adorar! - Ele sorri.

Ajeito Heitor pela décima vez na porra da cadeirinha e ele só para quando o ameaço com os olhos. Esse garoto é foda! Pego o celular e dou ordem ao meu novo chefe de segurança, já que Ignazio ficou na Itália como meu segundo no comando da organização, avisando que estamos de partida.

Com a fuga do filho da puta do Domenicano, todo cuidado com nossa família é pouco. Todos, inclusive Gabriel que também se casou com Ana, tem seus seguranças particulares. Não podemos bobear com esse maldito a solta por aí.

SALVA-ME vol III (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora