Capítulo 6

723 77 129
                                    

Dois meses e dezoito dias foi o tempo que Marisa viveu ao lado de Dylan

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Dois meses e dezoito dias foi o tempo que Marisa viveu ao lado de Dylan. Bem mais tempo que o médico havia considerado. Deus concedeu a ela o privilégio de ver o filho completar dez anos de idade. Nesse período, Vittorio e eu permitimos que Marisa assumisse mesmo o papel de mãe. Ela o levou para escola, ajudou com alguns deveres e trabalhos de casa, passeou e até deixamos que viajasse com nosso filho, com toda segurança para os dois e na companhia de uma enfermeira particular.

Vimos nos olhos do nosso filho a felicidade por saber que não foi abendonado como imaginava, muito ao contrário, Marisa foi, em poucos dias, a mãe que o meu menino sempre sonhou em ter. E agora tentarei manter seu sorriso no rosto, mesmo depois das lágrimas que verteram quando anunciamos que ela havia falecido enquanto dormia. Foi assim que Deus decidiu que ela descansaria.

Após a morte de Marisa, tentamos fazer com que nosso filho não caísse numa prisão psicológica e graças a Deus ele tem se saído bem. Decidiu por ele mesmo voltar para a escola depois de duas semanas sem ir, assim como todas as outras atividades que tem. Às vezes, eu entro no quarto dele e o encontro com os olhos marejados, e não mente quando pergunto se chorou.

Dylan David Mendes Fontinelly passou a ser o seu nome. Ele mesmo pediu para acrescentarmos, em homenagem a sua mãe Marisa, o nome que ela havia sonhado para ele e, para nos deixar ainda mais orgulhosos, decidiu que vai ser um médico para poder cuidar de pessoas com as mesmas doenças que a mãe dele teve. Não tem como não amá-lo.

- Senhora Fontinelly, a doutora Zyane te espera.

A recepcionista me chama enquanto estou no consultório ginecológico com Vittorio. Fiz vários exames há algumas semanas e viemos ver o resultado com ela. Vittor não abriu mão de me acompanhar. Como ele mesmo havia falado, faremos tudo juntos.

- Está tudo bem, fiore? - Pergunta diante da minha hesitação.

- Sim, amor. Tem certeza de que quer entrar? Pode ser que fique constrangido com alguma coisa e...- Indago.

- Mais que certeza! Isso é sobre você, jamais me envergonharia de qualquer coisa a seu respeito, porém se por acaso se sentir constrangida...

- Não, amor! Quero que entre comigo. Por favor! - Ele sorri e deixa um beijo casto em minha boca.

- Então vamos!

Diz e seguimos a mulher para dentro do consultório. A doutora Zyane nos recebe com um sorriso acolhedor. Ela aperta minha mão e a de Vittor e nos sentamos para conversarmos.

Quase uma hora depois saímos do consultório e um fio de esperança surgiu, principalmente nos olhos de Vittor. Há algumas possibilidades de eu me curar. Apesar de ser um problema principalmente de teor psicológico, também é físico. Terei de fazer uso de alguns medicamentos e ir fazendo terapias com o meu marido.

Quero que meu corpo volte a reagir aos estímulos do homem que me enlouqueceu na minha adolescência, do homem que me fez sentir coisas de que não tinha conhecimento, mas adorava. Não posso deixar que ele perca o interesse por mim. Onde vamos, vejo mulheres olhando-o desejosas dele o que me incomoda muito. Até quero reagir, mas minha mente bloqueia e me impede de dar uma boa lição nessas safadas.

SALVA-ME vol III (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora