Capítulo 1

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Mais uma vez perambulo pela cobertura, altas horas da noite, esperando pelo retorno de Vittorio que tem se habituado a chegar quase que na madrugada

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Mais uma vez perambulo pela cobertura, altas horas da noite, esperando pelo retorno de Vittorio que tem se habituado a chegar quase que na madrugada. Têm dias que nem o vejo, pois passou a fazer reuniões no escritório tão demoradas e acaba por dormir lá mesmo. Quando acordo e vou procurá-lo, já saiu com Dylan para a escola e em seguida para a empresa. Quando retorna do trabalho no meio da tarde, eu não estou mais aqui e quando chego à noite, as crianças estão alimentadas e com dona Ângela, que passou a ficar todos os dias na período da tarde com meus filhos, e nem sinal de Vittorio. Suspiro cansada dessa situação.

Já tem um bom tempo que não conversamos, que não paramos para saber como cada um vai, sobre o que está fazendo e isso me deixa temerosa. Ainda o amo muito, mas tem uma barreira enorme entre nós dois, que está causando nosso distanciamento.

Tenho me sentindo insegura, um pouco fria e acredito que seja o excesso de zelo que tenho pelos meus filhos. Mas, isso é o certo a se fazer. Vou para o trabalho pensando se ficarão bem, se estão seguros e protegidos. Foi com muita dificuldade que os tive. Sofri deveras em minha gestação e não me perdoaria se alguma coisa ruim lhes acontecesse.

Sei que Vittor se sente excluído dos cuidados dos nossos filhos. Ele é um ótimo marido e pai, mas eu ainda penso que Heitor, Vittoria e Dylan são responsabilidades minha, principalmente minha. Eu sou a mãe e sei o que é melhor pra eles.

Ouço a porta se abrir, no momento em que ia subir as escadas e voltar para o quarto. Vittorio passa por ela, e se surpreende ao dar de cara comigo. Por um tempo que pareceu muito ficamos nos encarando, mas noto que seus olhos já não me veem com aquele brilho de antes.

- Vittorio!

- Desculpe-me, não queria acordá-la. - Diz passando por mim, colocando a chave da casa e do carro no aparador.

- Não acordou! Eu estava esperando por você. - Digo, ainda parada no mesmo lugar. Ele se vira pra mim, parecendo não acreditar no que eu digo.

- Não deveria se preocupar comigo, Emilly. Você tem três filhos que precisam muito da sua atenção e demandam muito tempo seu. - Diz friamente.

- Vittor... - O chamo quando ele se vira em direção ao escritório. Ele para e se volta pra mim. - Por favor!

- Por favor o quê? - Diz ríspido.

- Como assim o que? Não vê hora em que chegou em casa? É um homem casado! - Infiro, mas ele gargalha com sarcasmo.

- Eu sou? - Questiona irônico.

- É sim! É o meu marido! - Enfatizo a palavras marido.

- Eu sou seu marido, Emilly? Sou mesmo? - Se aproxima ficando cara a cara comigo. - Achei que fosse só o pai dos seus filhos.

- Vittorio!

- O que? Vai negar que tem sido mais a mãe deles, dona e dançarina de academia do que minha esposa? Hein? - Questiona, aborrecido.

SALVA-ME vol III (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora