Capítulo 23

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Não foi fácil ver Vittorio agir daquela forma tão bárbara

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Não foi fácil ver Vittorio agir daquela forma tão bárbara. Seu aperto em meu cabelo ainda é sentido por mim. Fazia tempo que não via meu marido descontrolado daquele jeito. Na última e única vez que o vi assim, ele quase matou Fernanda na porta da casa do senhor Guilhermo. A mulher chegou a ficar com os lábios roxos pelo aperto em seu pescoço. Vittor pode ser muito ruim quando contrariado.

Porém, vi o quanto se arrependeu pelo que fez quando me colocou em seu colo, me embalou e chorou junto comigo. Seus muitos pedidos de perdão reverberavam pela nossa sala vazia e silenciosa das risadas e correria dos nossos filhos. Se eu vou perdoá-lo? Acho que não tenho o direito de lhe negar isso, já que o homem passou por diversas situações complicadas, até mesmo de morte, por causa de mim.

É claro que o perdoo! Sempre o perdoarei!

Contudo, não lhe direi ainda. Preciso fazer uma coisa de suma importância e isso não inclui estarmos bem. Não posso perder a única chance que surgiu de ficar perto dos meus filhos. Dos dois! E eu não medirei esforços ou ficarei pensando demais para fazer. Enquanto ele fica esperando seus amigos da Itália, Danny, Mick e todos os que estão tentando ajudar com alguma pista ou qualquer coisa que seja, minha princesa e meu príncipe estão à mercê de um velho porco que só quer se beneficiar deles, não sei nem se estão sendo alimentados e bem cuidados. Eu vou ir atrás de meus filhos sim. Custe o que custar.

Mexo-me no sofá sentindo os braços de Vittor em torno do meu corpo. Devido à situação que nos ocorreu e todo o estresse que nos fez perder o controle ontem, chorei até dormir onde estava. E pelo que percebo, meu marido também sucumbiu ao cansaço do estresse e dormiu, o que já não acontecia desde o sequestro dos nossos filhos há três dias. Certamente, chegou à exaustão.

Levanto-me calmamente para não o despertar e sigo a passos ligeiros para o quarto. Tomo um banho rápido, ponho uma calça jeans, uma blusa de manga comprida e tênis. Preciso ficar o máximo de confortável possível. Prendo meus cabelos no alto da minha cabeça num rabo de cavalo e saio do quarto notando que Vittor acabara de acordar. Ia passar direto indo até a cozinha, mas sou parada por ele.

- Aonde vai assim? - Pergunta desconfiado sem nem me desejar bom dia.

-Bom dia pra você também, Vittorio. - Digo em deboche, passando por ele, mas sinto sua mão em meu pulso me parando.

- Emilly, eu me arrependo de toda a merda que fiz com você ontem e da forma que falei com você, mas não mudei de ideia em relação a sair de casa sem mim. - Assevera.

- Eu só ia preparar algo para comermos, pois todo aquele estresse e discussão me deixaram faminta. Você não? - Falo o encarando e ele pisca algumas vezes parecendo confuso. Puxo meu braço e ele então me solta, só então vejo que o local ficou vermelho do seu aperto.

- Vou subir para tomar um banho e já volto. Não faça nenhuma besteira. - Diz virando as costas e saindo. Aperto meus olhos tentando impedir de deixar as lágrimas já acumuladas saírem. Chega de chorar, agora preciso agir.

SALVA-ME vol III (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora