𝑪𝒂𝒑𝒊́𝒕𝒖𝒍𝒐 𝟐𝟐

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𝑱𝒊𝒔𝒐𝒐

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𝑱𝒊𝒔𝒐𝒐

A música parecia narrar cada palavra que eu não conseguia dizer. Eu falo inglês e entendia tudo que estava sendo cantado. E sei que ele também.

Droga de curso de inglês!

Eu estava envolvida em cada verso e não conseguia sair de seu olhar. Algo me prendia nele. Algo que percebi que ele também não entendia. Ficamos assim, por alguns minutos tentando achar respostas para perguntas que nem sabíamos que existiam.

- Jisoo... Eu quero...

- Seokjin, não... - falo sentindo um nó em minha garganta.

Ele me lança um olhar como estive desesperado, balança a cabeça e diz: - Desculpe...

- Por que está se desculpando dessa vez? - falo sorrindo sem mostrar os dentes. - Mas eu aceito mais uma caixa de uísque. - Nós dois rimos.

- Eu compraria a porra da fábrica toda pra você, se me pedisse. - Sua voz sai como um sussurro, como se não quisesse que eu ouvisse, solta um suspiro e responde minha pergunta - Eu sinto que sempre faço algo errado quando estou perto de você.

- Você não faz Seokjin então não se sinta assim. - digo fazendo carinho em seu ombro - Eu gosto da sua companhia.

- Gosta? - pergunta levantando as sobrancelhas.

- Resposta errada. Você deveria dizer que gosta da minha companhia também. É regra, sabia? Quando você recebe um elogio tem que devolver com elogio também. - Respondo empinando o nariz sorrindo.

Ele solta uma risada gostosa, que faz seu peito sacudir um pouco. - Eu amo sua companhia, Jisoo.

- Melhor! - digo balançando a cabeça.

- Posso lhe encher de elogios, se me permitir. - diz sorrindo de lado.

- Sou leonina... então você já pode começar, chefinho.

Ele me pega de surpresa ao levar a mão que estava na minha, até meu rosto e coloca uma mecha do meu cabelo atrás de minha orelha. Vai até meu queixo fazendo aquele carinho que já estou viciada em receber dele e fala: - Eu amo seus olhos. Olhar para eles me faz sentir coisas boas.

Puta que pariu, chamem o samu que eu acabei de ficar sem ar.

- Seokjin... - tento falar mais ele me interrompe pondo seus dedos em meus lábios.

- Eu ainda não terminei. - Sua voz sai decidida, mas posso ver em seus olhos o quanto está tímido. - Eu amo seu senso de humor. É impossível ficar perto de você e não rir.

Eu fico quieta. A Jisoo acanhada que habita em mim, que quase não aparece, entra em cena. As palavras me faltam, minha mente tenta acompanhar todas as reações que ele causa em meu corpo. Minhas bochechas queimam, e meu corpo parece que está levando uma descarga elétrica.

- Amo sua boca atrevida, que sempre tem uma resposta para tudo e que eu descobrir ser a única capaz de desarmar Jungkook. - Rimos.

- Agora é minha vez, um elogio por outro. - Suas mãos agora descansam em minhas costas e as minhas descansam em seu peito - Eu amo sua paciência. Você é a pessoa mais paciente e calma que eu já conheci.

Ele sorri timidamente e eu continuo: - Eu amo... - diz que ama a bunda dele, diz que ama a bunda dele, Jisoo tarada fala -... o quanto você é humilde, mesmo estando em um lugar de poder. E por fim... - suspiro tomando coragem - ... eu amo o quanto você é forte.

- Forte? Eu? - pergunta e eu concordo - Por quê?

- Porque só uma pessoa forte é capaz de guardar suas dores para não preocupar as pessoas que ama. - Falo e Seokjin fica visivelmente tenso e desconfortável. Ele balança a cabeça e vejo em seus olhos confusão.

- Você não entenderia... eu...

- Tudo bem. - Digo o tranquilizando. Ele concorda e somos envolvidos por um silêncio agradável, apenas a música ecoa sobre nós.

A cada segundo que passa, o momento fica mais intenso. Levo minha mão direita até seu rosto, e passo meus dedos por seus lábios para deixar gravada em minha pele, a textura gostosa deles, porque eu sei que jamais saberei como é seu beijo. Seokjin arfa, balança a cabeça e posso ver que ele está em uma luta interna consigo mesmo.

Seu aperto em minha cintura se torna mais forte e eu perdi o ar, quando vi em seu olhar que ele tinha entendido algo que eu achava ser impossível ser verdade.

Isso não pode estar acontecendo. Não, NÃO PODE!

A música estava chegando ao fim, e nossa bolha é quebrada quando Joohyun se aproxima de nós.

- Posso? - pergunta sorrindo para mim.

- Claro. - Digo me afastando de Seokjin - Eu... preciso ir. Boa noite.

Saio sem olhar para trás, meu coração como se fosse parar a qualquer momento. Sinto alguns olhares em mim, mas estou alheia a todos querendo apenas fugir, ir embora. Preciso de ar. Entro na cozinha e vou para a porta de entrada, ao abri-la encontro Taehyung e Jennie.

- Jisoo, já vai? - Taehyung pergunta.

- Sim... Estou com um pouco de dor de cabeça.

- Quer que eu acompanhe você? - pergunta J. visivelmente preocupada.

- Não precisa amiga. Quando chegar em casa lhe mando uma mensagem, tudo bem? - Ela concorda. - Por favor avise seus pais e peça desculpas a eles.

- Não se preocupe, eles vão entender. - diz, se aproxima de mim e segura minhas mãos - Você sabe que qualquer coisa que precisar, pode contar comigo, né?

- Sim... Eu sei. - Na mesma hora sinto uma vontade de chorar. J. realmente tem o super poder de saber o que a pessoa está sentindo. Droga!

Despeço-me dos dois e vou até o meu carro. Encosto minha cabeça no volante e tento me acalmar.

- Como isso é possível? Meu Deus como isso é possível?... Eu o conheço há pouco tempo e já estou... - não consigo falar em voz alta. - Merda! Mil vezes merda!

Como deixei isso aconteceu? Eu nem beijei o cara. Porra ele é meu chefe e já esfregou na minha cara que não se envolve com funcionárias.

Alguns minutos se passam e levanto meu rosto. Quando vou ligar o carro, vejo na lateral da casa, bem em frente onde estou, Seokjin e Joohyun, conversando. Um de frente para o outro.

Ela fala algo que o faz abaixar a cabeça. Ele responde, e ela segura seu rosto, fazendo ele olhar em seus olhos. Diz mais alguma coisa, ele assente e ... Porra! Ela vai beijar ele??! ELA VAI BEIJAR ELE?

Não ouso olhar o que acontece depois. Coloco o carro em movimento e saio o mais rápido que posso.

Caralho! Eu sou uma mulher inteligente. Sou esperta como fui deixar isso acontecer. Como??

Uma lágrima teimosa ousa cair e eu rapidamente seco com a palma da minha mão.

- Eu só posso estar ficando louca! 

𝐒𝐄𝐎𝐊𝐉𝐈𝐍, a família jeonOnde histórias criam vida. Descubra agora