𝑪𝒂𝒑𝒊́𝒕𝒖𝒍𝒐 𝟖

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𝑱𝒊𝒔𝒐𝒐

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𝑱𝒊𝒔𝒐𝒐

Ao entrar no escritório, percebo que as luzes estão apagadas e apenas a claridade do dia que entra pelas janelas de vidro que vão do chão ao teto no lado oposto a porta, iluminam o lugar.

Vejo pedaços de vidro espalhados pelo centro da sala e canetas jogadas em frente à mesa grande de mogno. E é ali, que vejo meu novo chefe. Sentado, com a cabeça apoiada em sua cadeira de costas para onde estou. Ele ainda não percebeu minha presença.

Tento me aproximar a passos silenciosos, mas falho. Droga de saltos finos!
Paro onde estou e me adianto:

- Perdoe a minha intromissão, mas ouvi um barulho e gostaria de saber se está tudo bem, senhor? - falô tentando parecer o mais calma possível.

Ele não se vira para me olhar. Apenas arqueia as costas, ajeita sua postura e levanta uma mão quando responde. Seu tom de voz é firme, mas há um pouco de... dor? Acho.

- Seja quem for, saia. AGORA!

Estremeço em meu lugar e quando estou prestes a dar meia volta e sair, ouço um baixo grunhido de dor e o vejo se inclinar para frente levando as mãos para baixo. O mesmo extinto que me fez entrar e abrir a porta leva-me a dar passos rápidos em sua direção.

Quando chego a sua frente, tiro meus sapatos e sento em meus joelhos.
Levo minhas mãos até seus braços e dou um aperto sutil, fazendo-o olhar em meus olhos pela primeira vez e, puta que pariu, que olhar é esse.

- Não vou sair e deixar você assim. Você está claramente sentindo dor. Deixe-me ajudar. Por favor.

Ele não diz nada. Fica parado ali na minha frente em silêncio, apenas me olhando. Seu olhar transmite dor, curiosidade e surpresa. Ele está com algumas gosta de suor na testa mesmo com o ar condicionado ligado.

Ficamos assim por longos cinco segundos. Foi o tempo que contei e esperei sua resposta. E ela não veio.

Então decidi pôr em prática o que vi em vídeos que minha mãe tinha em casa.
Ela era enfermeira de trauma. Nossa casa vivia cheia de DVDs e livros por todo lado. E eu sempre fui muito curiosa. Até pensava em seguir a mesma carreira que a dela, porém sou muita solidária a dor do outro. Provavelmente ia chorar junto com o paciente em cada procedimento. E é o que estou com vontade de fazer, por ver o sofrimento desse homem a minha frente.

Levo minhas mãos à barra direita da sua calça social preta, e quando ele percebe o que estou prestes a fazer, agarra meus braços e diz quase gritando: - Não faça isso! Eu mandei você...

Não o deixo terminar a frase. Ainda com meus braços presos em seu aperto, levo minhas mãos até o seu rosto, e ele não me impede. Seguro seu rosto para que me olhe nos olhos.

- Se quiser me demitir depois, tudo bem. Mas não vou deixar você sentido dor se eu sei como acabar com ela. - Ele arregala os olhos e entreabre os lábios e na mesma hora eu penso que caralho de boca super beijável é essa, meu pai.

𝐒𝐄𝐎𝐊𝐉𝐈𝐍, a família jeonOnde histórias criam vida. Descubra agora