⊱⋅ Capítulo Três ⋅⊰

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“O que eu quero nem sempre é bom
Pois nem sempre sei escolher
Mas bendito seja o dia que eu escolhi Teu querer”
(Eu Escolho Deus, Canção e Louvor)

“O que eu quero nem sempre é bomPois nem sempre sei escolherMas bendito seja o dia que eu escolhi Teu querer”(Eu Escolho Deus, Canção e Louvor)

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12 de março de 2020. Quinta-feira.

Fui dormir cedo na quarta-feira, já que não tinha o que fazer.

Quando acordei no dia seguinte, não encontrei meu pai em casa. A cozinha, no entanto, estava completamente limpa. Me perguntei quando ele tinha arrumado.

Telefonei para a ótica da qual era cliente logo após chegar ao estúdio do irmão Hilquias. O oculista me disse que poderia entregar outras armação e lentes somente na segunda-feira.

Minha cabeça doía, pois eu não ficava tanto tempo sem óculos desde os oito anos, quando começaram meus problemas de visão. Meu lábio inferior estava roxo e inchado — mesmo depois de eu ter colocado gelo.

Não queria ter ido ao culto naquele dia, mas o grupo de louvor iria ter oportunidade. Era meu compromisso.

A primeira coisa que fiz ao chegar ao templo, foi me desvencilhar do interrogatório de Taíse. Não queria contar à ela sobre o meu pai. Não queria sequer pensar que ele havia sido infiel mais uma vez; que a maior parte da louça da casa estava no lixo; que havia recebido um tapa.

Para explicar o porquê do episódio com Luciane me ferir tanto, teria de começar pelo início, vários anos atrás. E eu não queria fazê-lo.

— Que machucado é esse na sua boca? — Taíse encarava meu rosto, fazendo-me corar.

— Um contratempo — respondi.

— Isso não explica nada, Tom! — reclamou.

Sentei-me em meu teclado e encarei as teclas embaçadas, evitando encontrar os olhos de Taíse.

— E por que está sem óculos?

— Ele quebrou.

— Como? — insistiu ela. — Tem a ver com a Luciane? Você disse que estava bem!

Respirei fundo, sentindo um frio no estômago.

— Não gostaria de falar sobre isso, Taíse — consegui falar.

— Isso não é novidade, não é, Tom? — Ela cruzou os braços, e eu a olhei.

Mesmo que o rosto dela não estivesse nítido aos meus olhos, sabia que estava chateada.

— Desculpe — falei, desviando o olhar.

O Escritor da História • Livro 01 | Duologia "O Escritor"Onde histórias criam vida. Descubra agora