⊱⋅ Capítulo Vinte e Dois ⋅⊰

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“Pra que o desespero então?
Acalma o teu coração
Respira e tranquiliza a tua alma
Você está seguro em Minhas mãos
Então despreocupa, o barco balança e não afunda.
Então despreocupa, a tempestade não vence essa luta.
Então despreocupa, vê se acalma um pouco e Me escuta [...]”
(Despreocupa, Kiara Vitória)

]”(Despreocupa, Kiara Vitória)

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24 de maio de 2020. Domingo.

O carro dos meus pensamentos percorria a estrada da minha mente estando acima do limite de velocidade.

Não consegui dormir. Passei grande parte da noite analisando toda e qualquer atitude de Tom para comigo.

Quando ele ficava vermelho, quando sua voz falhava ao me dizer alguma coisa, seu constante apertar de lábios para algum comentário meu... Eu julgava como timidez. Mas agora percebia que o motivo das reações dele eram os sentimentos que nutria por mim.

Recordei-me que, naquele 10 de outubro de 2016, eu estava animada para conhecer a igreja nova, mas não imaginava que fosse fazer amizade com alguém que se tornaria tão especial para mim como Tom. Nossa amizade fora algo natural, como se tudo nos levasse à ela. Até mesmo chamá-lo de Tom fora algo que me parecera natural desde o primeiro momento.

Eu o amava, de todo o coração. Mas não de outra maneira.

Em todas as minhas orações, ele se fazia presente. Eu tinha prazer em orar por ele. Sentia como se estivesse contribuindo para que o plano do Senhor em sua vida se concretizasse. Sentia como se eu fizesse diferença para ele, toda vez que separava um momento para apresentá-lo ao Senhor.

Eu queria estar com Tom porque sua companhia me fazia bem. Ele me fazia bem.

Sempre acabava pensando que Tom era quieto demais — muito tímido e introvertido —, mas era grata por isso. Quando eu falava por uma hora seguida, desabafando sobre alguma coisa, ele nunca me recriminava e prestava atenção à cada palavra. Eu conseguia sentir isso, o que me fazia ficar feliz, mesmo que tudo estivesse indo mal.

Mais que um amigo, Tom era o meu melhor amigo. Tinha certeza de que ele orava por mim também e que carregava dentro de si o mesmo anseio por Cristo que eu. Sabia que podia confiar nele, pois toda vez que orava ao Senhor acerca da nossa amizade, Ele me trazia paz ao coração.

Agora, tudo em que conseguia pensar era que aquela amizade não fora a mesma para Tom; ele sentia algo a mais por mim. Algo que eu não poderia corresponder.

Tom nutria sentimentos por mim haviam quase quatro anos. E eu nunca sequer considerara essa possibilidade.

Como pode isso? Uma pessoa não consegue esconder sentimentos por tanto tempo...

Mas não era qualquer pessoa. Era Thomas Amaranto Dias, o garoto mais quieto que eu conhecia.

Meu primeiro pensamento foi ele naquela manhã de domingo, e imediatamente meus olhos se encheram de lágrimas enquanto ouvia Phil Wickman tocar do meu celular, anunciando as sete horas. Quando me virei para ver se Raquely ainda estava deitada ao meu lado, não a encontrei.

O Escritor da História • Livro 01 | Duologia "O Escritor"Onde histórias criam vida. Descubra agora